Mutirão de Limpeza em parceria com ONG recolheu 242 kg de resíduos e mobilizou turistas internacionais
China, Argentina e Etiópia: estes são alguns dos países dos quais o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) identificou diversos resíduos sólidos chegando à Ilha Grande, como garrafas pet de água e chá. Durante quatro dias, participantes de um mutirão promovido pelo órgão estadual em parceria com a ONG Somos Natureza coletaram 242 kg de materiais recicláveis que chegaram às praias da Ilha a partir de três continentes diferentes por meio de correntes marítimas.
Após a coleta, a equipe organizou todo o material recolhido para destinação correta em cooperativas de recicláveis de Angra dos Reis. Os voluntários puderam também aprender sobre as unidades de conservação do Inea e compartilharam suas experiências de combate à poluição marinha em seus países de origem, contribuindo com sugestões para o aprimoramento do trabalho nos próximos meses. A ação aconteceu na Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, administrada pelo Inea e reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO.
Para o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, é preciso um avanço dos atores internacionais nas políticas de controle e destinação correta de resíduos. Não temos controle sobre o que chega ao RJ vindo de outros países, mas atuamos diretamente na coleta e destinação desses resíduos que aparecem nas nossas unidades de conservação. É gratificante ver também visitantes de fora integrando a nossa missão de conservação pontuou Bernardo Rossi.
A partir de uma parceria firmada recentemente com a Somos Natureza, o Inea promoverá mutirões mensais nas praias de Ilha Grande. A atividade deste fim de semana reuniu sete pessoas dentre turistas da Espanha, Argentina, Espanha e Islândia, além de visitantes de São Paulo.
Dentre os materiais recolhidos e que poderiam apresentar riscos à biodiversidade local, estão plásticos, que poderiam ser ingeridos por tartarugas e aves marinhas, causando sufocamento e até morte. Já os resíduos feitos de vidro podem levar mais de 4 mil anos para se decompor no ambiente.
Criada em 1981, a unidade de conservação abrange 3.309,63 hectares cobrindo parte das áreas da Ponta da Escada, Morro do Pilão, Serra de Araçatiba, Serra do Papagaio, Tucunduba e a Enseada da Praia do Sul. A reserva, localizada em Ilha Grande, no município de Angra dos Reis, tem como missão a preservação da biodiversidade e de sítios arqueológicos, sendo a única do Estado do Rio de Janeiro que conta com todos os ecossistemas litorâneos.
Por ser uma reserva biológica, a visitação recreativa no local não é permitida. A unidade de conservação permite apenas atividades de pesquisa científica e de educação ambiental.
Avanços no RJ
No último mês de junho, a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade lançou o novo sistema estadual para transparência, gestão e monitoramento de toda a logística reversa de embalagens no Rio de Janeiro, o SISREV-RJ. A iniciativa é um avanço nas políticas de gestão de resíduos sólidos no território fluminense, otimizando a destinação correta dos materiais.
O novo sistema visa garantir a integração com outras plataformas públicas e a segurança no armazenamento de dados. Em um ambiente digital unificado, ele permitirá o cadastro e a validação de empresas, a submissão de planos de logística reversa, o olhar atento sobre o cumprimento de metas e o envio anual de relatórios de desempenho, entre outras funcionalidades. Com isso, as informações serão monitoradas de maneira centralizada, com a geração de dados que irão subsidiar políticas públicas e ações de fiscalização.
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