Emanuelle Loli estagiária
Com a volta às aulas se aproximando é hora de retomar a rotina de estudos e ajudar as crianças e adolescentes a se organizarem para um novo ano letivo. Depois das férias, pode ser um desafio recuperar o ritmo, mas com o apoio dos pais, esse processo pode se tornar mais leve e eficiente. Criar bons hábitos desde o início faz toda a diferença no desempenho escolar e no bem-estar dos estudantes.
A coordenadora de Licenciatura em Pedagogia da UCP, professora e doutora Cintia Chung Marques Corrêa, comenta sobre como pais podem ajudar os filhos a recuperar a rotina de estudos com a volta das aulas. Segundo ela, a comunicação entre pais e filhos é muito importante, porém, a forma de falar muda conforme a idade do estudante. A comunicação com crianças deve ser clara e lúdica, já a interação com adolescentes deve ser baseada no diálogo e no respeito mútuo.
Crianças
Com crianças, a abordagem deve ser mais simples e direta, utilizando uma linguagem clara e acessível, além de incluir elementos lúdicos que facilitem a compreensão. “É importante fazer perguntas abertas que incentivem a expressão de sentimentos e ideias, usando exemplos concretos e situações do cotidiano”, comentou.
Adolescentes
Ao se comunicar com adolescentes, a linguagem pode ser um pouco mais complexa, tratando-os com respeito e considerando suas opiniões. “Os adolescentes costumam buscar autonomia, por isso a comunicação deve ser mais dialogada, permitindo que eles expressem suas preocupações e reflexões. Além disso, é importante estar atento aos sinais não verbais e às emoções, pois essa faixa etária pode lidar com questões mais profundas relacionadas à identidade e ao pertencimento”, disse Cintia.
5 dicas que podem ajudar os filhos a se adaptarem nessa etapa
- É fundamental estabelecer uma rotina diária, especialmente em relação da hora de dormir e acordar, pois isso facilita na adaptação do novo ano letivo. Além disso, a rotina faz com que crianças e adolescentes se sintam seguras e ajuda a desenvolverem o senso de responsabilidade, pois a previsibilidade reduz a ansiedade e facilita a gestão do tempo.
- É necessário incentivar a organização do material escolar, pois uma boa organização permite que os estudantes encontrem facilmente o que precisam, tornando o processo de aprendizagem mais eficiente.
- É importante dedicar tempo para apoiar nos estudos, pois demonstra que os pais valorizam a educação e estão dispostos a ajudar, o que pode aumentar a motivação e a confiança dos filhos.
- Promover hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos, contribui para o bem-estar geral e melhora a capacidade de concentração e aprendizado.
- Criar um ambiente favorável para os estudos, que seja tranquilo e livre de distrações, ajuda os estudantes a se concentrarem melhor e a desenvolverem um hábito de estudar de forma mais eficaz.
De acordo com a coordenadora, na hora de incentivar as crianças no estudo, os pais não devem pressionar excessivamente seus filhos, pois isso pode gerar ansiedade e aversão ao aprendizado, prejudicando o interesse natural pela educação. Além disso, ela comenta que é importante evitar comparações com outras crianças, pois isso pode comprometer a autoestima e a motivação dos filhos. “Em vez de focar apenas nos resultados, os pais devem valorizar o esforço e a dedicação, reforçando a ideia de que o aprendizado é um processo, não uma competição”, disse.
Além disso, ela comenta que para incentivar o aluno a ter mais interesse pelos estudos, é fundamental ajudá-los a perceber a relevância do que aprendem em suas vidas, relacionando os conteúdos escolares a situações do dia a dia. “Estimular a curiosidade é essencial, fazendo perguntas abertas que incentivem o pensamento crítico e a exploração de novos tópicos, além de promover a leitura, visitas a museus e atividades extracurriculares”, comentou.
Apoio dos pais x Independência dos filhos
Para Cintia, o equilíbrio ideal entre o apoio dos pais e a independência dos filhos em relação aos estudos envolve um apoio ativo, mas que respeite a autonomia dos jovens é fundamental. “Os pais devem estar disponíveis para orientar e ajudar quando necessário, proporcionando um ambiente de suporte emocional e acadêmico, mas também incentivando os filhos a tomarem iniciativas e responsabilidades próprias em relação aos seus estudos. Isso significa estabelecer um diálogo aberto por meio do qual os filhos se sintam confortáveis para buscar ajuda e sejam encorajados a resolver problemas por conta própria e a gerenciar seu tempo e tarefas”, conclui.
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