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Dois pesos, duas medidas

- Mauro Peralta é médico e ex-vereador

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Como ensina a Bíblia: “O Senhor detesta as balanças falsas, o que lhe agrada são pesos exatos” (Provérbios 11:1). Essa máxima nos lembra da importância de justiça e imparcialidade, valores que parecem estar em falta em muitos aspectos da atual conjuntura política, judiciária e midiática no Brasil.

No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, muitos jornalistas da grande imprensa tradicional não hesitavam em vociferar adjetivos como “genocida”, “negacionista” e “incompetente” em alto e bom som, sem qualquer reserva. No entanto, diante dos milhares de mortos por dengue em 2024, um número superior à soma dos últimos oito anos, o silêncio é ensurdecedor. O governo federal adquiriu menos de 5 milhões de doses para uma população de mais de 212 milhões de habitantes, enquanto 65,8% dos municípios brasileiros permanecem desabastecidos de imunizantes para doenças evitáveis.

O dólar ultrapassando os 6 reais, a fuga de capitais e aumento da taxa de juros para conter a inflação, que já superou o teto da meta, refletem o impacto de um governo esquerdista gastador que tenta, a todo custo, tirar o que for possível da população. Mesmo com a arrecadação recorde de mais de 3,6 trilhões de reais arrancados dos brasileiros por meio de impostos apenas em 2024, os gastos aumentaram muito mais. O déficit nominal alcançou mais de 1,1 trilhão no ano, o maior da história do país. Se o teto de gastos criado no governo Temer tivesse sido mantido, não haveria tanto descontrole fiscal. O Ministério da Fazenda, comandado pelo ministro Fernando Haddad, popularmente conhecido como Taxad, alterou a metodologia de cálculo do déficit público, excluindo o dinheiro recebido da venda de estatais, o que transformou o superávit do último ano do governo Bolsonaro em déficit. Mesmo assim, o déficit atual é maior do que no auge da pandemia e muito superior ao registrado ao final do governo Bolsonaro.

Em 2024, o real perdeu cerca de 22% do valor em relação ao dólar e 66% em relação ao Bitcoin, ilustrando a perda de poder de compra da moeda nacional. Nesse cenário, o reajuste do salário mínimo de 1412 para 1518 reais, na prática, representou uma redução de 290 para 244 dólares, ou de 0,00672 para 0,00244 Bitcoin. Da mesma forma, quem investiu 1000 reais na renda fixa brasileira no início do ano terminou 2024 com cerca de 1100 reais, o equivalente a uma queda de 205 para 176 dólares. Com a inflação corroendo os ganhos, já se espera novas altas na taxa de juros em 2025.

Agora, o governo anunciou que monitorará as contas bancárias de todos que movimentarem mais de 5 mil reais por mês. Se entrarem 2500 e saírem 2500 reais de sua conta, você já estará no radar. Enquanto isso, os gastos com o cartão corporativo do Sr. Lula e de sua esposa, Dona Esbanja, permanecem sob sigilo por 100 anos. Mas por quê? Para que criar uma cascata artificial na Granja do Torto em Brasília, comprar móveis de luxo, viajar pelo mundo ficando em hotéis caríssimos, entre outras extravagâncias? Agora, ainda querem implantar o Drex, uma moeda digital criada pelo Banco Central, que infelizmente servirá como um instrumento para ampliar ainda mais a vigilância estatal, caracterizando uma quebra de sigilo disfarçada de “controle fiscal”.

Temos uma das maiores cargas tributárias do mundo e, ainda assim, querem aumentar ainda mais. E a impressão é de que, quanto mais gastam em serviços públicos, piores eles se tornam. Infelizmente, quem não teve o conhecimento necessário para tirar o dinheiro do país acabou ficando bem mais pobre, aguardando as promessas do presidente descondenado de que a picanha e a cervejinha estão a caminho. O ano de 2025 exigirá um duro ajuste fiscal, ou enfrentaremos uma crise severa. Felizmente, não há mal que dure para sempre, e a guinada que o mundo pode dar com a eleição de Trump nos EUA, eleito com a promessa de criar uma reserva nacional em Bitcoin, pode inspirar o Brasil. Quem sabe, em 2026, nosso país não consiga se endireitar?

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