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quarta-feira, 29 de janeiro de 2025


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Dona Neusa e Brizola

Mauro Magalhães - Ex-deputado e empresário

 Foto: Família Brisola/Arquivo Pessoal
Foto: Família Brisola/Arquivo Pessoal

Nos últimos dias 21 e 22 ( de janeiro), eu e outros amigos do querido casal nos lembramos dos aniversários de Dona Neusa e seu marido,  Leonel Brizola.

Leonel Brizola,  como muitos políticos históricos e brizolistas devem saber,  teria completado 103 anos,  no dia 22 de janeiro deste 2025.

Dona Neusa,  um ano mais velha ( ela nasceu em 21 de janeiro de 1921, enquanto Brizola nasceu no dia 22 de janeiro de 1922), teria feito 104 anos.

Eu conheci Leonel Brizola,  meu adversário político, nos anos 60, quando ele venceu,  com recorde de votos,  pelo Partido Trabalhista Brasileiro original, o PTB de Getúlio Vargas e de João Goulart,  as eleições para deputado federal, no antigo Estado da Guanabara, em 1962

Foi em 1962 que eu me elegi,  pela primeira vez,  deputado estadual pela extinta UDN,  União Democrática Nacional .

Lacerdista de carteirinha,  eu e outros candidatos udenistas fazíamos muitas críticas  a Leonel Brizola  .

Mesmo crítico de Brizola,  sempre admirei seu espírito combativo e só fui entender melhor o político e admirador , quando ele foi eleito, pela primeira vez, governador do Estado do Rio de Janeiro,  em outubro de 1982.

Aquariano -  mesmo signo de dona Neusa-, Leonel Brizola tinha um incansável espírito público e democrático.

Antes de ser eleito governador,  ainda candidato, no final de 1981, Brizola me chamou para conversar, junto com outros ex- udenistas e lacerdistas que tinham participado e dado apoio à redemocratização do país.

Eu era diretor da ADEMI e construtor, em 1983, quando convidei Brizola e dona Neusa para irem,  com a família,  à inauguração de um shopping center,  na Tijuca.

Brizola já era governador do Rio. Foi à solenidade com a querida dona Neusa,  os filhos,  João Vicente e João Otávio a neta. Laila,  filha de Neusinha Brizola.

Eu o recebi,  emocionado com a simplicidade dele, junto com minha mulher, Thetys Magalhães e alguns de meus filhos. Tenho fotos nossas,  das duas famílias, e, às vésperas de completar 90 anos ( faço 90 anos no dia 26 de março), eu fico muito feliz com a linda recordação.

Brizola se aproximou dos amigos lacerdistas,  quando voltou do exílio, em 1979. Mas,  não conseguiu perdoar Carlos Lacerda.

Juscelino Kubitschek e João Goulart assinaram o Manifesto da Frente Ampla, junto Carlos Lacerda, pela redemocratização do Brasil, mas Leonel Brizola recusou-se a aderir.

Em longas conversas que tive com Brizola,  no Palácio Guanabara,  quando eu o visitava,  no primeiro governo, o ex-governador do Rio de Janeiro ( e , também, ex- governador do Rio Grande do Sul) me disse que jamais perdoou Lacerda por causa da perseguição do udenista a Getúlio Vargas.

Criado pela mãe,  uma professora maravilhosa,  Leonel Brizola tinha grande carinho por Getúlio Vargas e lutou, até o final de sua vida,  pelo legado getulista.

Irmã do ex-presidente João Goulart,  dona Neusa era uma mulher poderosa e foi grande companheira de Leonel Brizola.

Lembro que Brizola ficou muito triste quando dona Neusa morreu, em abril de 1993, ele era o governador do Rio de Janeiro, em seu segundo governo.

Essas memórias sobre esses grandes homens públicos e mulheres inesquecíveis,  como Leonel Brizola e dona Neusa,  nos trazem muitas alegrias e nos fortalecem.

Neusa e Leonel Brizola se conheceram em uma reunião da ala jovem do antigo PTB.

Brizola já era deputado estadual.

Os dois se casaram em 1950. Ela tinha 28 e ele,  27 anos.

Getúlio Vargas, que voltaria para os braços do povo,  depois das eleições de 1950, foi o padrinho do casal Neusa e Brizola.

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