Catedral Presbiteriana e Centro de Candomblé também serão revitalizados pela EMOP-RJ, como parte do Programa Infratur
O Governo do Estado está executando uma grande obra de restauração da Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro, construção de arquitetura modernista e sede da Igreja Católica, localizada na Avenida Chile, no Centro do Rio. A intervenção, prevista para ser finalizada no primeiro semestre de 2026, está sendo realizada pela Empresa de Obras Públicas (EMOP-RJ), e inclui, entre os itens de maior relevância, o restauro e reconstrução dos vitrais alemães que compõem os painéis coloridos do prédio, além de pintura da fachada com uma tinta especial que resiste à ação do tempo. Trata-se da primeira grande revitalização do prédio desde a sua inauguração, em 1976. Nas obras, serão investidos R$ 68.868.287,77.
A obra faz parte do Programa Infratur, instituído pela Alerj e regulamentado pelo Governo do Estado, com o objetivo de reformar, recuperar ou requalificar prédios, equipamentos urbanos e outros atrativos turísticos do Estado do Rio de Janeiro, públicos ou privados de acesso disponível à população. A catedral foi projetada pelo arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca e é tombada pelo município
- A revitalização da Catedral, assim como a de outros bens tombados com importância histórica, turística e religiosa no estado, faz parte de uma política pública de investimentos na cultura e na memória da população fluminense. Outras duas edificações religiosas do estado, uma presbiteriana e outra do candomblé, também estão sendo contempladas por obras de manutenção que vão devolver a beleza aos prédios afirmou o governador Cláudio Castro.
O diretor de manutenção EMOP-RJ, Rony Silva, destaca que um dos desafios enfrentado pela equipe é executar a obra sem interromper a visitação à Catedral, que é um ponto turístico importante da cidade do Rio. A solução foi dividir a intervenção em blocos. A cada trecho isolado, são instalados andaimes e telas, permitindo que o restante do espaço siga sendo utilizado.
- Estamos trabalhando tanto na fachada, quanto internamente. São mais de 67 mil metros quadrados de recuperação de concreto aparente, além dos banheiros e das áreas internas. Como a Catedral não pode ser fechada, continua em funcionamento, precisamos ter um cuidado maior com a proteção das pessoas que estão circulando diz o engenheiro.
A recuperação dos mais de 1 mil metros quadrados de vitrais é um dos serviços mais delicados da empreitada. E a missão coube ao vitralista Cláudio Sacramento, que há 35 anos cuida da manutenção dos vitrais da Catedral de São Sebastião. Ele conta que as peças são de concreto armado com estrutura metálica interna, uma modalidade de vitral chamada de "dalle de verre". Os vidros coloridos têm 20 milímetros de espessura, com variações de tamanho conforme o mosaico.
A restauração das peças está sendo feita numa oficina instalada no subsolo da construção. Elas são retiradas da fachada e passam por uma inspeção. Muitas estão com infiltração e rachaduras no concreto armado
- Essa é a primeira vez que a gente consegue uma verba suficiente para poder fazer um restauro completo. Antes, fizemos apenas manutenção. Os painéis descem, são desmontados, e é feito todo o processo. Criamos um molde do desenho, para podermos refazer a peça exatamente igual, e depois recolocamos no local. Tem técnica que ainda é executada lá em cima mesmo, sem precisar descer a peça detalha Cláudio Sacramento.
Para o padre Cláudio dos Santos, pároco da Catedral, a obra além de trazer mais segurança, vai ressaltar ainda mais a beleza do edifício.
- A Catedral é o segundo ponto turístico mais visitado do Rio de Janeiro. Recebemos aqui pessoas de todos os lugares do mundo, não só os católicos, mas de outras denominações religiosas. Pessoas que veem nesse espaço uma oportunidade de viver um encontro com Deus. Por isso, ver a Catedral bem arrumada não vai trazer apenas a satisfação para aqueles que vivem em sua fé, mas para quem quer ter a curiosidade de conhecer uma arquitetura bastante singular e diferenciada das igrejas que nós conhecemos explicou o padre.
Programa Infratur
Além da Catedral Metropolitana, outros dois prédios religiosos são contemplados pelo programa e restaurados pela EMOP, a Catedral Presbiteriana, localizada no Centro do Rio, e o Centro Ilé Asé Opó Afonjá, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O investimento nas obras dos três imóveis será de R$ 86 milhões.
Tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), a Casa de Candomblé Ilé Asé Opó Afonjá, começou a ser reformada pelo governo do estado no final de 2024. As obras, orçadas em R$ 633 mil, preveem ainda o replantio da árvore sagrada ancestral africana Iroko, que fica no terreiro de candomblé. A conclusão dos trabalhos é prevista para o final de setembro.
O tronco da árvore foi removido e uma muda, da mesma árvore, será replantada no local. Todo o trabalho está sendo acompanhado pela Universidade Rural. A previsão é de que o serviço seja concluído em 180 dias.
Os técnicos da Emop explicam que o tronco precisou ser cortado numa cerimônia porque as raízes estavam afetando a estrutura da casa de terreiro e das outras residências vizinhas. A orientação dos orixás, nesta cerimônia, foi de replantar a muda da mesma árvore no local. Para evitar a expansão das raízes, será feita uma contenção em concreto no solo.
As intervenções na Catedral Presbiteriana, em estilo neogótico, incluem a restauração de telhados, vitrais e elementos arquitetônicos, a limpeza de diversos pontos da superfície do edifício, e serviços de manutenção. O trabalho tem previsão de ser concluído no início de 2027.
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