Animais foram encaminhados para centro de reabilitação após a maior operação contra o tráfico já realizada no país
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) teve papel central na Operação São Francisco, a maior ação já realizada no Brasil contra o tráfico de animais silvestres. Ao todo, mais de 800 animais foram resgatados em diferentes pontos do estado na última terça-feira (16/9), conduzidos à Cidade da Polícia para avaliação inicial e, em seguida, catalogados e encaminhados para um centro de triagem voltado para a reabilitação de animais silvestres em Seropédica, de gestão compartilhada entre o governo federal e estadual.
Durante a ação, especialistas em fauna do instituto atuaram na identificação das espécies e organizaram a logística para que cada animal recebesse os cuidados necessários antes de serem encaminhados para o centro. A operação também contou com a presença de agentes de fiscalização do órgão ambiental, responsáveis pela identificação dos documentos falsos, utilizados para mascarar a origem ilícita da fauna, e pela autuação e multa dos envolvidos, além de guarda-parques das unidades de conservação estaduais, que contribuíram na constatação dos crimes contra o meio ambiente e no suporte técnico ao resgate.
De acordo com as investigações, as araras resgatadas eram negociadas por valores que chegavam a R$ 5 mil. Entre os animais apreendidos também estavam espécies ameaçadas de extinção, como o papagaio-do-peito-roxo, a jandaia e o bicudo.
Com essa operação, conseguimos expôr o cenário mortal desse mercado clandestino. Esses animais estavam em um verdadeiro corredor da morte. Iremos atuar incansavelmente para garantir o bem-estar da nossa biodiversidade e dar uma resposta clara ao crime organizado: o Rio de Janeiro não será território livre para o tráfico de fauna explicou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
Após a triagem, os indivíduos recém-capturados e saudáveis foram imediatamente soltos, enquanto os demais animais foram levados para espaços maiores para reabilitação e, de acordo com o estado de cada um, poderão ser reintroduzidos ao seu habitat natural ou encaminhados para zoológicos ou mantenedores.
Essa operação é resultado de mais de um ano de investigação e o nosso trabalho continua. Nos últimos dias seguimos acompanhando de perto a triagem e os animais em reabilitação. Não se trata apenas de resgatar, mas sim de garantir que cada um deles tenha atendimento adequado e a chance real de voltar à natureza afirmou o diretor de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas do Inea, Cleber Ferreira.
A operação, coordenada pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) em parceria com a Diretoria de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas do Inea, cumpriu 40 mandados de prisão e 270 de busca e apreensão em diferentes regiões do estado, além de São Paulo e Minas Gerais. Ao todo, mais de mil agentes da Polícia Civil e dos órgãos ambientais integraram a ação.
Além dos animais, também foram apreendidas armas, munições e até dinamites. De acordo com as investigações, a quadrilha era responsável pela exploração sistemática do tráfico de animais no estado há décadas, utilizando caçadores, atravessadores e falsificadores para alimentar feiras clandestina
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