Somente neste ano, 105 petropolitanos tiveram de ser atendidos
Daniel Xavier especial para o Diário
Com o crescimento de pessoas picadas por escorpiões no estado do Rio de Janeiro no início do ano, e a presença de outros animais peçonhentos, é necessário que a população petropolitana redobre a atenção. Dados enviados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostram que em 2024 até o dia 26 de maio , Petrópolis registrou 52 atendimentos de vítimas por aranhas. Com relação a acidentes com escorpião, já são 29 ocorrências. Casos envolvendo lagartas (13), serpentes (10) e abelha (um) também foram notificados. No total, são 105 acidentes.
Ainda em 2023, pode-se notar aumento considerável de vítimas de animais peçonhentos na cidade. As informações repassadas pela SMS ilustram que com relação à acidentes com aranhas, foram 125 atendimentos. Envolvendo escorpiões, foram 52. No caso das serpentes, o volume também chama a atenção: 27 ocorrências. Também foram notificados 19 casos com lagartas e dois com abelhas.
O Ministério da Saúde ressalta que existem distinções entre animais peçonhentos e venenosos. Caracteriza-se como espécime peçonhento aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm condições naturais para injetá-la em presas ou predadores. Essa condição é dada naturalmente por meio de dentes modificados, aguilhão, ferrão, cerdas urticantes, entre outras características.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Ricardo Patuléa, em épocas mais quentes, a incidência de acidentes com os animais peçonhentos na cidade é maior e o cuidado tem de ser redobrado.
As pessoas precisam ficar atentas aos cuidados que devem tomar para evitá-los. No entanto, no caso de picada, procure imediatamente a UPA Cascatinha, que é nossa unidade de referência para este tipo de ocorrência, e o local onde estão armazenados os soros, que serão utilizados de acordo com a necessidade após a avaliação do médico, explicou o secretário.
É importante também que as pessoas tentem registrar as características do animal que picou a vítima, como cor e tamanho do animal, já que a identificação ajuda no diagnóstico e tratamento, acrescentou.
Espécimes da região
No caso dos espécimes peçonhentos que são encontrados na cidade, estão as cobras jararacas, as aranhas armadeira e marrom, além do escorpião amarelo. O médico infectologista, Dr. José Henrique de Cunto, explica as características e reações que cada picada de um destes animais apresenta, e quais providências a vítima deve tomar após a ocorrência com algum deles.
Nos incidentes com a jararaca, o veneno causa inchaço na região da picada e pode levar a sangramentos. É importante a pessoa não garrotear a parte afetada pela peçonha da serpente, pois pode piorar a retenção do veneno e levar a um quadro mais grave. Já o acidente por aranha costuma provocar dor intensa no local. Em relação à picada da aranha marrom, esta pode causar uma lesão mais séria e, até mesmo, levar a uma necrose do membro afetado, detalha ele.
No caso da picada do escorpião, esta causa edema na região afetada. Caso seja vítima de acidente com este animal, é indicado lavar com água e sabão o local da picada, e se dirigir à unidade de saúde indicada para um diagnóstico mais detalhado. Se necessário, deverá ser aplicado soro para inativação da peçonha, explica.
Animais peçonhentos que são capturados devem ser encaminhados para o Corpo de Bombeiro ou empresas especializadas em manejos para serem levadas para o Instituto Vital Brazil, para serem usadas na produção de soros de vítimas que sofrem acidentes com peçonhentos.
Dicas de prevenção
A Secretaria de Saúde pontua quais os cuidados para prevenir acidentes com aranhas e escorpiões: manter o quintal e o jardim limpos; evitar plantas ornamentais, e manter a grama aparada; sempre ensacar o lixo; sacudir roupas e calçados, antes de usá-los; evitar que roupas de cama e cortinas encostem no chão; não utilizar árvores para pendurar os varais; rebocar o muro se for de tijolo vazado para cobrir furos e fendas; manter sótãos e porões limpos e organizados; e colocar tela nos ralos.
Para prevenir acidentes com serpentes, o uso de botas de borracha com cano alto ao percorrer locais com mato e arbustos, assim como na remoção de materiais de construção, é indicado; evitar passeios noturnos em áreas onde há floresta; manter o terreno de moradia limpo; e não matar seriemas, gaviões, corujas e gambás, que são os principais predadores naturais das serpentes.
Em caso de picada por cobra, aranhas ou escorpiões, nenhum tratamento caseiro deve ser feito. A vítima deve ser levada imediatamente à UPA Cascatinha, localizado na Rua Bernardo Proença, 500 Itamarati - Telefone: (24) 2246-8931.
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