De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar, pouco mais de 84 mil petropolitanos têm plano de saúde atualmente
Mariana Machado - estagiária
Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde perderam quase 20 mil clientes em Petrópolis, de março de 2015 a março de 2025, uma queda de mais de 18%. E a tendência é continuar caindo um pouco mais a cada trimestre, segundo analisado pela agência até o momento.
Os dados mais recentes são de março deste ano, que mostram que 84.565 petropolitanos ainda têm plano de saúde, cerca de apenas 30% da população do município, segundo o Censo 2022. Em 2015, entretanto, cerca de 35% da população tinha plano de saúde, relacionando com o Censo 2010, o mais recente da data. Há dez anos, 103.889 petropolitanos pagavam por planos de saúde.
Em uma comparação mais recente, de dezembro de 2023 a março deste ano, a queda foi de 2,6%, saindo de 86.817 para 84.565 pessoas com plano no município. Já o ano passado terminou com 85.595 petropolitanos ainda com plano, uma queda de mais de mil clientes em três meses.
No estado não é diferente. Março do ano passado contava com 5.625.200 clientes de planos de saúde em todo o estado. No mesmo mês de 2025, o número caiu em quase 120 mil pessoas, chegando a 5.506.418 pessoas com plano de saúde.
Com isso, atualmente, o número de petropolitanos que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) chega a 194.316 pessoas.
Um estudante de 22 anos relata que nunca teve plano de saúde por motivos financeiros, e sempre foi bem atendido pelo SUS, o que torna menor a necessidade de um plano, principalmente para aqueles que têm outras prioridades com o dinheiro.
"Eu uso o SUS desde que me conheço por gente. Quando eu era menor cheguei a fazer tratamento de alergia pelo SUS, tomava vacina todo mês, e nunca tive problemas. Na minha opinião, o atendimento era melhor naquela época, mas, até hoje, quando preciso, sempre sou bem atendido na cidade. Às vezes com uma pequena demora, mas nada demais", relata o jovem.
É conhecido em todo o município eventos de atraso no atendimento ou falta de medicamentos em unidades de saúde do município, o que se pode dar pelo grande número de pessoas dependendo do atendimento público, e a dificuldade do município em comportar essas grandes quantidades.
Na segunda-feira (14), foi relatado um movimento muito grande de pacientes na UPA do Centro da cidade, e a Secretaria de Saúde de Petrópolis confirma que foi necessária uma espera maior que o comum para o atendimento, mas que 91% dos pacientes foram atendidos dentro do tempo estabelecido pelo protocolo. As Unidades de Pronto Atendimento também receberam denúncias de falta de mais de 150 medicamentos por parte do vereador Léo França. A secretaria afirma, entretanto, que a maioria apresentada na lista do vereador não faz mais parte do padrão de necessidades das UPAs. A farmácia é abastecida periodicamente pelo SEHAC e quando há falta de algum medicamento, ele é substituído por outro que não prejudique o tratamento do paciente.
Atualmente, a Secretaria Municipal de Saúde conta com seis portas de entrada de urgência e emergência para o atendimento da população petropolitana. Ainda assim, o município está solicitando ao Ministério da Saúde o credenciamento de sete novas equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) para ampliar o atendimento da atenção primária.
Na atenção especializada, ressaltam que desde o início do ano estão sendo feitos mutirões para agilizar o atendimento de exames complementares, como de ultrassonografia, mamografia e tomografia computadorizada. Foram adquiridos também quatro novos aparelhos de ultrassonografia que já estão entrando em operação. Houve ainda um reforço das equipes do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) com aumento de 84% dos atendimentos de pacientes crônicos nas próprias residências.
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