“O Que Fiz de Mim” foi todo gravado com aparelhos celulares e acessórios mais leves
Mariana Machado estagiária
O docudrama foi realizado inteiramente na cidade, e é parte documental, que registrou a performance teatral e os processos criativos e bastidores, além da apresentação ao público, que aconteceu no dia 29 de setembro, que também estará presente no filme. A outra parte é composta por uma história fictícia, que narra os bloqueios criativos de uma artista na hora de produzir uma pintura, e enquanto busca inspiração pra realizar a obra, tem vários pensamentos depressivos e suicidas.
O diretor de fotografia, Wendel Fernandes, conta que o filme “envolve dança, música, pintura, teatro e toda a parte audiovisual. Também fala sobre as pressões sociais, sobre depressão e suicídio. Ele tem esse foco em questões psicológicas dentro da vida dos artistas”, e tem duração prevista de até 25 minutos.
A obra foi gravada em diversos locais da cidade, como no centro histórico, no centro de cultura Raul de Leoni, no bairro Pedras Brancas e nos espaços de alguns apoiadores do projeto, no Studio Fátima Cruz e no Hiper Shopping no Alto da Serra. Além disso, toda a equipe é natural de Petrópolis.
O diretor de fotografia considera fundamental para a cidade projetos como este, principalmente porque movimenta o comércio local. “Nesse projeto foram 13 pessoas envolvidas diretamente e de diversas áreas das artes e do audiovisual, além de empresas e pessoas que participaram indiretamente fornecendo transporte, comida, figurino, contando também com as telas e tintas dentre outras coisas”.
A diretora do docudrama, Ester Gastaldo, conta que o objetivo da obra é “debater e mostrar que a depressão atinge qualquer pessoa independente de classe social ou econômica, e que é uma doença que atinge a saúde mental, é um dos pontos fortes do nosso projeto, causando pensamentos e debates sobre o assunto”.
O projeto surgiu “por conta de alguns posts lidos na internet sobre a questão da depressão e automutilação. Pegamos relatos e pensamentos vividos também pela equipe e fizemos a liberdade poética em cima disso”. O roteiro começou a ser elaborado pelo Wendel e pela Ester, e em seguida foi conversado com toda a equipe, que também contribuiu para o filme, principalmente na parte documental, que nasceu dos encontros e ensaios realizados.
Além disso, uma curiosidade muito interessante da produção é que ela foi toda gravada com celulares. A diretora conta que foi um processo experimental, “Nós como parte técnica quisemos explorar uma nova face do cinema que é o cinema mobile, gravado com o celular em alta qualidade para que não se perca conforme os anos com a evolução do cinema”.
O fotógrafo ressalta também que “uma característica do nosso projeto foi que a maioria dos integrantes fizeram o curso de audiovisual do colégio Dom Pedro II (EMI), inclusive eu sou um dos que se formou lá”. Além disso, o projeto é feito por maioria de mulheres, e também por pessoas LGBTs, e teve incentivo da Lei Paulo Gustavo, e apoio do Hiper Shopping e do Studio Fátima Cruz.
O “pré-filme” será exibido novamente nesta quinta-feira (10) na Estácio Petrópolis, e contará com uma palestra, dos dois diretores, sobre a questão técnica do filme, a preparação, atuação, direção e produção, além de abordar a questão da saúde mental, mostrada no filme.
O projeto conta ainda com inclusão da Língua Brasileira de Sinais (Libras) em todo o material de divulgação e no próprio filme, e “possibilitará que todas as salas do Centro de Cultura Raul de Leoni tenham placas táteis com o sistema Braille, além de legendas e linguagem simples nas peças de divulgação”.
Segundo a diretora, o filme ainda não tem data de divulgação, mas que “com toda certeza estará nas mídias sociais”, @oquefizdemim_docudrama no Instagram.
“O filme tem essa imersão de possibilidades diversas de linguagens, metalinguagem e um cinema possível de se fazer na nossa cidade. Principalmente, queremos, se possível, incentivar que trabalhos até melhores venham futuramente”, conclui Wendel Fernandes.
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