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Só neste ano, três agências bancárias foram fechadas em Petrópolis

Em 2018 havia cerca de 900 bancários em Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto, enquanto este ano tem aproximadamente 500, uma queda significativa

Foto: Divulgação
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Mariana Machado - estagiária

Neste ano, três agências bancárias já fecharam suas portas em Petrópolis, saindo de importantes bairros do município, e desempregando bancários cada vez mais. De acordo com o presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e no Ramo Financeiro dos Municípios de Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto (SindBancários), Sávio Barcellos, e Aline Rabelo, também da diretoria do sindicato, às vezes, os bancos realocam os funcionários em outras agências.

Entretanto, ele ressalta que alguns meses depois esses bancários são mandados embora, sob a justificativa de baixa produtividade. Em 2025, o presidente conta que cerca de 9 bancários foram já demitidos. Além disso, em 2018 eram cerca de 900 bancários nos dois municípios assistidos pelo sindicato, enquanto este ano têm aproximadamente 500, uma queda significativa.

Atualmente, o SindBancários tem registradas 23 agências, que abrangem os municípios de Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto. De 2018 até o momento, 11 agências fecharam, sendo três delas apenas neste ano, nos bairros: Alto da Serra, Itaipava e Bingen.

Com a diminuição das agências, o número de caixas eletrônicos em locais como mercados e postos de gasolina vêm aumentando. Entretanto, o presidente esclarece que esses caixas não recebem conta, apenas disponibilizam dinheiro aos usuários. “E alguns caixas não têm o valor, ou não têm nota inferior a R$ 5. Isso dificulta muito para o aposentado, que o salário já é pequeno”, disse.

Entretanto, na era digital, é muito comum que a população resolva a maioria das coisas pelo celular, como realizar pagamentos por Pix, o que facilita bastante. Porém, aqueles que precisam do atendimento presencial saem perdendo.

O presidente diz que as principais preocupações do sindicato são com os bancários e com o atendimento à população por conta do fechamento das agências. “Muitas pessoas acham que os sindicatos só estão olhando para o trabalhador, porém, a gente tem que olhar também para o consumidor. Porque se não tem um consumidor, não existe banco, e aí não existe emprego”, explicou.

“Estamos preocupados com o fechamento das agências e com as demissões em massa. E hoje, com menos bancários pra atender, é mais tempo de espera. Então, essa é a preocupação. A população em si deve ser melhor atendida. O banco empurra, ou para o autoatendimento ou para os correspondentes bancários, onde a gente fica muito preocupado porque não tem segurança, como porta giratória e nem vigilante. Então, o risco de uma pessoa ir lá, sacar o dinheiro e ser abordado é muito maior do que ela dentro de uma agência bancária”, completa Sávio.

Além disso, ressalta a preocupações com golpes através de sites e ligações anônimas. “Hoje em dia, o assaltante não vai mais à agência bancária, ele vai no teu celular, na internet. Então, ele não corre risco de vida, não corre risco de ser preso, e o êxito dele é muito maior”, ressalta.

“A gente sempre aconselha a população buscar os seus direitos. O banco tem que atender a população, ele não pode ficar recusando atendimento dentro da agência. Hoje, alguns bancos não estão aceitando os clientes, e sim mandando para as casas de loteria. Então, a gente sempre fala para a população procurar os órgãos competentes para fazer a reclamação. Que é o Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) e o Banco Central, pelo número 145. Liga e faça a reclamação da agência, porque o Banco Central cobra dos bancos. Então, é um modo das leis serem cumpridas”, reforça.

O presidente conclui ressaltando que a culpa do não atendimento presencial não é culpa do bancário, e sim do banco. “Muita gente fala, o bancário é o culpado, mas não é o bancário. O bancário tem que redobrar o trabalho dele para poder atender melhor. Porque o banco pode, sim, contratar mais pessoas ou abrir mais agências. Mas eles estão fazendo ao contrário, estão mandando embora. Além disso, o bancário não sabe se amanhã ainda estará empregado. A pressão é muito grande, as metas são abusivas. O adoecimento da categoria bancária hoje é muito grande”, conclui.

Questionada sobre o fechamento de agências bancárias em Petrópolis, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) disse que: Os bancos estão adequando suas estruturas à nova realidade do mercado, em que a utilização dos canais digitais de atendimento vem ganhando espaço em detrimentos dos canais físicos e presenciais, refletindo, em especial, o novo perfil do consumidor, que busca, e encontra, conveniência, comodidade, segurança e rapidez nos meios eletrônicos dos bancos.

Algumas agências se transformaram em unidades de negócios e visam atender o novo perfil do consumidor, que busca, e encontra, comodidade, segurança e rapidez nos meios eletrônicos dos bancos. Além disso, cada vez mais os clientes vêm utilizando as agências bancárias como ponto de atendimento e fechamento de negócios, migrando as operações transacionais para os meios digitais, para sua conveniência.

Atualmente, praticamente todas as operações bancárias podem ser feitas de forma eletrônica. Pelos canais digitais dos bancos é possível fazer pagamentos de contas, transferências, DOCs e TEDs, contratações de crédito, investimentos e aplicações, consultas de saldos e extratos, contratar seguros e planos de Previdência, renegociar dívidas, entre outras operações.

Ao longo dos anos, o nível de emprego tem se mantido estável. O avanço dos serviços digitais tem levado as instituições financeiras a contratar um grande volume de profissionais, especialmente em áreas como TI e segurança contra fraudes digitais, por exemplo.

A tecnologia sempre foi parte do negócio bancário, com as instituições financeiras brasileiras, ao longo dos anos, desempenhando um papel de vanguarda no seu uso para os serviços e produtos ofertados aos clientes. Foi assim com o uso da internet, com a disponibilidade dos serviços nos celulares, uso de chip, uso de token, captura e uso de biometria, disponibilidade de serviços nas redes de autoatendimento e diversas outras aplicações já normais no dia a dia dos brasileiros.

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