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Como proteger seu pet no momento da queima dos fogos de artifício

“O som muito alto e repentino dos fogos de artifício gera um grande estímulo de ameaça para eles”, explica veterinária

Foto: Reprodução
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Mariana Machado estagiária

Na virada do ano, há queima de fogos de artifício por uma longa duração na maioria dos lugares. Com isso, os animais ficam nervosos e estressados, dentre outras reações, e é importante que seus tutores saibam como proteger e acalmá-los deste estresse causado pelos altos barulhos.

Em conversa com o Diário, a veterinária Juliana von Seehausen da Clínica BenVet explica porque os animais ficam tão agitados com os fogos. “Em sua maioria os pets, principalmente os cães, possuem a audição mais sensível que dos humanos, podendo captar até o dobro dos sons e estímulos do ambiente. São capazes de perceber sons de alta frequência, o que facilita as funções de guarda e caça. Dessa forma, o som muito alto e repentino dos fogos de artifício gera um grande estímulo de ameaça para eles, desencadeando como resposta o estresse agudo, ansiedade, agitação, desorientação e nervosismo”.

Mas, para além do estresse causado no momento, ela ressalta que problemas futuros também podem ser desencadeados a partir disso, pois “O estresse agudo promove rapidamente a liberação de Cortisol (hormônio do estresse) e também de Adrenalina, fazendo com que seu pet apresente taquicardia (batimentos cardíacos acelerados), hiperventilação (respiração acelerada), tremores, salivação excessiva e também comportamento de fuga. Em casos mais graves ou quando o pet já tem alguma doença instalada, pode resultar em convulsões, choques e até óbitos. Além disso, também pode desencadear alterações comportamentais, como a automutilação e vocalização intensa”.

Por isso, é importante que os tutores se atentem às formas de acalmar os pets. “Não existe uma receita de bolo, cada pet deve ser avaliado de forma individual, já que o estresse e ansiedade pode se manifestar de diferentes formas. Sendo assim, o ideal é ir testando métodos para identificar o que mais se encaixa para o momento. Mas de uma maneira geral, deixar o animal mais relaxado possível com o que ele gosta e realizar brincadeiras com reforço positivo durante a sessão de fogos de artifício pode acalmar”.

Além disso, “criar um ambiente bem aconchegante, seguro e calmo - de preferência dentro de casa - onde já estão acostumados” ajuda bastante, para sentirem que não estão sozinhos, e bem assistidos. “Vale lembrar que janelas e portas devem estar fechadas a fim de diminuir o som, a entrada de luz e também evitar risco de fugas e acidentes”, reforça.

Por conta dos casos de fuga, especialistas indicam também que os pets tenham algum tipo de identificação, para que quem encontra-los possa telefonar e ajudar os tutores a irem ao seu encontro mais rapidamente. São eles: placas na coleira/peitoral do animal que contenham nome e telefone dos tutores; ou microchip (dispositivo colocado sob a pele do animal com todos os dados que identificam o tutor e o endereço). O mais indicado, entretanto, é o uso de plaquinhas, uma vez que qualquer pessoa consegue facilmente identificar os dados do tutor.

“Os responsáveis no ambiente devem se comportar de forma tranquila, passando confiança e cuidado para eles. Se possível, deixe algum som no ambiente, podendo usar a TV ou caixa de som. Vá aumentando o som aos poucos para que seu pet vá se acostumando e se distraindo no momento dos fogos de artifício. Opte por músicas mais calmas e relaxantes”, acrescenta a veterinária.

Questionada se é indicado aos tutores dar algum tipo de calmante aos pets, a profissional explica que não é indicada a administração de nenhum medicamento sem a orientação médica. Juliana von Seehausen aconselha que “Antes do período de festas, leve seu pet para uma consulta com seu Médico Veterinário de confiança. O mesmo avaliará de forma individual a real necessidade do uso de medicamentos, lembrando que muitas substâncias que os humanos usam podem levar à intoxicação nos pets”.

Sobre a importância da presença dos tutores no momento da queima de fogos, ela diz que “Não é indicado que os pets que sofrem com fogos de artifício fiquem sozinhos. É de extrema importância que os responsáveis ou pessoas de confiança estejam junto deles nesse momento, a ausência pode gerar mais medo e ansiedade”.

Com isso, foi aprovado em fevereiro de 2023 uma Lei Municipal de autoria dos vereadores Hingo Hammes e Gilda Beatriz, que “Dispõe sobre a proibição do comércio e soltura de fogos de artifício e estampido, bem como de quaisquer artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso no município de Petrópolis”, que determina o uso de fogos de artifício sem barulho, para proteger o bem-estar de animais, autistas, idosos, pessoas hospitalizadas, entre outros. O não cumprimento do disposto no artigo 1º desta Lei acarretará ao infrator a imposição de multa. De acordo com a vereadora, a fiscalização fica por conta da Prefeitura, que foi questionada sobre o tema, mas, não respondeu até o fechamento desta edição.

Entretanto, ainda não há como dizer se todos irão, de fato, respeitar o PL, por isso, é importante que os tutores estejam atentos às indicações da profissional, e denunciar aqueles que não respeitarem a determinação federal.

Em casos de emergência, é essencial que o tutor esteja atento e leve seu pet o quanto antes para uma clínica 24 horas mais próxima de sua residência, pois o cuidado precoce pode fazer toda a diferença.

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