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Em Petrópolis, todas as residências do Quilombo possuíam saneamento básico, em 2022

Novos dados do Censo demográfico foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (19)

Foto:  Mauricio Barbant
Foto: Mauricio Barbant

Larissa Martins especial para o Diário

O levantamento inédito divulgado nesta sexta-feira (19) pelo Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o Quilombo existente em Petrópolis possuía acesso ao saneamento básico, em 2022. Em nenhuma das 14 residências faltavam banheiros de uso exclusivo. Embora o cenário da cidade seja positivo, no país 90% dos moradores quilombolas convivem com alguma forma de precariedade no serviço. Seja em relação ao abastecimento de água, à destinação do esgoto ou à coleta de lixo. Dentro ou fora dessas regiões, as moradias com pelo menos um morador quilombola estão mais expostas a inadequações sanitárias

Situações precárias

A pesquisa considerou como precariedade situações onde a principal forma de abastecimento de água é a rede geral de distribuição, poço, fonte, nascente ou mina, carro-pipa, água da chuva armazenada, rios, açudes, córregos ou de outras formas não especificadas anteriormente. Também foram considerados locais que têm como destinação do esgoto fossa rudimentar, buraco, vala, rio, córrego, mar ou outra forma; e onde o lixo não é coletado por serviço de limpeza, seja de forma direta ou indireta. A análise revelou que 29,58% dos moradores enfrentavam as três situações ao mesmo tempo.

É importante frisar que o Plano Nacional de Saneamento Básico diferencia alguns aspectos de adequação do saneamento por situação urbana e rural. Essa diferenciação a partir do Censo 2022 é uma informação que ainda está sendo trabalhada e trará uma visão ainda mais enriquecedora para os dados que estamos divulgando nesta publicação, quando estiverem disponíveis, salienta Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE.

Abastecimento

Em relação ao abastecimento de água, 33,61% dos moradores quilombolas utilizavam a rede geral de distribuição em suas casas; 31,85% utilizavam poço fundo e 10,48% usavam poço raso. Para 66,71% a água era encanada e para 18,21% precisava ser carregada em baldes.

O abastecimento nos Territórios Quilombolas apresenta maior dependência da estrutura de poços para abastecimento dos domicílios. As categorias de poço profundo ou artesiano e poço raso, freático ou cacimba são as principais formas de abastecimento para 42,33% dos moradores quilombolas em territórios, percentual muito superior ao mesmo recorte para o total da população quilombola, de 29,18%, e para população total residente no país, de 12,15%, destaca Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais.

Banheiros

Enquanto em Petrópolis todas as casas desse público possuíam banheiros, no Brasil 41.493 quilombolas não tinham banheiro de uso exclusivo do domicílio. A principal destinação do esgoto deles é fossa rudimentar ou buraco, fazendo parte do lar de 59,45% moradores.

Em relação à população geral de Petrópolis, há alguns meses o IBGE divulgou que 75,93% da casas estavam conectadas à rede de esgoto, em 2022, durante o período de coleta de informações do Censo. Ou seja, quase 25% da população não tinham acesso ao saneamento básico. O índice de abastecimento de água era ainda menor, sendo 72,94% das residências que contavam com o serviço de rede geral de água.

Redução

Houve uma redução considerável se comparado com a pesquisa feita anteriormente, em 2010. Na época, o levantamento do Censo Demográfico revelou que o número de casas que estavam conectadas ao serviço, com esgotamento sanitário adequado, era de 82,1%. Apesar disso, os índices de coleta de lixo e de lares com banheiro de uso exclusivo foram positivos, em 2022, sendo 99,58% e 99,9%, respectivamente.

Na época, a Águas do Imperador foi questionada sobre quais as dificuldades enfrentadas para alcançar essas localidades não contempladas. A concessionária havia informado que é de responsabilidade da mesma o atendimento apenas na área urbana, onde mais de 90% dos petropolitanos são abastecidos com água tratada e mais de 80% do esgoto recebe tratamento. A Águas do Imperador afirmou que vem trabalhando para ampliar o saneamento básico no município.

ETE Independência

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Independência está em andamento. Ela terá capacidade para tratar até 2,5 milhões de litros de esgoto por dia e vai atender, neste primeiro momento, cerca de 10 mil moradores das regiões do Independência, Alto Independência, Vale do Príncipe, Caminho do Imperador, Quarteirão Italiano, Taquara e Siméria. A unidade foi projetada para acompanhar o crescimento da região ao longo dos anos e atender até 22 mil habitantes. As obras estão sendo realizadas pela Tigre Água e Efluentes e pela Carioca Engenharia.

A construção faz parte do 6º termo aditivo, assinado em abril de 2023 entre a Prefeitura de Petrópolis e a Águas do Imperador, que previa também a Estação de Tratamento de Esgoto Itaipava, inaugurada no início do mês de junho.

*Com informações da Agência IBGE de Notícias

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