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Gatos idosos são mais propensos a doença renal crônica: conheça os sinais

Especialista explica os sinais de alerta e como prevenir

Foto: Freepik
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Emanuelle Loli - estagiária

Gatos são mais propensos a desenvolver doenças renais, especialmente a Doença Renal Crônica (DRC), caracterizada por uma lesão estrutural irreversível nos rins, com perda progressiva da função renal ao longo de meses ou anos. De acordo com Julianna Azevedo, médica veterinária e docente da Estácio, estima-se que de 1 em cada 3 gatos acima dos 10 anos de idade apresentem a doença, enquanto em cães a proporção é de 1 em cada 10.

“Essa maior predisposição está relacionada à fisiologia renal felina, à capacidade de adaptação silenciosa dos rins e à presença de fatores como predisposição genética, cálculos renais, infecções urinárias recorrentes e doenças inflamatórias crônicas. Um fator importante que contribui para essa vulnerabilidade é o hábito natural dos gatos de ingerir pouca água. Essa baixa ingestão hídrica pode favorecer a concentração urinária excessiva, predispondo à formação de cristais, obstruções urinárias e sobrecarga renal ao longo do tempo”, explica.

Segundo a veterinária, incentivar o consumo de água, seja por meio de fontes, alimentos úmidos ou enriquecimento ambiental, é uma medida preventiva essencial para a saúde renal dos felinos.

Sinais de alerta

Os tutores devem ficar atentos a sinais como:

  • Aumento da ingestão de água e da frequência urinária;
  • Perda de peso;
  • Apatia e diminuição do apetite;
  • Vômitos, diarreia e mau hálito;
  • Gengivas pálidas e pelagem opaca.

“Em estágios mais avançados, podem ocorrer sinais de desidratação, hipertensão arterial, constipação, alterações neurológicas e até crises urêmicas. Esses sintomas indicam que os rins não estão conseguindo eliminar adequadamente as toxinas do organismo”, explica.

Quando ficar atento

Juliana explica que a maior atenção aos sinais da Doença Renal Crônica deve ser por volta dos sete a oito anos de idade do animal com check-ups periódicos. A recomendação é que animais com menos de 8 anos sejam avaliados anualmente; entre 8 e 12 anos, semestralmente; e acima de 12 anos, trimestralmente.

“Essa rotina de monitoramento é essencial para detectar precocemente alterações renais, já que os sinais iniciais podem ser sutis ou mascarados pela capacidade adaptativa dos rins. Em gatos, essa vigilância é ainda mais importante, pois muitos mantêm a capacidade de concentração urinária mesmo com perda significativa de função renal, dificultando o diagnóstico precoce”, explica.

Como prevenir

Embora nem sempre seja possível evitar a doença, alguns cuidados ajudam a reduzir riscos e retardar sua progressão:

  • Incentivar o gato a beber mais água (fontes, potes espalhados e ração úmida ajudam);
  • Manter uma alimentação equilibrada e adequada à idade;
  • Evitar medicamentos sem prescrição, principalmente anti-inflamatórios;
  • Controlar doenças como hipertensão e diabetes;
  • Realizar exames periódicos.

O que fazer diante dos sinais

Ao notar qualquer sinal mencionado, o tutor deve levar o animal imediatamente ao médico veterinário, que solicitará exames de sangue, urina, ultrassonografia e aferição da pressão arterial. O diagnóstico precoce é fundamental para definir o estágio da doença e iniciar o tratamento adequado, que pode incluir dieta específica, suplementação, medicamentos e acompanhamento contínuo.

Assim, com monitoramento regular e atenção aos sinais, é possível garantir mais qualidade de vida e longevidade aos felinos.

O que é a doença renal

A veterinária explica que as doenças renais em cães e gatos podem ser classificadas em agudas ou crônicas, glomerulares ou tubulares, congênitas ou adquiridas sendo a mais comum entre os felinos,  a Doença Renal Crônica (DRC).

“Essa condição leva à diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG), comprometendo funções metabólicas, endócrinas e excretoras. Os néfrons danificados não são substituídos, e a hipertrofia compensatória dos néfrons remanescentes é limitada. Com o tempo, ocorre hiperfiltração, hipertensão glomerular e produção de toxinas urêmicas, que agravam o quadro clínico”, conclui.

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