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Detox Digital: prática traz benefícios para a saúde mental e produtividade no dia a dia

“Na era digital, os indivíduos têm acesso a um grande volume de informações simultâneas, o que contribui para a sensação de inquietação mental”, diz psicóloga

Foto: Acervo Pessoal
Foto: Acervo Pessoal

Mariana Machado estagiária

Você já se perguntou quanto tempo de tela é considerado saudável no seu dia a dia? Seja no celular, computador ou televisão. Segundo uma pesquisa da empresa NordVPN, 94% dos brasileiros, que participaram, afirmaram usar celulares na cama, seja ao deitar para dormir ou ao acordar. Outra pesquisa da empresa revelou que os brasileiros passam 92 horas por semana conectados na internet, uma média de 13 horas por dia.

Com isso, o detox digital pode contribuir para a melhora do bem-estar mental, diminuição dos sintomas de ansiedade e pode reconectar o indivíduo com as pessoas a sua volta, hobbies e interesses.

A psicóloga Luiza Fragelli comenta sobre os malefícios do uso excessivo do celular para a saúde mental. “Na era digital, os indivíduos têm acesso a um grande volume de informações simultâneas, o que contribui para a sensação de inquietação mental. Além disso, o acesso à vida pessoal de conhecidos, desconhecidos, artistas e influencers, é um fator perigoso para a comparação de sua vida pessoal com a vida dos demais. Por vezes, o sentimento de insuficiência pode se fazer presente ao sermos expectadores do palco da vida alheia”.

As redes sociais são programadas para manter seus usuários presos o maior tempo possível, como é mostrado no documentário “O Dilema das Redes”, ressalta a psicóloga. A obra dá espaço a depoimentos de ex-funcionários de grandes empresas de tecnologia, que explicam como funciona a construção intencional das redes sociais que influenciam o usuário a consumir cada vez mais conteúdos. “Certamente, esse tempo poderia ser investido em outras atividades fora das telas, não somente no campo do trabalho, mas também no campo do autocuidado e de conexões na vida off-line”, diz a profissional.

Questionada sobre dicas a quem quer começar o detox digital, a psicóloga diz que “É preciso descobrir o que funciona melhor pra você, como excluir aplicativos, usar apps que limitam o tempo de tela ou, de fato, desligar os dispositivos eletrônicos. Outro ponto importante é ter com clareza qual é o seu objetivo em passar mais tempo fora das telas. Se responda aos seguintes questionamentos: o que eu ganharia obtendo mais tempo off-line? Como eu usaria o meu tempo livre? O que eu verdadeiramente perco estando fora das redes sociais?”.

Hoje em dia é usada a expressão FOMO (Fear of Missing Out, em inglês), que expressa o medo das pessoas de ficar off-line e perder algo por não estar conectado, o que é um grande empecilho para quem quer diminuir seu tempo de tela.

Além disso, Luiza Fragelli acrescenta que “estamos acostumados a viver em um mundo onde conseguimos acessar a vida de alguém, onde temos acesso a notícias e onde falamos com quem precisamos a qualquer momento e a qualquer hora do dia. Essa sensação de urgência dificulta o afastamento das redes. Precisamos aprender a viver novamente em um mundo onde nem tudo é pra já - é um exercício de paciência”.

Sendo assim, há alguns sinais a se observar, para entender se você precisa de um detox digital, por exemplo: o uso descontrolado das telas, como na hora de fazer as refeições ou ao utilizar no banheiro; a constante necessidade em checar o aparelho, mesmo sem ter recebido alguma notificação; a dificuldade ou incapacidade em assistir a séries, filmes ou permanecer em atividades mais longas sem mexer nas redes sociais; até mesmo a percepção de sintomas como maior falta de atenção, dificuldade com a memória e aumento da facilidade em se distrair ao realizar alguma atividade. Segundo a psicóloga, esses são fortes indícios do vício em telas.

Já um relacionamento saudável com as telas é quando o tempo de tela é limitado, e seu uso não atrapalha a convivência social, não dificulta a realização das atividades diárias obrigatórias, de lazer e de cuidado. “Ou seja, tirando os casos em que a pessoa trabalha com as redes sociais, o tempo gasto com as telas é muito inferior ao tempo gasto vivendo off-line”, esclarece.

Para as pessoas que trabalham com redes sociais, ou aparelhos digitais, o detox pode ser ainda mais benéfico. “O indivíduo que trabalha com as redes sociais já possui um tempo de tela superior ao de quem não tem esse meio de trabalho. Portanto, se juntarmos o tempo nas redes para o trabalho mais o tempo nas redes para o lazer e entretenimento, a média diária de uso pode tornar-se abusiva. É interessante separar o dispositivo do trabalho e o pessoal, ou ainda ter um número diferente para o trabalho, para que assim, exista uma maior facilidade em fazer essa separação. O detox digital contribui para que o indivíduo possa se conectar novamente com o aqui e o agora, com atividades manuais, e até mesmo com as pessoas ao seu redor, sendo assim, os ganhos relacionados à saúde mental são muitos”, conclui a psicóloga.

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