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domingo, 12 de janeiro de 2025


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Como se preparar para uma viagem com um bebê?

Foto: Divulgação
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Bruna Nazareth

Tirar férias costuma ser sinônimo de descanso e dias relaxantes, mas, para quem tem um bebê, essa ideia pode parecer distante. Muitos pais acreditam que viajar com crianças pequenas causará uma experiência cansativa e cheia de correria. No entanto, o que poucos sabem é que é possível desfrutar de uma viagem tranquila em família. O segredo está no planejamento, como comprar passagens com antecedência, chegar cedo no aeroporto ou rodoviária para evitar contratempos e, sempre que possível, alinhar os horários da viagem com as sonecas do bebê. Essas medidas simples ajudam a minimizar os impactos na rotina e tornam a viagem mais agradável.

A Dra. Rita Dimitriou, pediatra e especialista em desenvolvimento infantil, destaca que o primeiro passo antes de qualquer viagem, especialmente as mais longas, é a consulta prévia com o pediatra assistente. Esse cuidado permite avaliar o estado geral da criança, verificar o calendário vacinal, identificar possíveis problemas de saúde e orientar a família sobre questões específicas, como o uso de repelentes adequados em áreas endêmicas de dengue ou a necessidade de imunizações adicionais para determinadas regiões.

“A vacinação deve estar em dia para qualquer faixa etária, conforme o calendário nacional de imunização, que é recomendação básica da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). As viagens internacionais, para certos países, exigem além do calendário vacinal, o comprovante da vacina, uma delas é da febre amarela. É muito importante que a criança esteja com o calendário vacinal em dia. Atualmente, a SBP não tem nenhuma idade mínima, nem as demais sociedades internacionais para viajar. Porém, a gente pede sempre que tenha bom senso. O ideal é que o bebê tenha pelo menos três meses para que ele possa viajar, para que ele tenha recebido o mínimo de vacinas inicialmente. Para viagens internacionais, ou viagens mais longas, eu sempre oriento os meus pacientes a planejar para um período mais tarde, para a partir dos 6 meses, para eles poderem ter maior segurança e conforto”

O que não pode faltar na bagagem do bebê?

Arrumar a mala pode ser um desafio para muitos, já que é importante não esquecer nada. Porém, um item indispensável na bolsa de mão, e para todas as idades, é a documentação, como carteira de identidade, certidão de nascimento ou passaporte. Para os pais, outro documento essencial é o calendário vacinal. Para ajudar nesse processo, a  Dra. Dimitriou, destacou outros itens importantes para levar na mala.

“O kit de sobrevivência, que é o que eu brinco, é o kit de higiene, que são fraldas, que devemos levar em consideração possíveis atrasos, a pomada para a prevenção de assaduras, o álcool 70 e o trocador portátil. A gente sempre tem que ter o kit medicação a respeito das medicações de uso contínuo, crônicos ou aqueles SOS que o seu filho já está acostumado a utilizar, prescrito pelo seu pediatra assistente, como a novalgina ou tylenol para dor e febre, o bromoprida ou ondansetrona para vômito e o antialérgico que ele estiver acostumado a fazer uso. São medicações que a mãe tem que estar sendo orientada a levar nesse kit”, frisa.

Outro item a ser destacado são as roupas, que devem ser adequadas ao clima do destino, incluindo peças extras. Alimentos saudáveis e de rápida manipulação também devem estar na lista.

“Sobre a alimentação, temos que lembrar dos atrasos, então se o bebê tiver menos de 6 meses é o aleitamento materno exclusivo e aqueles que estão em uso de fórmula, levar na mala. Levando a quantidade necessária do pó, água mineral sempre engarrafada para preparar a mamadeira, além das mamadeiras estarem esterilizadas. Se o bebê tiver mais de 6 meses e estiver recebendo alimentos sólidos, temos que pensar em um lanche saudável, como as frutas de fácil manipulação e higienização, e no último caso os potinhos de papinha pronta, que são mais fáceis de manejar, mas não devem ser as primeiras opções. Lembrando sempre que todas essas orientações devem ser feitas pelo pediatra assistente”

Como ajustar a rotina de alimentação e sono do bebê durante a viagem?

Para garantir conforto e bem-estar para toda a família, especialmente para o bebê, é recomendado ajustar a rotina da casa à viagem. Isso inclui manter, sempre que possível, os horários regulares de sono e alimentação, seguindo o padrão diário já praticado.

“Se o bebê ainda estiver sendo amamentado, oferecer sempre o peito em livre demanda, porque as mudanças do ambiente, de altitude, de clima e tudo que envolve uma viagem podem deixar ele cada vez mais agitado, inseguro e até com mais sede. O sono deve tentar reproduzir o ritual do bebê o mais próximo possível da sua rotina, seja com banho, música, luz ambiente, o que aquele bebê está acostumado a fazer na sua rotina. Se for uma viagem de carro, lembrar de ter paradas estratégicas, para esticar um pouquinho o corpo”, aconselha.

Como manter o bebê entretido e calmo?

As viagens, seja de carro ou avião, podem ser longas dependendo do destino. Se para os adultos a demora pode ser cansativa e estressante, para os bebês também, o que muitas vezes resulta em inquietações, choro e desconforto. Uma boa estratégia para lidar com isso, é manter o bebê entretido, e os brinquedos de apego podem ser excelentes companheiros nesses momentos.

“A primeira dica é levar brinquedos que despertem o interesse habitual do seu filho. Tem bebês que gostam de livrinhos, tem outros que são encantados por chocalhos, aqueles móbiles que a gente pode adaptar e colocar no carro, objetos coloridos e leves. Lembrar também que uma segunda dica são as cantigas, as músicas. Conversar e cantar com o bebê, colocando músicas suaves, ajudam a distrair. O contato físico é uma terceira dica muito fundamental principalmente para aqueles bebês que ficam mais agitados, no voo o bebê pode ficar no colo junto do pai, que vai dar uma segurança e também vai mantê-lo mais calmo”

A especialista compartilha que a amamentação pode ser uma grande aliada para os bebês, sejam eles amamentados ou alimentados com fórmula. Durante a decolagem e a aterrissagem, por exemplo, ajuda a aliviar a pressão nos ouvidos, amenizando o desconforto da criança.

“Uma das dicas fundamentais é que o bebê não deve ser hiperestimulado, a gente deve evitar a superestimulação. Se você notar que o bebê está irritado, está choroso, está incomodado, tente reduzir ao máximo os barulhos e diminuir os estímulos visuais. Pode tentar fazer uma proteção com um paninho, uma fraldinha, no olhinho, nos ouvidos, para diminuir esse incômodo e evitar que esse bebê fique hiperestimulado”, ressalta.

Para complementar, é fundamental lembrar de relaxar e aproveitar o momento. Imprevistos podem surgir, mas manter a calma e paciência é essencial para que o passeio seja uma experiência divertida e enriquecedora.

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