Linha Verde lança campanha de conscientização e pede ajuda da população petropolitana para contribuir com informações a fim de combater o crime
Larissa Martins especial para o Diário
O Linha Verde, programa do Disque Denúncia do Rio de Janeiro específico para recebimento de denúncias sobre crimes ambientais, lançou a 26ª edição da campanha Disque Balão, na última segunda-feira. A iniciativa é promovida todo ano em abril e se estende até o dia 15 de setembro, em virtude da grande incidência de soltura de balões para comemorar o Dia das Mães, Dia de São Jorge e Festa Junina.
No ano de 2023, o programa recebeu 116 denúncias envolvendo grupos de baloeiros, locais de comercialização, fabricação ou soltura de balões, 68% a mais do que no ano de 2022. Com auxílio dessas denúncias, o Comando de Polícia Ambiental e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, apreenderam pelo menos 315 balões, além de buchas, lanternas, bocas de balão e fogos de artifício.
No entanto, quando o cenário de Petrópolis é analisado, é possível perceber que os números são quase inexistentes. Dentro de cinco anos, o Linha Verde cadastrou apenas 13 denúncias, envolvendo a soltura do artefato. Isso porque os moradores da região não têm contribuído com informações sobre locais de fabricação, comercialização e soltura dos itens. Recentemente, houve apenas uma denúncia em 2023 e nenhuma este ano.
Renato Almeida, Coordenador Geral do Disque Denúncia, alerta que é crime e pode gerar inúmeros problemas ambientais e sociais. Um balão no ar passa a ser um lança chamas a deriva. Perde-se o controle do local de sua queda podendo cair em aeroportos, refinarias, áreas florestais e residências ou nas fiações acarretando transtornos para toda a população. As denuncias ajudam a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, o Comando de Polícia Ambiental, a Delegacia de Meio Ambiente e a Superintendência de Combate aos Crimes Ambientais, no planejamento de operações contra balões não tripulados, conclui.
Como o Município de Petrópolis possui diversas Unidades de Conservação, é importante ressaltar que nas florestas as principais cargas combustíveis são constituídas por material celulósico, rico em carbono e resinas presentes em certas árvores que, além de ricas em cadeias de carbono, são facilmente volatilizáveis. Por isso, o ato pode provocar incêndios florestais, que causam grandes impactos, colocando em perigo toda comunidade localizada nas proximidades da área afetada.
No ano passado, o Corpo de Bombeiros Militar registrou 159 focos de incêndio na cidade, sendo que 94,34% deles ocorreram no período de 17/04 a 31/12. Só neste ano já foram 17 acionamentos para fogo em vegetação.
Por isso em meados de junho a Secretaria de Defesa Civil costuma lançar o Plano de Contingência, que estabelece os procedimentos a serem adotados nas ações de prevenção, preparação e resposta do município durante o período de estiagem. O planejamento para o período de inverno reúne ações que visam a identificação e mitigação de riscos, além da orientação à população.
Denúncias
É importante ressaltar que a polícia não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, por isso a denúncia é valiosa, permitindo que a as autoridades identifiquem com mais rapidez esses locais. A ligação é anônima e a população pode fazê-la através do telefone: (21) 2253-1177 e 0300 253 1177, ambos com WhatsApp anonimizado (técnica de processamento de dados remove ou modifica informações que possam identificar uma pessoa) ou então pelo App "Disque Denúncia RJ", o site www.disquedenuncia.org.br e a FanPage no facebook ( www.facebook.com/linhaverdedd ).
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