A alimentação é um fator determinante para o controle destas doenças
Mariana Machado - estagiária
Segundo um estudo epidemiológico realizado pela SNAPSHOT, estudo global com braço brasileiro, apresentado no Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), patrocinado pela farmacêutica Servier, a maioria dos brasileiros com hipertensão e diabetes tipo 2 não consegue atingir as metas de pressão arterial e glicemia, mesmo em tratamento. Conforme mostra a pesquisa, 28,97% dos brasileiros avaliados no estudo apresentavam a pressão arterial sob controle, e 39,1% atingiram as metas de hemoglobina glicada. Apenas 12,7% conseguiram manter ambos os indicadores dentro dos níveis recomendados. Ao todo, foram analisados os dados de quase 400 adultos atendidos em 11 centros médicos da rede pública, nas cinco regiões do país.
A nutricionista e biomédica, Juliana Bayeux, explica que a hipertensão arterial, conhecida como pressão alta, é caracterizada pelo aumento persistente da pressão do sangue nas artérias. Isso faz com que coração e vasos sanguíneos trabalhem sob maior esforço, aumentando o risco de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal.
“O maior desafio no controle está na adesão ao tratamento. Muitas pessoas deixam de tomar corretamente a medicação prescrita ou têm dificuldade em manter mudanças de hábitos, como reduzir o consumo de sal, controlar o peso, praticar exercícios regularmente e gerenciar o estresse”, afirma.
Já a diabetes tipo 2 é uma doença crônica em que o corpo apresenta resistência à ação da insulina ou não consegue produzi-la em quantidade suficiente, o que leva ao acúmulo de glicose no sangue.
“Entre os principais desafios estão a dificuldade em manter uma alimentação saudável a longo prazo, o consumo excessivo de carboidratos simples e ultraprocessados, o sedentarismo e a falta de acompanhamento adequado para monitorar os níveis de glicemia”, explica a especialista.
Com isso, um fator determinante no controle dessas doenças é a alimentação. “Uma dieta equilibrada ajuda a controlar a pressão arterial, melhora a sensibilidade à insulina e contribui para o controle do peso corporal, que é um dos maiores fatores de risco para ambas as doenças”, ressalta.
A nutricionista alerta que, para hipertensão, alimentos ricos em sódio, embutidos, enlatados, conservas, fast-food e alimentos industrializados devem ser evitados ou reduzidos na alimentação. Já para a diabetes tipo 2, ela afirma que é importante limitar o consumo de açúcares simples (presentes em refrigerantes, doces e sobremesas) e carboidratos refinados, como pão branco, arroz branco e biscoitos. “Em ambos os casos, ultraprocessados devem ser reduzidos ao máximo”, completa.
Caso não controlada, a hipertensão pode causar infarto, AVC, insuficiência renal e problemas de visão. A diabetes tipo 2, se não controlada, pode provocar complicações cardiovasculares, danos nos nervos, doença renal crônica, retinopatia diabética e o pé diabético, que pode levar a infecções graves e até amputações.
Para quem não possui acompanhamento profissional, a nutricionista dá algumas dicas de alimentação e estilo de vida:
Reduzir o consumo de sal e açúcar;
Priorizar alimentos in natura, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais e proteínas magras;
Beber bastante água ao longo do dia;
Praticar atividade física regular, mesmo que seja uma caminhada diária;
Evitar o excesso de álcool e abandonar o cigarro;
Manter horários regulares para as refeições, evitando longos períodos de jejum seguidos de exageros alimentares.
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