Anderson Juliano - Economista e Ex-Vereador
É no mínimo deprimente acompanhar o noticiário da nossa cidade durante todo o ano de 2024. O que se vê, é um verdadeiro descalabro administrativo com os mais variados absurdos em todas as áreas da administração pública. Senão vejamos:
1) Na educação não há dinheiro para compra de merenda digna e os atrasos de pagamento do funcionalismo se tornou algo normal. Os profissionais tiveram que fazer greve e denunciar os atrasos para que minimamente fossem respeitados. As crianças com necessidades especiais ficaram quase duas semanas sem poder estudar, pois àqueles trabalhadores que fazem o transporte destes alunos não recebiam desde setembro;
2) No INPAS já foram desviados mais de 35 milhões de reais do fundo previdenciário. Este valor este que terá que ser ressarcido ao fundo, pois os novos contratados da Prefeitura seguem um novo regime previdenciário após a aprovação em 2019 da lei da “segregação de massa” ocorrida no governo do ex-prefeito Bernardo Rossi. Além do desvio de recursos do fundo previdenciário, desde agosto o governo não dá transparência aos recursos aplicados em várias áreas, entre elas, o INPAS;
3) No transporte público todos os dias, há em certos momentos, ameaças em outros a concretização de greve das empresas de ônibus por conta dos atrasos no pagamento do auxílio educação. Este subsídio é repassado as empresas em compensação ao transporte gratuito dos alunos da rede pública. O petropolitano que depende do transporte público nunca sabe se terá ou não o direito constitucional de ir e vir;
4) Na limpeza urbana o absurdo se supera. Por onde se olhe nessa cidade há lixo espalhado por falta de uma coleta minimamente regular. A cidade produz algo em torno de 300 toneladas de lixo por dia, que se não forem retirados no dia seguinte se acumulam. As pessoas físicas e as empresas não param de produzir lixo só porque o executivo municipal não cumpre com a sua função. São toneladas de matéria orgânica espalhadas pelas nossas ruas todos os dias, gerando vetores que causam doenças.
De forma simplificada busquei demonstrar como a gestão nefasta do Prefeito Bomtempo está causando malefícios a nossa cidade. É estarrecedor concluir que um Prefeito que está no seu QUARTO mandato não consegue fazer coleta de lixo. Aí quando a imprensa cobra uma posição, a nota da Prefeitura diz que a culpa é da empresa contratada...uma verdadeira piada de mal gosto. Em momento algum narrei nesse breve desabafo que a cidade deveria investir em obras caras, em projetos tecnológicos de grande envergadura. O que está sendo cobrado é o mínimo do mínimo. O Prefeito Bomtempo não consegue entregar o BASICÃO. Como um Prefeito que não consegue manter os serviços básicos funcionando ainda tenta ter mais um mandato eletivo??? O que se passa na cabeça dele???
O problema é que todos estes descalabros serão compartilhados por quase 300 mil pessoas, que somos nós petropolitanos. Em 31 de dezembro, o Bomtempo finalmente vai embora, mas os problemas que ele criou ficarão e caberá ao novo Prefeito Hingo Hammes, descascar esse abacaxi. Tenho um grande amigo que diria: “o Hingo sentou em porco ensaboado”.
Há um mês das festas de final de ano, éramos para estar contemplado a iluminação natalina, turistando na nossa linda cidade e o que nos cabe é assistir pela TV que cidades vizinhas com muito menos renome estão fazendo bonito e atraindo turistas com administrações responsáveis e coerentes. A nossa única salvação é o SESC que cumpre brilhantemente com seu papel e ajuda de sobremaneira na nossa autoestima e no respeito a nossa cidade, iluminando o Palácio Quitandinha e com isso atraindo a atenção dos turistas que apesar do Bomtempo, insistem em conhecer Petrópolis. No mais, temos que continuar atentos e que as organizações sociais e a sociedade civil organizada cobre transparência na divulgação dos atos administrativos. É essencial que o governo que está saindo publique todos os atos e dê publicidade a todo o endividamento que será deixado como mais uma herança maldita do Bomtempo. A luta continua!!!
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