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Historiadores comentam sobre os nomes oficiais e populares das praças de Petrópolis

Foto: Evaldo Macedo
Foto: Evaldo Macedo


Vinicius Henter especial para o Diário

Pelo menos três praças centrais de Petrópolis têm, na prática, dois nomes: o oficial e o informal (mais conhecido pela população). É o caso da Praça da Liberdade, da Praça da Águia e da Praça do Skate. Esses são os nomes informais. Porque, oficialmente, são, respectivamente: Praça Rui Barbosa, Praça Visconde de Mauá e Praça Duque de Caxias.

Alguns acontecimentos históricos fizeram com que isso acontecesse. E hoje o que é melhor para Petrópolis? Fortalecer os nomes oficiais, para que sejam mais usados pela população? Ou, na verdade, valorizar esses nomes informais, já que vêm ganhando força pelo uso da população? Historiadores da cidade comentam.

O Instituto Histórico de Petrópolis (IHP) defende a preservação dos nomes oficiais:

“O Instituto Histórico de Petrópolis tem como princípio preservar a história e a memória da cidade de Petrópolis, sendo assim os nomes oficiais devem ser preservados. Mas, devido ao apelo popular de identificar esses espaços de convivência com nomes informais e de fácil identificação do local, tornou-se prática normal”, disse a presidente do IHP, Elizabeth Maller.

Já para a historiadora Natalia Lage, a cidade deveria repensar esses nomes.

“Os três exemplos demonstram muito essa disputa de memória dentro da cidade. E essa disputa de espaço. O que é a representação oficial daquele lugar e como a população enxerga e ocupa aquele espaço. Por mais que você queira botar nomes, a população enxerga mesmo nesses espaços esses nomes?”, disse a historiadora.

Natalia Lage é organizadora (ao lado do historiador Lucas Ventura) do livro “Petrópolis, entre o conhecido e o (des)conhecido: história, estudos reunidos e novas abordagens”, lançado neste ano na cidade. O livro busca estudar novas temas sobre Petrópolis: “temas que foram deixados à margem na nossa historiografia regional”, como explica a historiadora.

Para ela, os nomes informais das praças “falam muito mais sobre nós” do que os nomes oficiais. Defende o uso dos nomes informais “para que eles tenham significado, sejam reflexo da história da cidade”. E fez críticas a alguns dos personagens homenageados nesses espaços:

“Quem foram esses personagens, né? Nomes muito problemáticos, como Duque de Caxias. Quais símbolos a gente quer ressaltar e tornar importantes na cidade?”, disse Natalia Lage.

Fatos históricos sobre essas três praças

A presidente do IHP, Elizabeth Maller, citou alguns fatos históricos envolvendo essas três praças que ajudam a entender por que os nomes informais são diferentes dos nomes oficiais. Veja abaixo:

Praça da Liberdade (Rui Barbosa)

“Inaugurada em 1888, ano da abolição, a Praça de Liberdade era local de referência para negros libertos comercializar produtos com a finalidade de angariar recursos para libertar aqueles que ainda estavam no cativeiro. Em 1923, após uma reforma, a Praça da Liberdade foi inaugurada com o nome de Rui Barbosa, nome que não obteve apelo popular, já que não fazia jus à história do local. A população petropolitana abraçou a ideia inicial de manter o nome original”, disse Maller.

Praça do Skate (Duque de Caxias)

A Praça Duque de Caxias foi totalmente revitalizada em 2004. Quando foi criado o espaço para a prática do skate.

“Apagando desta forma qualquer traço da praça primitiva. O fato que agravou o apagamento foi a transferência do monumento de Duque de Caxias para a Rua Monsenhor Bacelar”, disse Maller.

Praça da Água (Visconde de Mauá)

“A Praça Visconde de Mauá, ao receber o monumento da Águia desde a sua inauguração, tornou-se um ponto de referência. Embora tenha sido inaugurada para homenagear o visconde, não há nenhum monumento em sua homenagem. Desta forma, a águia ganha lugar de destaque”, disse Maller.

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