Apesar do número de queimadas e desmatamento ser alto, a formação florestal cresceu
Emanuelle Loli - estagiária
Entre 1985 e 2024, Petrópolis registrou a perda de 15.982,08 hectares de áreas atingidas por queimadas. No mesmo período, o desmatamento suprimiu outros 5.417,34 hectares. Os dados são do MapBiomas, que também mostram que, apesar do aumento da área urbanizada, a formação vegetal do município apresentou crescimento.
As informações estão disponíveis na plataforma do MapBiomas, uma rede colaborativa formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia. A iniciativa realiza diversos levantamentos ambientais, como mapeamento da cobertura e uso da terra, monitoramento da superfície de água e registro das cicatrizes deixadas pelo fogo.
Queimadas
Nos últimos 39 anos, as queimadas destruíram 15.982,08 hectares no município. O ano de 2014 foi o mais crítico, com 2.909 hectares consumidos pelo fogo. Já em 2024, o ano ocupou a quarta posição, com 1.199 hectares queimados.
Desmatamento
Desde 1985, o desmatamento provocou a perda de 5.417,34 hectares de vegetação. O ano de 2024 registrou o menor índice da série histórica, com 34,45 hectares desmatados. Já 2015 foi o ano mais crítico, com 291 hectares de floresta e vegetação secundária suprimidos.
Segundo o MapBiomas, os dados anuais de supressão de florestas e vegetação natural não florestal são obtidos por meio da análise do histórico dos pixels da coleção de mapas anuais de cobertura e uso da terra. O levantamento utiliza resolução espacial de 30 metros, área mínima de 1 hectare e um filtro temporal para remoção de ruídos.
Áreas urbanizadas
Entre 1985 e 2024, a área urbanizada em Petrópolis aumentou mais de 120%. Dados de 2023 indicam que 12,65% dessa área estavam em áreas de risco.
Ainda segundo o levantamento, 2.875 hectares localizados em áreas urbanas eram suscetíveis a inundações. Desse total, 66% apresentavam risco acima de seis metros; 22,8% risco de até três metros; e 10,9% risco entre três e seis metros.
Aumento da formação vegetal
Apesar das queimadas, do desmatamento e da expansão urbana, a cobertura vegetal de Petrópolis cresceu no período analisado. Inserida no bioma Mata Atlântica, a cidade passou de 37.509 hectares de floresta em 1985 para 43.419 hectares em 2024, um aumento de 5.910 hectares (15,76%).
A área destinada a pastagens caiu de 14.627 hectares para 9.734 hectares, redução de 33,44%.
Já a superfície de corpos d’água foi reduzida em mais da metade: de 126 hectares para 57 hectares, queda de 54,76%.
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