Bruna Nazareth
Diante do aumento da violência contra a mulher no Brasil, muitas petropolitanas estão buscando na defesa pessoal uma forma de proteção e empoderamento. Segundo o Instituto Datafolha, em levantamento para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 21,4 milhões de mulheres brasileiras (37,5%) sofreram algum tipo de violência no último ano, sendo 8,9 milhões (16,9%) vítimas de agressão física.
Em Petrópolis, a busca por técnicas de defesa tem crescido, especialmente entre mulheres que circulam sozinhas em horários de risco. Uma dessas mulheres é Thalya Aguiar, moradora da cidade e faixa amarela em Krav Maga. "Trabalho até tarde e preciso caminhar por trajetos pouco movimentados. Com a defesa pessoal, sinto-me mais segura e preparada", relata.
O Krav Maga, uma arte de defesa voltada para a sobrevivência, tem se destacado entre as técnicas mais eficazes. "O crescimento do interesse está relacionado à maior conscientização sobre a violência, ao empoderamento feminino e à divulgação de casos de assédio e agressão", explica Cadu de Paula, instrutor da modalidade desde 2007.
O impacto dessa prática vai além da segurança. "A defesa pessoal transforma a autoestima, a confiança e a postura da mulher no dia a dia. Ela se sente mais forte e preparada", destaca De Paula. Para Thalya, a mudança é perceptível. "Aprender Krav Maga não é apenas sobre defesa; é uma mudança de mentalidade. Treinamos para nunca precisar usar, mas, se um dia for necessário, salvar uma vida já terá valido a pena", conclui.
Com isso, cada vez mais mulheres em Petrópolis estão se capacitando não só para se protegerem, mas para viverem com mais autonomia e segurança.
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