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segunda-feira, 07 de abril de 2025


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Custo da cesta aumenta em 14 capitais em março

Foto: Pixabay
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O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 14 das 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre fevereiro e março de 2025, as elevações mais importantes ocorreram nas capitais do Sul: Curitiba (3,61%), Florianópolis (3,00%) e Porto Alegre (2,85%). Já as reduções foram observadas no Nordeste: Aracaju (-1,89%), Natal (-1,87%) e João Pessoa (-1,19%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 880,72), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 835,50), por Florianópolis (R$ 831,92) e Porto Alegre (R$ 791,64). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 569,48), João Pessoa (R$ 626,89), Recife (R$ 627,14) e Salvador (R$ 633,58). A comparação dos valores da cesta, entre março de 2024 e março de 2025, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações entre 1,83%, em Porto Alegre, e 9,69%, em Fortaleza.

Nos três primeiros meses do ano, o custo da cesta básica aumentou em todas as cidades pesquisadas, com taxas entre 1,01%, em Porto Alegre, e 8,51%, em Salvador. Com base na cesta mais cara, que, em março, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em março de 2025, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.398,94 ou 4,87 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00. Em fevereiro, o valor necessário era de R$ 7.229,32 e correspondeu a 4,76 vezes o piso mínimo. Em março de 2024, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.832,20 ou 4,84 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.412,00.

Cesta x salário mínimo
Em março de 2025, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 106 horas e 19 minutos, maior do que o de fevereiro, de 104 horas e 43 minutos. Já em março de 2024, a jornada média foi de 108 horas e 26 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em março de 2025, 52,24% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos e, em fevereiro, 51,46% da renda líquida. Em março de 2024, o percentual ficou em 53,29%.

Comportamento dos preços dos produtos da cesta
Em março de 2025, o preço do café em pó subiu em todas as cidades pesquisadas. Os aumentos variaram entre 3,92%, em São Paulo, e 14,48%, em Belém. Em 12 meses, todas as 17 capitais também apresentaram taxas positivas, com destaque para Goiânia (134,38%), Brasília (125,29%) e Vitória (116,28%). Os baixos estoques mundiais influenciaram a alta do café em pó no varejo.

O preço do tomate aumentou em 13 das 17 capitais, entre fevereiro e março de 2025. As maiores taxas foram verificadas nas capitais do Sul: Florianópolis (61,13%), Curitiba (52,13%) e Porto Alegre (49,68%). As quedas foram
registradas em Natal (-19,39%), João Pessoa (-18,61%), Recife (-15,89%) e Aracaju (-12,08%). Em 12 meses, o valor do tomate apresentou comportamento de preço diferenciado, com elevação em seis cidades. As variações foram de
3,12%, em Curitiba, a 13,70%, em Belo Horizonte. Houve redução em outros 11 municípios, destacadamente em Porto Alegre (-21,48%) e João Pessoa (-16,96%). A menor oferta da safra de verão explica a elevação de preços na maior parte das cidades.

O leite integral subiu em 10 capitas, com variações entre 0,14%, em Salvador, e 9,05%, em Vitória. O preço ficou estável em Campo Grande e diminuiu em outras seis capitais, com destaque para João Pessoa (-2,28%). Em 12 meses, o leite apresentou elevação em todas as cidades, as maiores em Natal (21,98%), Aracaju (18,18%) e Vitória (16,69%). A entressafra reduziu a oferta e a demanda seguiu firme, por isso a alta do derivado na maior parte das capitais.

O preço do quilo da carne bovina de primeira baixou em 15 capitais, entre fevereiro e março de 2025. As reduções oscilaram entre -4,18%, em Aracaju, e -0,60%, em São Paulo. As elevações ocorreram em João Pessoa (2,09%) e Recife (0,12%). Em 12 meses, o valor médio do quilo aumentou em todas as cidades, com destaque para as taxas de Fortaleza (29,44%), São Paulo (28,17%) e Brasília (27,31%). A maior oferta interna de carne, apesar da resistência dos produtores em reduzir o preço, resultou em queda de valor na maior parte das capitais brasileiras.

Em março de 2025, o preço do arroz agulhinha diminuiu em 15 das 17 cidades, com variações entre 7,21%, em Fortaleza, e -0,17%, em Porto Alegre. As altas ocorreram em São Paulo (4,65%) e Florianópolis (2,12%). Já em 12 meses, 14 cidades tiveram retração do preço médio. As maiores quedas foram registradas em Goiânia (-10,30%), Porto Alegre (-8,83%) e Recife (-8,58%). Os aumentos acumulados ocorreram em São Paulo (4,11%), Salvador (3,58%) e Campo Grande (2,21%). A queda do preço do arroz importado e a maior oferta reduziram as cotações do grão.

O preço do óleo de soja baixou em 13 capitais. As reduções oscilaram entre -6,17%, em Fortaleza, e -0,25%, em Vitória. A maior alta ocorreu em Campo Grande (1,16%). Em 12 meses, o valor médio do óleo de soja acumulou alta em todas as cidades, com taxas entre 24,90%, em Recife, e 41,82%, em Campo Grande. A perspectiva de uma safra positiva explica a queda de preços do óleo no varejo, apesar da forte demanda pelo produto bruto, tanto para o setor alimentício quanto para a indústria de biocombustíveis.

Rio de Janeiro
Em março de 2025, o preço da cesta básica da cidade do Rio de Janeiro apresentou aumento de 2,53% em relação a fevereiro de 2025. Seu custo foi de R$ 835,50, a 2a cesta mais cara dentre as capitais pesquisadas. Em comparação com março de 2024, a cesta acumula elevação de 2,86%. Nos três primeiros meses de 2025, a cesta variou 7,14%. Entre fevereiro de 2025 e março de 2025, sete dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram aumento nos preços médios: o tomate (20,84%), o café em pó (10,73%), a manteiga (2,82%), a batata (2,24%), o leite integral (1,44%), a banana

(1,26%) e o óleo de soja (0,38%). Os outros seis produtos apresentaram queda de preço: a farinha de trigo (-3,48%), o feijão preto (-2,77%), o arroz agulhinha (-1,34%), o açúcar refinado (-1,08%), a carne bovina de primeira (-0,87%) e o pão francês (-0,31%). No acumulado dos últimos doze meses, foram registradas elevações em seis dos 13 produtos: o café em pó (98,33%), o óleo de soja (37,46%), a carne bovina de primeira (21,73%), a manteiga (10,29%), o leite integral (8,14%) e o pão francês (4,93%).

Apresentaram diminuição de preços a batata (-42,15%), o feijão preto (-28,95%), a banana (-20,33%), a farinha de trigo (-8,81%), o arroz agulhinha (-6,23%), o tomate (-4,39%) e o açúcar refinado (-1,93%). Em março de 2025, o trabalhador do Rio de Janeiro remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.518,00 precisou trabalhar 121 horas e 05 minutos para adquirir a cesta básica. Em fevereiro de 2025, o tempo de trabalho necessário havia sido de 118 horas e
06 minutos. Em março de 2024, quando o salário mínimo era de R$ 1.412,00, o tempo de trabalho necessário era de 126 horas e 33 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em março de 2025, 59,50% de sua remuneração para adquirir os produtos da cesta básica - que são suficientes para alimentar um adulto durante um mês. Em fevereiro de 2025, este percentual foi 58,04% e, em março de 2024, 62,19%.

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