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Importância da conscientização dos meios de inclusão no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

Foto: Getty Images
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Mariana Machado especial para o Diário

O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado neste sábado (21), foi instituído pela Lei nº 11.133/2005 com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão destas pessoas. Em 2022, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), havia 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais, com deficiência, no Brasil, o que representa 8,9% da população dessa faixa etária.

O propósito desta data não é de caridade ou benevolência, e sim reconhecer o pertencimento destas pessoas na sociedade, e fazer parte do esforço social de incluí-las no dia a dia, como se atentar se há formas de acessibilidade em determinado local, seja nas escolas, ônibus, supermercados, empresas, entre outros.

Gilda Beatriz é pós-graduada em Educação Inclusiva, e conta que os deficientes ainda enfrentam muito preconceito e dificuldades ao longo da vida. Muita coisa já mudou, a sociedade de modo geral, hoje enxerga a pessoa com deficiência com mais respeito. No entanto, ainda não está totalmente preparada para eles. O que dizer das calçadas, onde em vários trechos uma cadeira de rodas não passa, dos ônibus cujos elevadores muitas vezes não funcionam, dos locais cujo único acesso é por escadas (às vezes o acesso as casas de pessoas com deficiência) a falta de intérpretes em Libras, de mais informações em Braille, conta.

Já nas escolas municipais, Gilda considera que o Estatuto da Pessoa com Deficiência entrou em vigor, em 2015,  é pacificado que os alunos com deficiência têm direito a mediador escolar. Porém, o que vemos na prática é uma desvalorização desse serviço realizado por estagiários,  com remuneração  bem  abaixo da  praticada em escolas particulares, desmotivando esses futuros profissionais a encararem uma atividade cuja dedicação e comprometimento são enormes. Como foi o caso do protesto realizado na Praça da Águia nesta terça-feira (17), em que estagiários reclamaram de pagamentos atrasados. Questionada, a Prefeitura respondeu que Os repasses foram realizados.

No país, em 2019, segundo o IBGE, apenas 55% das escolas dos anos iniciais do ensino fundamental estavam adaptadas para alunos com deficiência em todo o país. Nos anos finais do ensino fundamental, 63,8% estavam habilitadas, e para as de ensino médio a proporção era de 67,4%.

Gilda conta um caso recente na cidade, em que uma criança cadeirante foi impedida em entrar num espaço de recreação de um shopping, porque não poderia entrar com a cadeira de rodas. Aí, deixaram a cuidadora entrar com ela no colo, mas não podia entrar na piscina de bolinhas com a criança. Casos como este que o Dia Nacional pretende colocar em evidência, para que haja, por parte da população, este entendimento de que deficientes devem ser pensados quando é realizada uma estrutura, seja do que for.

Segundo dados do IBGE, em 2019, a taxa de participação das pessoas com deficiência no mercado de trabalho era de 28,3%, enquanto o percentual para pessoas sem deficiência era de 66,3%. Já sobre as funções adquiridas pelos deficientes, apenas 34,3% ocupavam postos formais, enquanto a taxa entre os sem deficiência era de 50,9%.

Em conjunto com o Comitê Paralímpico Brasileiro, Petrópolis recebeu três edições do Festival Paralímpico, e a quarta edição será realizada neste sábado (21) com cerca de 300 alunos inscritos. Segundo a Prefeitura, A cidade também é o único município da Região Serrana e o segundo no estado a contar com dois núcleos do Centro de Referência Paralímpico localizados na Escola Municipal Fábrica do Saber, em Cascatinha e na Escola Municipal Monsenhor João de Deus, Pedro do Rio, com aproximadamente 250 alunos semanalmente praticando modalidades de Bocha, natação e badminton. Para esse ano, a cidade já possui um atleta classificado para as paralimpíadas escolares.

Precisamos no colocar no lugar dos outros, tentar sentir os sentimentos alheios para entender as dificuldades, para entendermos também que ser pessoa com deficiência ou ter uma em sua família é uma oportunidade de enxergar o mundo com outros olhos. [...] com toda a certeza de que é possível ser feliz!, conclui Gilda.

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