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Como será o amanhã de Petrópolis?

Cidade sofre grave crise financeira, mas, tem potencial para se recuperar

Foto: Divulgação
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Jaqueline Gomes

Como será o amanhã de Petrópolis? Esta pergunta vem sendo feita tanto por empresários quanto pela população. Conhecida como a Cidade Imperial, devido à sua ligação com a monarquia brasileira, também possui títulos de Capital Estadual em segmentos como canto coral, cerveja, moda, orgânicos, gastronomia, conservação e casamento, além de ser reconhecida internacionalmente como um dos principais destinos turísticos do Estado, Petrópolis passa por uma grave crise econômica.

Em julho deste ano, a Prefeitura publicou, em edição extra do Diário Oficial, o decreto do Estado de Calamidade Pública Financeira das contas municipais por 180 dias. No texto, a atual gestão citava a crise do lixo; as dívidas de grandes valores com fornecedores e prestadores de serviços; e o passivo oculto de despesas que não foram empenhadas em diversos contratos de fornecimento de insumos básicos, onde os serviços não podem ser interrompidos e que podem impactar diretamente no cumprimento de atendimento à população.

Parte deste rombo nos cofres públicos se deve à redução dos repasses de ICMS por parte do Governo Estadual, que caiu de uma arrecadação mensal de R$ 30 milhões para R$ 7 milhões. O caso vem sendo discutido judicialmente. Mas, nesse mês, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) anulou a sentença que beneficiava Petrópolis na disputa envolvendo a multinacional GE Celma.

Mas, em contrapartida, o setor de turismo da cidade vai bem, obrigada! O período da alta temporada terminou com um saldo positivo na quantidade de turistas e visitantes. Segundo a Prefeitura, entre 1º de maio e 31 de julho, a rede hoteleira, por exemplo composta por 6.600 leitos registrou 79.357 turistas hospedados. Os números dos museus administrados pelo município também revelam que a cidade é o destino preferido nesta época do ano. O Museu Casa de Santos Dumont recebeu no período 47.389 visitantes e o Museu Casa do Colono, 5.580 pessoas.

No recorte internacional, o Observatório do Turismo Regional registrou 50 mil turistas estrangeiros em Petrópolis entre janeiro e maio. Considerando a proximidade de menos de 70 km da capital, além da riqueza histórica, natureza exuberante, e da infraestrutura de acesso, Petrópolis tem todas as condições de conquistar uma fatia maior desse mercado.

Outro dado importante são as hospedagens na plataforma Airbnb. Na cidade são mais de dois mil imóveis disponíveis. Durante a Bauernfest, segundo levantamento do Disque Turismo, menos de 400 estavam disponíveis.

Por falar em Bauernfest, cerca de meio milhão de pessoas passaram pela maior festa germânica do interior do Estado e a segunda maior do país. Outros dados levantados pelo Disque Turismo foram a quantidade de ônibus de turismo e os atendimentos nos centros de Informação Turística (CIT) do Palácio de Cristal e Praça da Liberdade. Foram 1.650 ônibus e vans de turismo e 2.949 atendimentos nos dois CITS. Os dados da Concer, concessionária que administra a rodovia BR-040, também mostram que a Bauernfest atraiu milhares de visitantes, durante os dias da festa passaram pelas três praças de pedágio, 470 mil veículos.

Outras festas e eventos como Rock The Montain, Feira Deguste, Bunka-Sai, já consolidados na cidade também vem atraindo turistas para Petrópolis. Sem contar com os atrativos históricos, como o Museu Imperial, um dos mais visitados do país, Palácio de Cristal, Museus Casa de Santos Dumont e do Colono, além da gastronomia e turismo ecológico, e o potencial tecnológico da cidade, fazem crer que Petrópolis tem recursos para se recuperar e voltar a se desenvolver economicamente.

Petrópolis já desponta no Estado como um polo tecnológico.  Em março deste ano, foi declarada Capital Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro, muito por conta do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), no Quitandinha, que abriga o supercomputador Santos Dumont, que está entre os 100 supercomputadores mais poderosos do mundo e é considerada a máquina mais eficiente na América Latina.

O Serratec - Parque Tecnológico da Região Serrana,  também instalado em Petrópolis, tem se destacado na liderança de um dos principais ecossistemas de tecnologia e inovação do interior do estado do Rio de Janeiro, no Brasil. O Serratec tem gerado resultados que impactam positivamente o desenvolvimento regional, indicando ser um vetor estratégico para o crescimento socioeconômico da região e do estado nas próximas décadas.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Samir El Ghaoui, apontou os dados do setor de tecnologia do município. “Petrópolis é reconhecida como capital tecnológica do Rio de Janeiro, com mais de 400 empresas no setor de TI, responsáveis por mais de cinco mil empregos diretos e um faturamento que supera R$ 1,1 bilhão ao ano, segundo estimativas do Serratec”, destacou.

O governo do Estado também está na etapa final de elaboração do modelo do polo de inovação tecnológica, a ser instalado em Petrópolis, na antiga Fábrica de Café Solúvel, às margens da BR-040, que foi declarada de utilidade pública para fins de desapropriação, no Diário Oficial do Estado. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, “A conclusão fornecerá dados precisos sobre o número de empresas envolvidas, empregos a serem gerados e volume de investimentos previstos, bem como a definição de um cronograma para sua implementação. Em seguida, terá início um processo de planejamento participativo, com a colaboração de líderes empresariais, representantes do meio acadêmico e da prefeitura, visando a apresentação do projeto até o final do ano”, informou em nota.

Com tudo isso, como será o amanhã de Petrópolis? Responda quem puder!

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