Por dia, 15 pessoas morrem nos mares, piscinas, rios, cachoeiras e lagos
Larissa Martins
O Corpo de Bombeiro do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) iniciou o ano de forma intensa, com números expressivos de salvamentos de vítimas de afogamentos. Foram 1.136 resgates no primeiro dia do ano em todo o estado. Um aumento de mais de 1000% em relação a 2024. O 3° GMAR (Copacabana) liderou o ranking com 815 atendimentos, seguido pelo 2° GMAR (Barra da Tijuca) que registrou 131 ocorrências. O Destacamento do Recreio dos Bandeirantes fez 82 atendimentos.
De acordo com o CBMERJ foram registrados 23.655 salvamentos marítimos em todo o estado ao longo de 2024, uma redução em relação aos 26.731 ocorridos em 2023. Apesar da queda, os dados reforçam a importância de medidas preventivas e conscientização da população ao entrar no mar.
O levantamento mostra também os resgates em Petrópolis feitos em piscinas, cachoeiras e lagos/represas/rios. Foram contabilizados 22 no ano passado e 17 em 2023.
Alerta
A Sociedade Brasileira de Salvamento (Sobrasa) alerta que mesmo grandes nadadores podem morrer dessa forma quando não respeitam seus limites ou por redução súbita de sua competência aquática. O risco estimado de morte por afogamento em área de banho sem guarda-vidas é 60 vezes maior. Considerando o tempo de exposição, o afogamento tem 200 vezes mais risco de óbito que os incidentes de transporte.
Em sua 10ª edição do Boletim Brasil 2023, a Sobrasa revelou que a cada uma hora e meia um brasileiro morre afogado. Por dia, são ao menos 15 pessoas que perdem as vidas nos mares, piscinas, rios, cachoeiras e lagos, sendo que em 70% dos casos ocorrem em rios e represas. Os homens são as principais vítimas morrendo em média 6,4 vezes mais que as mulheres. Cerca de 45% das vítimas possuem menos de 29 anos.
De acordo com o Boletim, a cada 18 resgates, pelo menos um necessita de atendimento hospitalar. De 10 óbitos, nove ocorrem antes de chegar ao hospital. E a cada 38 pacientes afogados atendidos no hospital, um falece.
Mortes infantis
O período de férias escolares, unido à chegada da estação mais quente do ano, acende o alerta para que os pais redobrem a atenção na hora de levar os filhos em piscinas e praias. Afogamento é a segunda maior causa de mortes acidentais entre crianças na na faixa etária de 1 a 4 anos.
A diretora da divisão de Defesa Civil do Estado de São Paulo, major Michele César, enumera alguns cuidados para evitar esses acidentes.
"Jamais deixar a criança sozinha. Sempre banhar-se próximo ao guarda-vidas. Identificar sua criança com uma pulseira com nome e telefone. Ensinar a criança onde é o seu guarda sol e sempre aponte um ponto de referência caso ela se perca. Também saber qual é o melhor ponto da praia pra se banhar. A praia apresenta riscos como as correntes de retorno, que é toda água que vem das ondas e volta fazendo um rio”, frisa.
Cuidados gerais
De modo geral, banhistas devem evitar entrar em águas profundas após a ingestão de bebidas alcoólicas, após comer, ou depois de se expor ao sol sem antes adaptar seu organismo à temperatura da água. Caso alguém esteja se afogando, jamais se deve tentar fazer o salvamento por conta própria. É preciso acionar os guarda-vidas imediatamente.
Ainda segundo a major Michele César, caso não haja ninguém qualificado para ajudar, forneça para a vítima objetos que flutuem, como uma bola grande ou uma garrafa pet. A remoção deve ser feita pelas pernas e braços, e jamais pode haver a compressão do abdômen. Fora d’água, deite a pessoa de lado, tire a roupa molhada e procure aquecê-la até que haja atendimento profissional.
Caso você esteja em perigo, a major Michele César recomenda pedir ajuda com os braços e tentar boiar. Se perder o controle do corpo em rio, nade no mesmo sentido da correnteza e avance lentamente pelas laterais até as margens. Não mergulhe de cabeça em depósitos naturais de água, e evite mergulhos noturnos.
Com informações da Agência Brasil
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