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Estado do Rio registra 15 mil afogamentos em 2024

Diariamente, 15 pessoas morrem; homens as principais vítimas, segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento

Foto:  Fernando Frazão / Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Por Larissa Martins

A Sociedade Brasileira de Salvamento (Sobrasa) revelou em sua 10ª edição do Boletim Brasil 2023, que a cada uma hora e meia um brasileiro morre afogado. Por dia, são ao menos 15 pessoas que perdem as vidas nos mares, piscinas, rios, cachoeiras e lagos, sendo que em 70% dos casos correm em rios e represas. Os homens são as principais vítimas morrendo em média 6,4 vezes mais que as mulheres. Cerca de 45% das vítimas possuem menos de 29 anos.

Turistas

Os dados apontam ainda que a cada três dias um turista morre no Brasil, sendo que 31% são de São Paulo, e 22% das mortes ocorrem com turistas no estado de Santa Catarina. O Norte do Brasil tem a maior mortalidade. No ano passado, por exemplo, um turista de Petrópolis morreu enquanto passeava em Rio das Ostras.

Ele foi até a região em um ônibus de excursão com mais de 150 pessoas com destino à praia. Assim que entrou no mar, em questão de minutos, foi atingido por uma onda se afogando. Ele foi atendido pelos salva-vidas e equipe médica dos Bombeiros, mas não resistiu.

Em outra ocasião, outros dois petropolitanos foram arrastados pelo mar enquanto tiravam uma selfie na Pedra do Arpoador, no Rio de Janeiro. Ambos foram resgatados por salva-vidas e encaminhados para o hospital da região. Na época, um vídeo divulgado nas redes sociais mostrou o desespero das vítimas lutando contra o mar agitado para sobreviverem.

O caso recente que chamou a atenção foi do jovem, de apenas 19 anos, que perdeu a vida após se afogar em um lago em Pedro do Rio, em fevereiro. Segundo testemunhas, ele estava nadando quando ao se afastar da margem encontrou dificuldades para retornar. Amigos tentaram resgatá-lo, mas não conseguiram.

Hospital

De acordo com o Boletim, a cada 18 resgates, pelo menos um necessita de atendimento hospitalar. De 10 óbitos, nove ocorrem antes de chegar ao hospital. E a cada 38 pacientes afogados atendidos no hospital, um falece. Entre 2008 e 2011, foram identificados 34.639 incidentes aquáticos registrados no sistema DATASUS, dos quais 95,4% foram afogamentos. Deste total, faleceram 27.185 pessoas (mortalidade de 78,5%), dos quais 99% no ambiente pré-hospitalar.

Resgates

A Sobrasa alerta que mesmo grandes nadadores podem morrer desta forma quando não respeitam seus limites ou por redução súbita de sua competência aquática. O risco estimado de morte por afogamento em área de banho sem guarda-vidas é 60 vezes maior. Considerando o tempo de exposição, o afogamento tem 200 vezes mais risco de óbito que os incidentes de transporte.

Segundo a Assessoria de Comunicação do Corpo de Bombeiros, só neste ano já foram realizados 15,8 mil salvamentos no mar no Estado do Rio de Janeiro. O número aumentou em comparação ao ano passado, quando foram registrados 12 mil resgates, durante o mesmo período.

Crianças

Devido a Pandemia de Covid-19 e o distanciamento social determinado a partir de março de 2020, ocorreu um aumento do tempo de permanência em residência. Na época, aumentou o risco de afogamentos com morte nas faixas de um a nove anos, pois este público se afoga mais em piscinas e residências. Diariamente uma criança morre desta forma em casa.

Afogamento é a 1ª causa óbito de um a quatro anos, 3ª causa de cinco a nove anos, 4ª causa de 10 a 24. Maiores de 10 anos e adultos se afogam mais em águas naturais (rios, represas e praias). Cerca de 55% das mortes na faixa de 1 a 9 anos de idade ocorrem em residências; 45% ocorrem no verão (mar). Crianças de 4 a 12 anos que sabem nadar se afogam mais pela sucção da bomba em piscinas.

Na tentativa de reduzir esses números, o presidente Lula sancionou na semana passada a lei que institui o Dia Nacional de Prevenção ao Afogamento Infantil, a ser celebrado, anualmente, no dia 14 de abril, a partir de 2025.

Prevenção

No dia 25 de julho foi celebrado o Dia Mundial da Prevenção do Afogamento. Para chamar a atenção dos turistas que se divertem nos mares, rios e piscinas espalhados pelo país, o Ministério do Turismo, em parceria com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), aderiu à iniciativa global que visa conscientizar a população a respeito do problema afogamento e sua solução: a prevenção.

Entre as ações planejadas para marcar a data, as cidades e entidades públicas e privadas foram convidadas a iluminarem monumentos e edifícios de azul (em alusão ao movimento mundial Go Blue). Em 2023, foram iluminando 1.358 locais e monumentos emblemáticos, incluindo o Cristo Redentor. Além disso, a Sobrasa criou uma plataforma e tem estimulado a população a alimentar, com informações sobre o tempo e onde praticaram essas atividades.

Precisamos estar atentos a atitudes que possam prevenir o afogamento, em especial em áreas turísticas, para garantir a segurança dos nossos turistas, evitando esses acidentes, para que os passeios sejam sempre boas lembranças, afirmou a coordenadora de Turismo Responsável do MTur, Laís Campelo.

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