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Enem: o benefício de alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio iniciarem como treineiros no vestibular

Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil
Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil

Bruna Nazareth - especial para o Diário

Para os candidatos ao vestibular, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) estenderam em uma semana o prazo de inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024. O prazo, que se encerraria nesta sexta-feira (07), foi prorrogado para a próxima sexta-feira, 14 de junho. Consequentemente, outras datas do cronograma do exame também foram ajustadas. As solicitações de atendimento especializado e uso de nome social poderão ser feitas até 14 de junho, e o pagamento da taxa de inscrição poderá ser realizado até 19 de junho. O Inep aplicará as provas nos dias 3 e 10 de novembro, em todas as 27 unidades da Federação.

Neste contexto, muitos alunos do 1º ou 2º ano do ensino médio optam por se inscrever como forma de treino. A curiosidade sobre o funcionamento do processo, desde a entrada até a conclusão do vestibular, motiva alguns estudantes a participar. Para aqueles que consideram essa prática, existem diversas vantagens, como destaca o professor de história Bruno Werner, que leciona nas escolas PRW, Colégio Koeler, Força Máxima, Ciep Santos Dumont e Bom Jesus-São José. Segundo ele, vale muito a pena que alunos do 1º ou 2º ano se inscrevam como treineiros, especialmente os do 2º ano, para que possam compreender o funcionamento do vestibular, a gestão do tempo e a análise das questões.

"Vale muito a pena fazer a prova no 1º e 2º ano,  principalmente no segundo ano, onde os alunos já têm um processo de preparação muito intenso voltado para o vestibular. Na grande maioria dos colégios da cidade, os alunos do 1º e 2º ano  já tem a matéria quase que toda do ensino médio e o 3º ano muitas vezes é um pré-vestibular, é um processo que você faz uma revisão de todos os anos. Então a partir deste ponto, fazer a prova no 1º e 2º  ano vale muito a pena, porque o aluno vai sem pressão, ele vai conhecendo como que as questões são preparadas, como ele deve responder às questões, ele começa a entender principalmente a questão do tempo de prova, o que é muito fundamental, porque o Enem é como se fosse uma maratona", afirma.

Importante simulação

De acordo com o professor, quando os alunos dos primeiros anos do ensino médio optam por fazer a prova, que é uma grande simulação do que enfrentarão no próximo ano, especialmente os alunos do 2º ano, eles frequentemente obtêm notas mais altas do que no 3º ano, pois não sentem a mesma pressão. Por isso, as escolas e professores, que ao longo dos anos os preparam com questões de vestibulares, sempre recomendam que os alunos façam o vestibular como treineiros nos primeiros anos. Isso ajuda a entender o funcionamento das questões, redação e tempo, preparando-os mentalmente para o último ano.

"Os alunos estão muito acostumados com as questões das escolas, que muitas vezes nós como professores, que dão aula em vestibular e em várias escolas, já vamos treinando esses alunos  com esse intuito. Então, muitas vezes, eles já no 1º e 2º ano e até no 9º ano, já fazem questões de vestibular, o que acaba sendo um processo de compreensão, de como essas questões vão ser propostas dentro de uma prova como essa. Então na verdade, esse aluno que vai se formando dentro desse processo, quando ele chega no terceiro ano ele já sabe como a questão vai ser pedida, como vão ser os comandos"

Werner, aponta que quando se trata dos comandos das questões, onde muitos acabam se enrolando, além de que os textos são muito longos, então treinando as questões você começa a compreender  os macetes, pois muitas vezes a resposta está realmente no texto e quando você consegue entender isso, entende a lógica das questões.

Equilíbrio nas férias

Com a chegada das férias do meio do ano, que consiste em um recesso de duas semanas, alguns estudantes têm dificuldade em equilibrar estudo e lazer. Muitos acabam optando apenas pela diversão, enquanto outros se dedicam exclusivamente aos estudos, sem encontrar um meio-termo, o que frequentemente resulta em desgaste. Sendo assim, o professor Werner oferece algumas dicas sobre como os alunos podem equilibrar lazer e estudos durante esse período de descanso.

"Eu sempre falo para os alunos, em duas semanas, o que se deve fazer é, na primeira semana, é relaxamento, dar uma descansada. É buscar outras estruturas, analisar alguns filmes que você queria ver, ler determinados livros que você gosta, dar uma descansada total na primeira semana. Mas na segunda semana você já volta, de repente vendo um filme, em história o que não falta é filme interessante para você fazer um milhão de trabalhos. A gente sabe que isso auxilia dentro desse processo", frisa.

Por isso, na primeira semana, deixe os estudos de lado, mas na segunda semana, volte a se concentrar para não perder o ritmo.

"Eu acho que muitas das vezes determinados alunos acabam perdendo o ritmo, e a gente vê isso com muita preocupação, pois às vezes também aquele aluno que não para de estudar, ele quando chega em setembro , ele está no seu pico e às vezes ele começa a cair em outubro e a prova é no primeiro final de semana de novembro, é o momento que ele já está em um processo de estresse total, que ele está completamente desesperado. Então, agora é dar uma descansada, numa semana e na outra semana você  já começa voltando, fazendo alguns exercícios, voltando o ritmo, pois depois do recesso é barra pesada", ressalta.

Cobranças

Os alunos dos últimos anos escolares enfrentam muita pressão durante a época dos vestibulares. Essa pressão, muitas vezes auto imposta, pode ser intensificada quando os pais também cobram resultados. O aluno se pressiona, os pais o pressionam, e há ainda a pressão da escola e da sociedade.

"O ponto principal é tentar não colocar nenhum tipo de pressão no jovem. Esse jovem já tem uma visão de mundo completamente diferente, é um mundo imediatista, um mundo  nessa ótica capitalista de que tudo tem que ser mais rápido , de que tudo tem que ser intenso, de que ele tem que começar a trabalhar amanhã e ficar milionário na outra semana. Eu acho que o próprio jovem, pela estrutura dele, ele já se pressiona muito. Eu acho que quando os pais botam mais pressão, fica algo muito intenso. É lógico que ficamos preocupados com os nossos filhos, mas na verdade eu acho que essa pressão acaba gerando grandes problemas para eles, pois eles já tem a pressão deles mesmos, que é a pior de todas"

Portanto, o professor aconselha que os pais e responsáveis ajudem seus filhos com amor, apoio e oportunidades para seu crescimento e desenvolvimento. Isso não significa deixá-los de lado, mas sim estar presentes e ajudá-los a passar por esse momento.

"Eu acho que em casa o ponto fundamental é auxiliar esse jovem, é transformá-lo em cidadão crítico é dar todo o aparato para ele, porque a escola faz um trabalho perfeito para ele tirar uma boa nota. E a pressão pode ser a pior coisa do mundo, e a  gente sabe que no Enem a pressão é um dos piores e mais intensos problemas", conclui o professor Werner.

Foto: Divulgação | Professor Bruno Werner
Foto: Divulgação | Professor Bruno Werner

*Com informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira | Inep

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