Especialista dá dicas para manter bons hábitos de consumo e evitar desperdícios
Larissa Martins
Desde dezembro, a conta de luz está mais barata para os consumidores. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) mantém a bandeira tarifária verde, que isenta a cobrança de taxas extras pelo consumo de energia elétrica.
Segundo a ANEEL, o país possui condições favoráveis de geração de energia, até o momento. Com o período chuvoso, os níveis dos reservatórios melhoraram, assim como as condições de geração das usinas hidrelétricas. Dessa forma, o acionamento de usinas termelétricas, que possuem energia mais cara, torna-se menos necessário.
Para entender melhor esse impacto, Roberto Musser, Diretor de Inovações e Novos Negócios da Associação Comercial e Empresarial de Petrópolis (ACEP) e Doutor em Energia e Ambiente, explica como funciona o acionamento.
“As chuvas permitem a elevação dos níveis de armazenamento de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas para patamares desenvolvidos. Um dos principais desafios são as mudanças climáticas, que alteram os ciclos de chuvas, causando, em alguns casos, escassez hídrica. O acionamento obedece a uma avaliação que considera, entre outras variáveis, o uso múltiplo da água. Quando as termelétricas são acionadas, os consumidores pagam a diferença entre o custo da geração hidrelétrica, que é mais barato, e o da termelétrica, que é mais caro. Dependendo dessa diferença, são acionadas as bandeiras amarelas e vermelhas, em dois estágios. Portanto, um período chuvoso regular contribui para a segurança energética, evitando o risco de déficit de energia e aumentos tarifários”, esclarece.
Fontes renováveis
Além das condições climáticas favoráveis, a diversificação da matriz energética também contribui para a redução dos custos e da dependência das termelétricas.
“A competitividade de custos das fontes de energia solar e eólica tem crescido, com custos de instalação e operação gradativamente menores e mais eficientes. Além disso, essas fontes emitem menos poluentes, contribuindo para a redução dos impactos das mudanças climáticas. Ao reduzir a necessidade de acionar termelétricas e diminuir a volatilidade dos preços, as energias renováveis ajudam a manter as tarifas mais benéficas a longo prazo. A expansão da geração solar em residências e empresas também aliviou a demanda sobre o sistema elétrico, contribuindo para a estabilidade tarifária”, observa Musser.
Dicas de economia
Roberto Musser reforça que, mesmo com condições favoráveis de geração, é crucial manter bons hábitos de consumo para evitar desperdícios e contribuir para a sustentabilidade do setor elétrico.
“A eficiência energética é uma questão cultural. O planeta tem recursos finitos e utilizá-los de forma racional, sem desperdício, deve ser uma busca permanente. No caso da energia, o impacto das mudanças climáticas é sentido diretamente. A conscientização individual e a adoção de hábitos de consumo eficientes são essenciais para um futuro energético mais sustentável”, aponta.
O especialista pontua algumas práticas que podem reduzir o consumo sem comprometer o conforto:
Iluminação: Substitua lâmpadas comuns por LED, que consomem menos energia e duram mais;
Eletrodomésticos: Priorize o uso de aparelhos com selo de eficiência energética (Procel ou Inmetro);
Ar condicionado: Regule a temperatura para cerca de 23°C e mantenha os filtros limpos;
Chuveiro elétrico: Reduza o tempo no banho e use a função "verão" em dias quentes;
Standby: Desligue os aparelhos da tomada quando não estiverem em uso, pois o modo standby consome energia;
Energia solar: Instale painéis solares para gerar energia limpa e reduzir a dependência da rede elétrica;
Uma curiosidade destacada por Musser é que quanto mais alto o som da TV, rádio, entre outros equipamentos, o consumo de energia torna-se maior.
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