Em 2023, uma mulher foi vítima de feminicídio em Petrópolis
Mariana Machado estagiária
O Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou a 19ª edição do Dossiê Mulher, onde revela dados dos casos de feminicídio registrados em 2023. Em Petrópolis, uma mulher foi vítima de feminicídio, 886 sofreram ameaças, 13 foram vítimas de assédio sexual, e 88 de estupro. Foram 7 tentativas de estupro, e 58 mulheres importunadas sexualmente. Outro indicador grave foi o de lesão corporal dolosa, que registrou 761 mulheres, e 438 homens.
Dentro destes delitos, 436 homens foram ameaçados, um foi assediado sexualmente, 9 estuprados, e 3 sofreram importunação sexual. Nenhum sofreu tentativa de estupro. Entretanto, os registros ainda são muito inferiores aos das mulheres.
Entre os autores dos crimes, 42 alegaram ter cometido o crime após uma briga, 20 devido à não aceitação do fim do relacionamento, 17 foram motivados por ciúmes da companheira ou ex-companheira e 6 por desconfiança de traição, totalizando, juntos, 83% dos casos. Em comparação com o ano anterior, o estado do Rio contabilizou uma queda de 11% nos feminicídios, com 99 vítimas em 2023, contra 111 em 2022.
Ao analisar a dinâmica desses crimes, foi possível observar que em mais de um terço dos casos, o uso da arma branca, como a faca, foi predominante, seguido por arma de fogo. Cerca de 85% das mulheres foram vitimadas dentro de uma residência, quase metade possuíam entre 30 e 59 anos e 62% eram negras. Os companheiros e ex-companheiros aparecem como os principais autores, responsáveis por cerca de 80% das mortes.
Outro agravante é que 67 mulheres eram mães, e 40 desses filhos eram menores de idade na época do crime. Outro dado alarmante é que em 15 ocasiões, os filhos testemunharam a morte de suas mães. Além disso, das 99 vítimas, 56 já haviam sofrido algum tipo de violência doméstica antes do crime e não denunciaram o agressor.
Secretária de Estado da Mulher visita Petrópolis e conhece os equipamentos da rede de proteção à mulher vítima de violência
A secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar, ao lado da secretária de Políticas Públicas para Mulheres de Petrópolis, Gilda Beatriz, visitou os equipamentos da rede de proteção à mulher vítima de violência na cidade. O encontro aconteceu na segunda-feira (13).
Além da sede da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram), localizado na Rua Santos Dumont (prédio anexo ao Centro de Saúde), no Centro, e a Sala Lilás do Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC), localizado em prédio anexo ao Hospital Alcides Carneiro (HAC), foram os equipamentos visitados pela comitiva do Estado.
“É muito importante para nós ampliarmos essa parceria com o Estado e poder desenvolver ações em conjunto pensando na proteção da mulher vítima de violência”, disse a secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Gilda Beatriz.
O trabalho desenvolvido pela Sala Lilás recebeu elogios da comitiva. O equipamento foi inaugurado em 2020, um dos primeiros do Estado. Com uma equipe especializada e multidisciplinar, a Sala Lilás atende as vítimas referenciadas pelas delegacias. O projeto é uma parceria da Prefeitura de Petrópolis, com o Governo do Estado, a Universidade Arthur Sá Earp Neto (Unifase) e a Polícia Civil (PC).
“O que é desenvolvido por essa equipe servirá de modelo para outros municípios. É preciso replicar esse modelo feito com tanto comprometimento e acolhimento. Saímos dessa visita certas de que muitas parcerias serão firmadas em prol das mulheres petropolitanas, incluindo projetos de autonomia econômica e capacitação profissional”, ressaltou a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.
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