Crescimento de quase 60% nas gestações tardias aponta para tendência cada vez mais comum; especialistas alertam para os riscos
Emanuelle Loli estagiária
De 2010 a 2022, o número de brasileiras que se tornaram mães após os 40 anos cresceu 59,98%, segundo o IBGE. Os dados demonstram que as gestações tardias se tornaram mais comuns. Porém, elas exigem um acompanhamento rigoroso devido aos riscos causados pela idade da mãe. Por outro lado, os avanços médicos permitem uma gravidez saudável, com pré-natal personalizado.
A ginecologista e obstetra Ana Paula Noronha explica que o planejamento para engravidar pode começar anos antes da decisão de ser mãe:
“Hoje oriento minhas pacientes a congelarem seus óvulos ainda jovens. Assim, podem investir na carreira e, quando estiverem prontas para a maternidade, contar com óvulos em melhores condições”, comenta.
Manter a saúde em dia é parte fundamental desse preparo. Alimentação equilibrada, atividade física e acompanhamento médico ajudam a preservar a fertilidade e a reduzir riscos.
Com o passar dos anos, a qualidade e a quantidade dos óvulos diminuem. “A partir dos 36 anos, os riscos aumentam consideravelmente. Por isso, sempre oriento minhas pacientes a, se possível, engravidarem antes dos 40”, alerta Ana Paula.
Riscos de uma gestação tardia
Segundo a médica ginecologista Karla Mazzini, os principais riscos incluem:
Anomalias cromossômicas (como síndrome de Down, de Patau e de Edwards);
Pré-eclâmpsia;
Diabetes gestacional;
Maior risco de aborto espontâneo;
Placenta prévia ou descolamento de placenta;
Parto prematuro;
Dificuldade para engravidar, devido à menor reserva ovariana.
Porém, Karla explica que é possível controlar os riscos. O acompanhamento médico antes e durante a gravidez é fundamental. Entre os principais cuidados estão:
Avaliação médica antes da concepção;
Controle rigoroso de doenças pré-existentes, como hipertensão ou diabetes;
Uso de suplementos (como metilfolato);
Exames genéticos, cardiológicos e de imagem mais frequentes;
Acompanhamento multidisciplinar.
Exames são aliados da gestação segura
“Avaliamos a vitalidade fetal, o funcionamento da placenta e a saúde da mãe. Com isso, conseguimos agir preventivamente”, diz Karla Mazzini. O pré-natal de alto risco exige mais consultas e uma atenção constante a possíveis complicações.
*Com informações do G1
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