Mauro Peralta - médico e ex-vereador
O Brasil insiste em seguir pelo caminho errado, ignorando bons exemplos e repetindo os mesmos equívocos. Como se não bastasse a recente fraude bilionária no INSS, que lesou aposentados e pensionistas e cuja conta sempre recai sobre o bolso do contribuinte, surgem, dia após dia, novas notícias negativas.
Na última quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou, por ampla maioria (315 votos), um projeto de lei que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531. A medida elevará os gastos públicos em 64 milhões de reais por ano, acumulando um custo de 256 milhões de reais por mandato de quatro anos. Esse valor inclui despesas com assessores e verbas parlamentares.
Para efeito de comparação, os Estados Unidos, com uma população de 341 milhões de habitantes, possuem 435 deputados federais. A proporção por lá é de cerca de um parlamentar para cada 784 mil habitantes. No Brasil, hoje, essa razão é de um para 411 mil pessoas. Com o aumento aprovado, passará a ser de um para 397 mil.
Essa decisão tem efeito cascata e poderá forçar o aumento no número de deputados estaduais e vereadores. Em Petrópolis, por exemplo, a Câmara Municipal, que hoje tem 15 vereadores, poderá chegar a 23. Tudo isso somado ao bilionário fundo partidário, às emendas parlamentares e a outros gastos públicos, enquanto seguimos carentes de saúde, educação e segurança de qualidade.
Enquanto aumentamos gastos, países desenvolvidos estão fazendo o oposto. Em 2024, cinco nações de primeiro mundo reduziram o número de parlamentares. Foram eles: Alemanha, Itália, Japão, Hungria e Romênia. A França discute um projeto semelhante e o partido português Chega, de direita conservadora, propõe reduzir os deputados de 230 para 150.
Será que, insistindo em marchar com a perna esquerda, somos mesmo os certos? Mais do que nunca, é preciso endireitar o rumo. Como dizia Margaret Thatcher, o Estado não tem outra fonte de recursos a não ser o dinheiro das pessoas. Não existe dinheiro público, existe apenas dinheiro do pagador de impostos. Endireita, Brasil.