Emanuelle Loli - estagiária
Os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelam um cenário alarmante no que diz respeito aos casos de estupro, tanto no Estado do Rio de Janeiro quanto no município de Petrópolis. A faixa etária mais afetada por esse crime brutal é a de crianças entre 0 e 10 anos. Além disso, de acordo com o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os agressores nessa faixa etária são da própria família.
Um reflexo desse cenário ocorreu na última quarta-feira (19), quando policiais civis da 106ª DP cumpriram um mandado de prisão definitiva contra um homem de 58 anos, condenado pelo estupro de sua própria filha, que na época dos fatos tinha apenas 10 anos de idade.
Em Petrópolis, entre 2014 e 2023, houve sete anos em que o maior número de casos de estupro registrados envolveu vítimas na faixa etária de 0 a 10 anos. No ano de 2023, a cidade contabilizou 88 casos de estupro, dos quais 30 ocorreram dentro dessa faixa etária.
No Estado do Rio de Janeiro, em todos os 10 anos de registros, a faixa etária de 0 a 10 anos apresentou o maior número de casos de estupro. Em 2023, foram contabilizados 4.759 casos no estado, dos quais 1.789 envolveram vítimas dessa faixa etária, representando mais de 37% do total.
Estupro de vulnerável no Brasil
De acordo com o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 2024, o cenário de estupros de crianças e menores de idade não se dá apenas à Petrópolis e ao Estado do Rio de Janeiro. Essa é uma triste realidade do Brasil inteiro. Segundo dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, as crianças de 0 a 4 anos representaram 11,1% das vítimas, as de 5 a 9 anos 18%, e aquelas entre 10 e 13 anos somaram 32,5%. Ou seja, vítimas com idade entre 0 e 13 anos constituem 61,6% dos estupros no Brasil.
Com relação ao vínculo com o autor, em todas as idades os conhecidos representam a maioria dos agressores, mas no caso de crianças de até 13 anos os familiares representam 64% dos autores. Entre vítimas de 14 anos ou mais, os familiares representam 31,2% dos agressores, seguidos de parceiros íntimos em 28,1% dos registros.
Como denunciar
Em caso de denúncia a população deve entrar em contato pelo whatsapp:(24) 99287-2659.
Veja também: