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Dois anos após tragédia, Petrópolis tem reforço em prevenção a chuvas em toda a cidade e estradas reconstruídas pelo Governo do Estado

Obras incluem o reforço estrutural do túnel extravasor, drenagem, contenção de encostas e recuperação de ruas

Foto: Rafael Campos
Foto: Rafael Campos

Ascom Gov/RJ

Ao ver as imagens da tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul, o eletricista Hélito Fraguas, de 44 anos, morador de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, recorda o sentimento de temor que viveu por décadas. Hoje, porém, o medo de perder a casa, os amigos e familiares foi amenizado com as obras do túnel extravasor do Rio Palatino. A intervenção, que tem prioridade dentro das ações do governo Cláudio Castro para prevenção às chuvas, era muito aguardada pelos petropolitanos. Há duas semanas, o Governo do Estado iniciou a etapa de concretagem no fundo do túnel.

-  Em 1995, tive a minha casa arrastada pela chuva comigo, minha mãe e meu pai dentro. Em fevereiro de 2022, depois da chuva, por causa das infiltrações no fundo do túnel extravasor, dezenas de crateras foram abertas nas ruas. Eu caí em uma delas e tive a minha perna direita esmagada. Desde então, já passei por 11 cirurgias. Todos nós moradores de Quissamã ficaremos mais tranquilos com essa concretagem do fundo do túnel conta Fraguas.

O extravasor tem papel estratégico para mitigar alagamentos no Centro Histórico de Petrópolis durante as chuvas de verão. Atualmente, cerca de 70 funcionários atuam em diferentes frentes de trabalho para a recuperação da estrutura do túnel, que tem mais de três metros de extensão entre o Centro e o bairro Itamarati. Essa é a primeira intervenção realizada na galeria subterrânea do túnel desde sua criação, há mais de 60 anos.

-  O Governo do Rio tem trabalhado muito e estamos avançando na reconstrução de Petrópolis. São obras que deixam a cidade mais segura com relação às chuvas do verão. Muitas delas foram fundamentais para que a cidade voltasse à normalidade após a tragédia de fevereiro de 2022 ressalta o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.

Os investimentos de quase R$ 700 milhões do Governo do Estado para mitigar os problemas ocasionados pelas fortes chuvas abrangem toda Região Serrana. Por meio da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas, foram investidos mais de R$ 521 milhões na região. No total são 16 obras, 15 já concluídas. Entre elas, está o reforço estrutural do túnel extravasor, além de obras de drenagem, contenção de encostas e recuperação de ruas. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ) investiu R$ 172,5 milhões para recuperação da RJ-107, RJ-130 (Terê-Fri) e da RJ-142, em Friburgo.

Os resultados das obras do Estado do Rio em Petrópolis já foram percebidos nas chuvas que atingiram a cidade em março deste ano. Dono de uma concessionária de carros na Rua Washington Luiz, no Centro, próximo ao Rio Quitandinha, Fabini Hoelz, de 47 anos, conta que, ao contrário do que ocorreu em 2022, as recentes chuvas não causaram prejuízos aos comerciantes da localidade. O comerciante lembra que há dois anos, logo após a tragédia das chuvas, o cenário visto na região era devastador.

-  Depois da chuva de 15 de fevereiro de 2022, metade da rua virou rio. Os muros de contenção do Rio Quitandinha desabaram. Agora, pode ter um terremoto que o muro não vai ceder. É uma obra admirável comemora o comerciante.

Segundo Hoelz, além dos resultados positivos com as obras depois das chuvas, ele também recebeu do Estado do Rio um alento financeiro. A sua concessionária de carros foi uma das 3.300 empresas de Petrópolis beneficiadas pelos empréstimos da Agência Estadual de Fomento (AgeRio).

-  Essa ajuda da AgeRio às empresas é muito importante porque, além da pandemia, tivemos um desaquecimento da economia de Petrópolis após a tragédia das chuvas. Muitos comerciantes fecharam as portas e outros até reduziram os salários dos funcionários. Essa ajuda do governo estadual foi fundamental lembrou Hoelz.

As intervenções do governo estadual podem ser vistas em todo município. Desde as conclusões das obras para contenção de encostas na Avenida Portugal, aos avanços nas complexas obras do túnel extravasor do Rio Palatino, a recuperação da Rua Washington Luiz, as cortinas de contenção fixadas na Rua 24 de Maio, além da limpeza e desassoreamento de rios e canais de Petrópolis.

Os trabalhos de dragagem e desassoreamento do Lago de Nogueira, que fica na Avenida Milton Carvalho, a poucos metros da Praça de Nogueira, atende uma antiga reivindicação dos moradores. Entre eles, o aposentado Alberto Rodrigues Branco, de 67 anos. O senhor, que costuma se sentar na beira do lago para ver a recuperação do local, conta que acompanha o lago por mais de 60 anos.

-  Quando criança, eu tomava banho nesse lago. Era lindo, aqui tinha aves, peixes e muitos pés de magnólia. Aos poucos, foi se acabando. Antes dessa dragagem, quando chovia, as comportas não davam vazão. Agora, está ficando lindo novamente. Estou muito feliz por isso comemora o aposentado.

Pelo programa Limpa Rio, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), foram investidos mais de R$ 44 milhões na limpeza e desassoreamento de rios e canais de Petrópolis. Desde 2022, já foram removidos 248.578 metros cúbicos de sedimentos em uma extensão de 28 km de rios e canais da Cidade Imperial.

Ainda com o objetivo de atender as vítimas da maior tragédia da Região Serrana, o Governo do Estado, pela Secretaria de Estado de Habitação de Interesse Social, está construindo 500 moradias em Teresópolis - investimento que ultrapassa R$97 milhões. Em agosto de 2023, o governo entregou as chaves das 153 moradias do Conjunto Carmen Portinho, em Areal. Já em Petrópolis, serão construídas, pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, unidades habitacionais nos bairros Mosela, Benfica e Vila Cuiabá.

Prevenção em toda região metropolitana

O Governo do Rio investe, desde 2021, R$ 4,3 bilhões em obras de infraestrutura em todo o estado. Apenas na região metropolitana foram investidos mais de R$ 571,7 milhões, entre 2023 e 2024, em obras de infraestrutura que previnem os transtornos causados pelas fortes chuvas na Região Metropolitana. No total são 36 obras de drenagem e contenção de encostas, sendo 13 em fase de contratação. Além disso, o Plano de Contingência para as Chuvas prevê que, em 2024, mais de R$ 3 bilhões sejam destinados à prevenção. São investimentos em equipamentos de última geração, que vão aumentar a rapidez no tempo de resposta, dar mais suporte às ações e contribuir para salvar vidas.

O Sistema de Alerta de Cheias, do Inea, monitora em tempo real, desde 2008, o nível dos rios e da chuva. A ferramenta conta com uma rede composta por 104 estações instaladas em 35 municípios fluminenses que monitoram 61 cursos dágua. O Programa Limpa Rio já retirou 2.500.300 metros cúbicos de sedimentos em 303 corpos hídricos, totalizando uma extensão de 321 km.

Já a Defesa Civil, que recebeu investimentos de cerca de R$ 1 bilhão em tecnologia por meio do Corpo de Bombeiros, conta com diversas ferramentas para a prevenção de desastres, como o Sistema de Monitoramento, Alerta e Alarme, com 202 sirenes e 70 pluviômetros mantidos pelo Governo do Estado.

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