Vendas de inverno decepcionam comerciantes
A Rua Teresa é o maior polo de moda a céu aberto do estado do Rio de Janeiro, com mais de 500 estabelecimentos ativos em segmentos diversos, essencial para a economia de Petrópolis, e para os mais de 20 mil empregos diretos e indiretos que ela gera. Entretanto, o movimento da rua tem prejudicado o comércio local.
Após a pandemia, a Rua Teresa tenta se reerguer, e atrair os comerciantes de volta. A presidente da Associação da Rua Teresa (ARTE), Denise Fiorini, conta que como todo o segmento do comércio, a Rua Teresa vem se reinventando ao longo dos anos para atender a demanda dos consumidores e continua recebendo centenas de visitantes, sobretudo nos finais de semana. Durante a pandemia, alguns estabelecimentos foram fechados devido à crise financeira: quem tinha três, ou quatro lojas passou a operar duas ou uma, lamentou.
A Licia tem loja na Rua Teresa há cerca de 10 anos, e conta que o movimento da rua está bem devagar, precisando de divulgação e incentivo, o inverno desse ano foi o pior dos últimos anos, completa. O vendedor Charles dos Santos concorda, precisa de mais investimento, em atrações turísticas, para aumentar o movimento.
Alguns comerciantes citaram também as condições climáticas, que não ajudaram nas vendas de inverno. Comparado ao ano passado, o tempo de frio foi bem menor, então as vendas caíram um pouco em comparação ao ano passado, contou Charles. A proprietária Alessandra Ambrosio concorda e frisa que o inverno [...] foi o pior que tivemos.
Porém, ainda que o movimento esteja baixo, por enquanto, as vendas continuam sendo maiores nas lojas físicas do que no comércio online que, no entanto, tem crescido com o passar dos anos. A baixa de pessoas pelas ruas mostra que vale a pena investir no próprio site e nos atendimentos pelas redes sociais. Grande parte das lojas investe na venda digital, mas, não deixa de contar com a loja física. Temos lojas antigas na Rua Teresa que, até hoje, recebem a visita dos clientes assíduos. Muitos ainda preferem o atendimento presencial, afirma Denise.
Segundo Alessandra, o movimento tem ficado mais pontual, finais de semana e feriados prolongados, e que a rua precisa do governo pensando nela, que é [...] geradora de empregos em Petrópolis. Ela não está sendo vista assim, lamento, completou.
O vendedor Charles dos Santos disse que as vagas da rua serem cobradas é uma desvantagem para o comércio local. O pessoal reclama muito, afasta os turistas. Entretanto, de acordo com a ARTE, A cobrança do estacionamento é uma forma de organizar o trânsito na região, como ocorre em outros polos de moda no Brasil.
A ARTE promove ações diferenciadas e programações que impulsionam o turismo de compras na região, e tem como objetivo atrair comerciantes de todo o país. Incentivamos, sobretudo, a compra por parte dos petropolitanos, que podem e devem fortalecer a economia da nossa cidade prestigiando o comércio local, acrescenta Denise Fiorini.
Além disso, as redes sociais da Rua Teresa são de grande valor para a movimentação, já que contam com 144 mil seguidores no Instagram. Temos uma rede social forte, com seguidores de todo o Brasil que acompanham as novidades da Rua Teresa e as programações especiais planejadas pela ARTE. Essa é uma forma de mostrar toda a qualidade e importância do polo de moda. Por isso, o Instagram é hoje uma ferramenta indispensável para o fortalecimento das vendas na Rua Teresa, explica Denise Fiorini.
Estar na Rua Teresa é uma experiência de compra, passeio em família, bons momentos e muitas pessoas não deixam de lado esse programa, disse a presidente da Arte. Tenho visto algumas lojas fechando, mas também vejo marcas novas entrando. Muita gente, assim como eu, acredita na Rua Teresa, completa a empresária Alessandra.
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