Edição anterior (3997):
sábado, 06 de setembro de 2025


Capa 3997

Conta de luz permanece mais cara este mês

Cobrança extra chega a R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos

Foto:  Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil


Larissa Martins

Desde agosto, conta de luz passou a custar um pouco mais ao bolso dos consumidores, com a aplicação da Bandeira Tarifária Vermelha patamar 2. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) decidiu mantê-la neste mês de setembro por conta das condições de afluência dos reservatórios das usinas, abaixo da média, que não são favoráveis para a geração hidrelétrica. Em consequência, há necessidade de maior acionamento de usinas termelétricas, com elevados custos de geração.

A sinalização indica que os consumidores receberão as contas de energia elétrica com adicional de R$ 7,87 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Roberto Musser, Diretor de Inovação e Novos Negócios da Associação Comercial e Empresarial De Petrópolis (ACEP), e Doutor em Energia e Ambiente UFBA, ressalta que, embora a definição da bandeira seja feita a partir do cenário nacional de geração, condições regionais, como estiagens prolongadas em bacias específicas, também influenciam.

“Isso porque impactam diretamente o armazenamento de água e a disponibilidade hídrica para geração. É na pratica a vivência dos impactos das mudanças climáticas na vida cotidiana das pessoas. Além de fatores perceptíveis como frio e calor intenso o regime de chuvas também sofre com a instabilidade do clima. O período chuvoso, quando ocorre de forma irregular reduz a capacidade de recuperação dos reservatórios o que reduz significativamente o fornecimento de 'energia firme' aumentando a necessidade de utilização das termoelétricas e, consequentemente, a pressão sobre as tarifas”, explica.

Busca por descontos

O cenário de encarecimento da energia elétrica impulsiona ainda mais a procura por reduzir o valor final da conta. Nos últimos 12 meses, as pesquisas por “desconto na conta de luz” aumentaram 89%, alcançando 117 mil buscas no Google Brasil, segundo levantamento da Bulbe Energia, plataforma de energia renovável.

Em muitos casos, os brasileiros recorrem à energia solar, que além de ser limpa e sustentável, a geração proporia orooorciona uma economia líquida na conta de luz de todos os brasileiros de mais de R$ 84,9 bilhões até 2031, segundo estudo da consultoria Volt Robotics. Estes benefícios abrangem tanto quem tem quanto quem não tem sistema fotovoltaico instalado em seu imóvel.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), de julho até a metade de agosto, 115 mil novas unidades consumidoras passaram a ser abastecidas pela tecnologia fotovoltaica em telhados e pequenos terrenos. Neste período, com os 64 mil novos sistemas instalados, foram gerados mais de 19 mil empregos verdes e de qualidade no País.

Atualmente o Brasil possui 42 gigawatts (GW) de potência instalada na geração própria, segundo a ABSOLAR. Desde 2012, a modalidade atraiu ao Brasil mais de R$ 191,1 bilhões em novos investimentos e foi responsável por mais de 1,2 milhão de empregos verdes de qualidade.

Para Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, o avanço da energia solar é reflexo do alto potencial da fonte no Brasil, bem como do amplo apoio popular, com pesquisas que indicam que nove em cada dez brasileiros querem gerar a própria energia limpa e renovável.

“Embora o crescimento da energia solar demonstre um protagonismo robusto da fonte na matriz elétrica brasileira, a combinação com baterias trará ainda mais economia, segurança e autonomia aos consumidores, ajudando assim no processo de transição energética no País”, diz.

Segundo Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, a fonte solar também fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e eleva a competitividade dos setores produtivos brasileiros.

“Ao aproximar a geração de eletricidade dos locais de consumo, a tecnologia reduz o uso da infraestrutura de transmissão, alivia a pressão sobre os recursos hídricos e ajuda a diminuir as perdas em longas distâncias, o que contribui para a confiabilidade e a segurança em momentos críticos”, conclui Sauaia.

Dicas de economia

Na tentativa de ajudar a reduzir o impacto da conta de luz na vida doméstica, o arquiteto Bruno Moraes, à frente do escritório BMA Studio, enumerou algumas dicas que podem ser implementadas imediatamente e outras que podem ser consideradas por meio de instalações e dos eletrodomésticos.

Banho

Além do uso consciente dos recursos hídricos e elétricos, o profissional orienta sobre o uso do aquecedor a gás. Tendo em vista que o sistema oferece dois registros para ‘misturar’ a temperatura da água, ele sugere que o aquecedor já esteja programado na temperatura que o usuário mais gosta.

“Quando o indicador está mais alto, isso indica que o equipamento está esquentando água à toa e pagando mais energia”, analisa. Por isso, a recomendação é regular no gradiente que melhor agradar e não abrir o registro de água fria.

Para as residências com chuveiro elétrico, ele chama atenção para o risco de curto-circuito quando aberto com um volume muito baixo de água.

“Com o superaquecimento, é comum ocorrer a queima da resistência, que por sua vez impacta na diminuição da vida útil do equipamento. Por mais que seja prazeroso estar embaixo de uma água quentinha, o mais indicado é condicionar-se a banhos mais curtos”, aconselha.

Iluminação

O uso das fitas de LED é um meio interessante tanto para uma iluminação mais acolhedora, como para não pesar no consumo mensal de energia.

Pensando na iluminação geral da casa, o arquiteto orienta que seja feito sempre o uso de lâmpadas de LED, que já se popularizaram no mercado justamente por terem maior vida útil enquanto consomem muito menos energia.

“Para aqueles que acham a luz branca do led é sem graça e querem dar um charme a mais na decoração, sempre gosto de sugerir que apostem no uso pontual de lâmpadas de filamento ou luminárias. A luz mais usada da casa deve ser sempre a mais econômica”, explica.

Outro conselho prático, segundo o especialista, é pensar em um circuito de iluminação entre os cômodos da residência. De acordo com o arquiteto, dividir o ambiente em mais de um caminho possibilita acender apenas alguns spots de luz, ao invés de acionar tudo de uma única vez. Além de construir um clima mais aconchegante e criar diferentes cenários para o lar, evita-se que muitas lâmpadas estejam ligadas simultaneamente.

“Luminárias com sensor de presença também são boas alternativas para evitar desperdício de energia”, compartilha Bruno.

Equipamentos na tomada

De acordo com Bruno, ao contrário do que muitos pensam, deixar equipamentos, como o carregador do celular conectado à tomada, impacta sim no acréscimo da conta. Embora aparentemente consuma um volume mínimo em torno de 0,26 Watt , na somatória de uma casa com mais de um morador, o hábito impacta em um salto na cobrança mensal. “Trata-se do famoso consumo fantasma”, diz

No caso de eletrodomésticos que não podem ser retirados da tomada, como a geladeira, reduzir o gradiente de temperatura não interfere na conservação dos alimentos e coopera na economia.

Compra de eletrodomésticos

Orientação pouco analisada no momento da compra, o profissional recomenda verificar, além do preço, se o equipamento conta com o Selo Procel que indica atesta a eficiência e o consumo em kWh mensal.

Edição anterior (3997):
sábado, 06 de setembro de 2025


Capa 3997

Veja também:




• Home
• Expediente
• Contato
 (24) 99993-1390
redacao@diariodepetropolis.com.br
Rua Joaquim Moreira, 106
Centro - Petrópolis
Cep: 25600-000

 Telefones:
(24) 98864-0574 - Administração
(24) 98865-1296 - Comercial
(24) 98864-0573 - Financeiro
(24) 99993-1390 - Redação
(24) 2235-7165 - Geral