A exibição internacional do filme ocorrerá no dia 28 de junho, às 19h, na Galeria Arte da Graça, em Lisboa
O documentário “Cidade Esquecida”, obra sensível e contundente sobre os moradores em situação de rua de Petrópolis, atravessa o Atlântico e será exibido em Lisboa, durante a exposição coletiva “O Dom da Artesania”, idealizada pelo artista visual e curador Cocco Barçante, em parceria com artesãos do Brasil e de Portugal. A mostra ocupa a Galeria Arte da Graça entre os dias 5 de junho e 6 de julho, reafirmando os laços culturais que unem os dois países e ampliando o alcance de expressões artísticas que dialogam com o social.
Dirigido pelo cineasta Rodolfo Medeiros e com produção executiva da jornalista Marise Simões, “Cidade Esquecida - um documentário sobre os moradores em situação de rua de Petrópolis” lançou seu olhar inaugural em novembro de 2024, com uma pré-estreia marcante no Cine Teatro Humberto Mauro, no Centro de Cultura Raul de Leoni, em Petrópolis. Desde então, o filme tem percorrido escolas e salas de cinema, promovendo encontros, reflexões e debates em torno de uma das questões mais urgentes e invisibilizadas da contemporaneidade: a vida de quem habita as ruas.
Além do registro factual “Cidade Esquecida” é um mergulho profundo na experiência do outro. Em um mosaico de depoimentos colhidos com empatia e rigor ético, cinco moradores em situação de rua narram suas trajetórias, desvelando histórias entrecortadas por sonhos, perdas, resistências e silêncios. A obra recusa estigmas e oferece um retrato plural, fiel e profundamente humano das existências que resistem às margens do sistema.
“A vida dessas pessoas é marcada por múltiplos desafios, que vão desde o desemprego, questões familiares, dependência química, problemas de saúde mental, até a ausência de políticas públicas efetivas. Alguns ainda nutrem o desejo de deixar as ruas; outros, por diferentes razões, escolheram permanecer nelas, enquanto muitos, tristemente, já perderam a esperança”, destaca Marise Simões, que celebra a participação do filme na mostra internacional como “uma conquista grande e simbólica”.
Segundo ela, o convite para integrar “O Dom da Artesania” partiu do próprio curador Cocco Barçante, que já havia demonstrado interesse pela potência do filme. “É uma honra participar de um evento que celebra a cultura e a arte, como também o empreendedorismo, aproximando Brasil e Portugal em torno de valores comuns”, reforça a jornalista.
O diretor Rodolfo Medeiros destaca o caráter reflexivo e visceral do documentário. “Há sempre uma curiosidade em torno dos moradores em situação de rua: ‘O que os levou até ali?’ O filme dá voz a essas pessoas, que, em primeira pessoa, compartilham suas dores, desejos e perspectivas. É impactante perceber como falam sobre os mesmos temas sobrevivência, medo, esperança mas cada um sob uma ótica distinta, marcada por vivências únicas”, observa.
A exibição internacional do filme ocorrerá no dia 28 de junho, às 19h, na própria Galeria Arte da Graça, onde a exposição “O Dom da Artesania” reunirá 16 artistas brasileiros e 10 portugueses, promovendo, ao longo de um mês, oficinas e eventos que reforçam os vínculos culturais entre os dois países.
A mostra transcende a simples apreciação artística e se afirma como um espaço aberto ao diálogo, onde a arte se entrelaça com questões sociais, políticas e existenciais.
Neste contexto, a exibição de “Cidade Esquecida um documentário sobre os moradores em situação de rua de Petrópolis” amplia ainda mais seu alcance e importância, levando de Petrópolis ao mundo um grito silencioso por dignidade, memória e transformação.
O filme foi viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo (LPG), por meio do Edital de Produções Audiovisuais da Prefeitura de Petrópolis, com apoio do Governo Federal. Sua realização reafirma o papel do cinema como ferramenta de conscientização e transformação social.
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