Neste domingo (17), ministra Nísia reforçou estratégia de dose única contra o HPV para pessoas de 9 a 14 anos. No Brasil, câncer cervical é o terceiro tumor mais incidente entre a população feminina
Atendendo ao chamado da Organização Mundial da Saúde (OMS) pela eliminação do câncer do colo do útero, o Brasil se uniu para dar visibilidade à pauta e conscientizar a respeito da importância da imunização. Neste domingo (17), o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, foi iluminado com as cores da campanha, como parte do Illumination Day. Na ação global, monumentos importantes são iluminados para chamar atenção à causa. No Brasil, são registrados em média 17 mil casos anuais de câncer cervical e cerca de 6,5 mil mortes. É o terceiro tumor mais incidente entre a população feminina, atrás apenas do câncer colorretal e de mama.
No dia de ação global para a eliminação do câncer do colo do útero, a ministra Nísia Trindade reforçou a estratégia adotada nesta gestão de dose única contra o HPV para pessoas de 9 a 14 anos, com vacinação nas escolas. “A retomada de políticas importantes, como a vacinação nas escolas, comprova a determinação do Governo Federal em, de fato, fazer essa mudança no Brasil. Como resultado, em 2023, aumentamos a cobertura vacinal em 42% quando comparado com 2022”, detalhou, explicando que também houve inclusão novos públicos em situação de vulnerabilidade para a imunização, como pessoas vítimas de violência sexual e usuários da PrEP.
“Essa estratégia é prioritária para nós. Prova disso é que em 2023 o Brasil avançou no enfrentamento a muitas outras doenças e reverteu a curva de retrocesso que vinha registrando desde 2016. Recentemente fomos recertificados pela eliminação do sarampo, marcando a recuperação do status das Américas como região livre de sarampo endêmico, mais um resultado da força do sistema de vacinação brasileiro. A vacinação depende do Ministério da Saúde, depende dos movimentos científicos e depende da mobilização da sociedade civil”, acrescentou a ministra Nísia Trindade, que foi homenageada pelo Movimento Brasil sem Câncer do Colo do Útero.
Em consonância com a estratégia global da OMS, a ministra Nísia também falou sobre a incorporação da tecnologia de testagem molecular no Sistema Único de Saúde (SUS). “Com apoio do Instituto Nacional de Câncer, estamos elaborando novas diretrizes, que serão submetidas à consulta pública dos cidadãos, para orientar a implantação nos estados e municípios para que, em breve, todos os usuários do SUS tenham acesso ao exame. Nós estamos transformando o campus do Inca, referência em oncologia no Brasil, em um moderno complexo de assistência, juntamente com o BNDES. Avanços importantes já foram conquistados e outros ainda estão por vir”, acrescentou.
Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, também presente na solenidade realizada aos pés do Cristo Redentor, declarou que esse é o único câncer com todas as ferramentas para eliminação. “Fazemos um chamado aos líderes do G20 para apoiar o acesso às vacinas contra o HPV para todas as meninas em todos os países, bem como o acesso ao rastreamento e tratamento para todas as mulheres que precisam. Vamos tornar realidade a eliminação do câncer do colo do útero”, defendeu.
“Parabéns ao Brasil por ser reverificado como livre de sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita. Com essa conquista, as Américas recuperam seu status de região livre de sarampo endêmico. Agradeço ao presidente Lula e à ministra Nísia Trindade, por sua liderança e comprometimento com a Saúde para Todos. Obrigado, minha irmã Nísia, por se juntar à ação global da OMS para proteger mulheres e meninas e eliminar para sempre o câncer de colo do útero”, complementou Tedros, reiterando que monumentos de todo o mundo estão brilhando de azul para um futuro livre de câncer cervical.
O Movimento Brasil sem Câncer do Colo do Útero, uma aliança formada por sociedades médicas e organizações de apoio ao paciente com câncer, como o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), foi representado na cerimônia pela oncologista Angélica Nogueira. "A vacinação nas escolas uma estratégia fundamental para garantir que a vacinação contra o HPV chegue a todos os jovens, independentemente de sua condição socioeconômica. Ao aplicar a vacina nas escolas, conseguimos atingir uma grande parte da população de forma eficiente e inclusiva. Nosso objetivo é criar uma geração de jovens protegidos contra o câncer do colo do útero, uma doença que pode ser evitada com a vacinação", comentou Angélica.
Câncer do colo do útero, uma doença imunoprevenível
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção genital persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano HPV. É um vírus sexualmente transmissível, frequente na população e o contágio pode ser evitado com o uso de preservativos. Além disso, imunização é a forma mais eficaz de se proteger do HPV e prevenir o desenvolvimento deste câncer.
A presença do vírus e de lesões pré-cancerosas podem ser identificadas com exame preventivo, conhecido como Papanicolau, e são curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante manter os exames preventivos em dia. Outros fatores de risco para o desenvolvimento deste câncer são o tabagismo e a baixa imunidade.
Podem se vacinar no Sistema Único de Saúde:
adolescentes de 9 a 14 anos;
vítimas de abuso sexual;
pessoas que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos com idade entre 9 e 45 anos.
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