Bruna Nazareth
O sol é amado e apreciado por muitos, pois sua presença ilumina o dia a dia das pessoas, animando-as a realizar suas tarefas, como se exercitar e trabalhar. Da mesma forma, ele inspira muitos a aproveitarem um dia ensolarado na praia, na piscina ou em cachoeiras. O sol acaba se tornando um símbolo de disposição e momentos felizes. No entanto, é fundamental estar atento a essa principal fonte de luz e calor do planeta Terra, especialmente em relação à saúde.
Os tumores na pele são os mais comuns, sendo o câncer de pele o tipo mais frequente no Brasil e no mundo. A principal causa é a exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV) do sol, fator que também contribui para o surgimento de tumores das pálpebras.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular, os dois principais tumores malignos palpebrais causados pela exposição à luz solar são o carcinoma basocelular (CBC) responsável por aproximadamente 80 - 90% das lesões malignas das pálpebras e pelo carcinomas espinocelular (CEC) responsável por 5-10% dos tumores malignos das pálpebras.
O Dr.Gustavo Bonfadini especialista em cirurgia de Catarata pela Universidade de Johns Hopkins University (EUA) e Doutor em Oftalmologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), ressalta os principais sinais do tumor de pálpebra e como diferenciar essas condições.
“Os tumores de pálpebra, como o carcinoma basocelular, podem se manifestar como pequenos nódulos ou manchas com coloração esbranquiçada ou esverdeada, podendo apresentar ulcerações. Inicialmente, esses sinais podem ser confundidos com condições comuns, como terçol ou blefarite. No entanto, o terçol costuma ser doloroso, de evolução rápida e responde bem ao tratamento conservador de pomada anti inflamatória e compressa morna local, enquanto uma lesão tumoral tende a ser persistente e a crescer lentamente”
Ao notar alguma lesão na pálpebra, é fundamental procurar um oftalmologista para uma avaliação. Caso o diagnóstico confirme a presença de um tumor palpebral, o especialista poderá orientar e indicar o tratamento mais adequado.
É importante destacar que em estágios avançados, o câncer de pálpebra pode comprometer sua funcionalidade, afetando a proteção e a lubrificação dos olhos, o que pode prejudicar a visão. Além dos impactos estéticos, a lesão pode causar irritação, ressecamento e aumentar o risco de infecções, reforçando a importância da função protetora das pálpebras para a saúde ocular. Por isso, diante de qualquer suspeita, não hesite em consultar um especialista.
Cuidados
A exposição ao sol é um dos principais fatores de risco para o câncer de pálpebra. O envelhecimento também contribui para o desenvolvimento de tumores na região, já que está associado ao aumento da longevidade e da expectativa de vida. Por isso, é essencial adotar cuidados ao longo da vida para prevenir esse tipo de tumor.
“A proteção contra a radiação UV é fundamental. Recomendo o uso diário de óculos de sol com proteção UV e chapéus de aba larga, além do uso de protetor solar nas áreas expostas. Fatores como idade avançada e pele clara também aumentam o risco, pois essas características podem tornar a pele mais suscetível aos danos causados pelo sol”, aconselha.
Como é feito o diagnóstico e tratamento?
De acordo com o especialista, a biópsia é essencial para diagnosticar e identificar o tipo histológico do tumor. Embora a avaliação clínica feita por um médico oftalmologista possa levantar suspeitas, apenas a análise histopatológica pode determinar com precisão a natureza maligna da lesão, orientando o tratamento adequado.
Com o diagnóstico definido, é possível definir a melhor abordagem terapêutica. Em alguns casos, quando o tumor já está em estágio avançado, a remoção cirúrgica e a reconstrução da pálpebra podem ser a única alternativa.
“A remoção cirúrgica do tumor, muitas vezes acompanhada de reconstrução da pálpebra pelo médico oftalmologista, é necessária para preservar tanto a função quanto a estética. Esse procedimento é cuidadosamente planejado para minimizar impactos na funcionalidade da pálpebra. Quando a remoção completa não é viável, utilizamos terapias adjuvantes, como radioterapia ou quimioterapia, para controlar o avanço do tumor e melhorar o prognóstico. Essas medidas e esclarecimentos ressaltam a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento especializado para manter a saúde ocular”, conclui o Dr.Bonfadini.
*Com informações da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular
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