Evento também conta com pré-estreia de filme da mesma temática
Nesta quinta-feira (03/07), o Rio de Janeiro receberá um importante panorama documental sobre a etnia indígena Maxakali, do Vale do Mucuri, a única a manter-se falando a própria língua em todo o estado de Minas Gerais. Às 17h, será inaugurada a exposição Hamxop tut xop - as maes das nossas coisas: artesanato em fibra de embaúba, na Sala do Artista Popular (SAP) do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), no Catete, (RJ), com a presença da Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. A entrada é gratuita, e o público poderá conhecer como os Maxakali mantêm viva a ritualística com a embaúba, árvore natural da Mata Atlântica, hoje quase extinta nos territórios em que eles habitam no Nordeste mineiro.
Hamxop tut xop - as maes das nossas coisas: artesanato em fibra de embaúba enfatiza o protagonismo da embaúba na cultura e nas tradições. A fibra retirada da embaúba é a base para a tecelagem de bolsas, colares e braceletes, únicos e repletos de significados. A embaúba é considerada instrumento de cura. Na abertura, ocorre a pré-estreia do filme “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá”, que trata sobre a busca de Sueli Maxakali pelo pai, indígena da etnia Kaiowá retirado da convivência na aldeia durante a ditadura militar. A exibição, seguida de debate, será na área externa do CNFCP.
Responsável pela pesquisa e texto da exposição, o antropólogo Roberto Romero é codiretor do filme. Há 15 anos convive com os Tikm’n, autodenominação do povo também conhecido como Maxakali. O povo é tema de seu mestrado e de seu doutorado. “Esta é a primeira vez que ocorre uma exposição da arte das mulheres Tikm’n, na SAP. É uma oportunidade importante para dar a conhecer a admirável tecelagem da fibra natural da embaúba, um patrimônio cultural deste povo”, diz.
Uma série de iniciativas impulsionam o resgate da presença Maxakali no Brasil. De acordo com o Censo de 2022, no país, existem mais de 300 etnias indígenas. Desse total, 19 etnias habitam o estado de Minas Gerais. A população Maxakali é estimada em 2.629 habitantes.
O povo Tikm’n está distribuído entre as aldeias Água Boa, Pradinho, Aldeia Verde, Cachoeirinha e Aldeia-Escola-Floresta, nos municípios de Santa Helena de Minas, Bertópolis, Ladainha e Teófilo Otoni - uma das regiões que mais aqueceu no Brasil nos últimos anos, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Filme
A pré-estreia do filme “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá” ocorrerá no jardim do Palácio do Catete, às 18h30. Às 20h, será o debate com a presença da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, dos diretores Sueli Maxakali, Isael Maxakali e Roberto Romero, do professor Eduardo Viveiros de Castro e dos pajés Manuel Damásio Maxakali e Arnalda Maxacali. No dia 10 de julho, a obra entra em circuito em salas de cinema de todo o país.
O documentário registra a busca de Sueli e Maiza Maxakali pelo pai, Luis Kaiowá, que foi separado delas durante a ditadura militar no Brasil. Roberto Romero codirige o filme. Os esforços das irmãs para reencontrar o pai começa a se configurar a partir das redes sociais, atravessa a pandemia de Covid-19 e oferece uma visão sobre momentos que transpassam as realidades do país em vários tempos, como as lutas enfrentadas pelos povos indígenas no Brasil contemporâneo. No site www.meupaikaiowá.com.br há mais informações sobre o filme.
Serviço:
Exposição | Hamxop tut xop - as maes das nossas coisas: artesanato em fibra de embaúba
Abertura às 17h, na Sala do Artista Popular - Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan) Rua do Catete, 179. Catete RJ. Tel. 21 3032.6052
Inauguração: 03 de julho, às 17h| Encerramento: 28 de setembro
Dias e horários de visitação: Terça a sexta-feira, das 10h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h.
No jardim do Palácio do Catete, às 18h30, pré-estreia do documentário “Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá”
20h | debate com a Ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara, os diretores Roberto Romero, antropólogo e autor da pesquisa e texto da exposição, Sueli Maxakali e Isael Maxakali, do professor Eduardo Viveiros de Castro e dos pajés Manuel Damásio Maxakali e Arnalda Maxakali
Entrada franca
Veja também: