Mauro Peralta - médico e vereador
Fake news, traduzido para o português, significa "notícias falsas". No Brasil, infelizmente, a mentira tem sido usada há décadas para eleger políticos e destruir a imagem de adversários ou até mesmo de empresas concorrentes. Um exemplo emblemático é o caso da Escola Base em São Paulo, onde a imprensa acusou falsamente os proprietários de abusar sexualmente dos alunos. Quando a verdade veio à tona, os proprietários já haviam perdido tudo. O jornal Estado de São Paulo e a Rede Globo foram condenados a pagar indenizações aos acusados injustamente, mas o estrago em suas vidas já estava feito.
Em Petrópolis, a situação não foi diferente. No pleito de 2000, um prefeito com mais de 70% de aprovação perdeu a eleição para um vereador até então desconhecido pela maioria da população, graças ao uso de falácias que alegavam que o candidato à reeleição era contra as igrejas. Quando a mentira foi desmentida, as urnas já haviam declarado o novo ganhador, justamente aquele que disseminou a falsidade. Naquela época, com o acesso à internet ainda restrito, era muito mais difícil verificar informações em diversas fontes distintas.
Infelizmente, a qualidade da educação formal no Brasil é muito baixa, o que faz com que muitas pessoas, inclusive aquelas com formação superior, tenham dificuldade em interpretar até mesmo um simples artigo de jornal. Isso as torna mais vulneráveis a acreditar em tudo o que veem na televisão, no rádio, nos jornais e nas redes sociais. As promessas populistas e enganosas de políticos cínicos ainda conseguem mantê-los no poder. Não é à toa que temos um presidente que, durante seis anos, declarou no Imposto de Renda a posse de um triplex adquirido através de corrupção e, quando descoberto, afirmou que o imóvel não era dele.
A última mentira amplamente divulgada pela imprensa e presente em processos judiciais, inclusive no Supremo Tribunal Federal, é a de que Petrópolis estaria em situação de penúria e sem dinheiro para pagar funcionários, medicamentos e até mesmo a merenda escolar. Ora, antes do aumento da parcela do ICMS, determinado por uma decisão judicial de primeira instância que foi revertida pelo Tribunal de Justiça, Petrópolis não atrasava os pagamentos de funcionários, comprava merenda e adquiria remédios. Assim, o dinheiro adicional não era utilizado e nunca seria destinado a esses fins, visto que não o recebíamos anteriormente.
O dinheiro desperdiçado pela Prefeitura foi gasto com contratações de funcionários sem concurso, aumento de quase 200% no pagamento pelo transporte de lixo, criação de secretarias desnecessárias, aluguéis de inúmeros prédios pela cidade, aluguéis de caminhões e automóveis, entre outras despesas questionáveis. Portanto, posso garantir aos funcionários públicos que existe dinheiro para o pagamento de seus salários, mesmo sem o adicional proposto pela retificação dos Declans da nossa maior indústria, a GE Celma, que ainda está em nossa cidade. Infelizmente, parte dessa indústria está migrando para a vizinha Três Rios, que receberá um investimento de 500 milhões de reais.
Esse dinheiro desperdiçado pela prefeitura poderia ter sido usado para a construção de um Centro de Convenções, para um calendário permanente de turismo ou para a melhoria da nossa mobilidade urbana. Chega de mentiras. Não haverá falta de pagamento a nenhum funcionário. Também não haverá nenhum salvador da pátria. Precisamos de um prefeito que governe de maneira espartana, revisando contratos para reduzir gastos, diminuindo a máquina pública e investindo em mobilidade urbana e no emprego através do turismo e da tecnologia. Não existe desenvolvimento sem austeridade fiscal. Continuamos sonhando e batalhando por uma Petrópolis melhor. Chega de enganação.
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