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Investir em divulgação turística e comércio digital é a chave para o avanço de Petrópolis, afirma presidente do Sicomércio

Em entrevista, Marcelo Fiorini aborda planos para que Petrópolis alcance novos patamares no futuro

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Roberto Jones - especial para o Diário

Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Petrópolis (Sicomércio) e diretor do Fecomércio-RJ, Marcelo Fiorini tem mais de 40 anos de atuação no mercado empresarial de Petrópolis e conhece bem os potenciais da cidade e os desafios para que ela avance. Em entrevista ao Diário, o especialista elencou ideias que, se postas em prática, elevarão ainda mais o nome de Petrópolis nacionalmente.

Quando começou a empresariar em Petrópolis, qual era o cenário? Quais as principais diferenças da cidade hoje e 40 anos atrás?

M.F: Vivíamos um cenário completamente diferente. Não existia internet e o comércio varejista era físico. O comércio de rua era extremamente forte e a grande locomotiva econômica da cidade. A Rua Teresa era o principal polo de moda do Brasil, movimentando visitantes de todo o país, e toda a dinâmica de venda era presencial. Com o passar dos anos, especialmente nos últimos cinco a dez, vimos uma transformação profunda: o comércio digital ganhou força, mudou o comportamento de consumo e enfraqueceu, de certa forma, o comércio de rua. Muitas redes físicas encolheram, enquanto o digital não para de crescer. Ainda assim, o comércio de rua segue relevante, mas em constante adaptação.

Quais são os maiores impulsionadores da economia da cidade?

M.F: Hoje, o grande motor da economia de Petrópolis é o turismo. A visitação movimenta toda a cadeia: comércio, serviços, hotelaria e gastronomia. Eventos como a Bauernfest, o Festival de Inverno e outros que surgiram recentemente fazem a cidade girar, trazem visitantes, lotam hotéis, movimentam restaurantes e impulsionam as vendas no comércio físico. Além disso, temos empresas que seguem sendo fundamentais, como a GE Celma, que emprega mais de 3 mil pessoas, além de outras indústrias relevantes. Mas, sem dúvida, a força maior hoje é a combinação de turismo, serviços e comércio.

Petrópolis sempre foi referência, principalmente na moda, com a Rua Teresa. Hoje isso ainda acontece, mas em menor escala. O potencial comercial de Petrópolis diminuiu ao longo do tempo ou é um equívoco pensar assim?

M.F: Petrópolis continua sendo uma referência em moda, e a Rua Teresa segue sendo um ponto importante, ainda que tenha perdido parte da força que já teve. Muitas lojas e confecções vêm se reinventando, migrando para o digital e se adaptando à nova realidade. Nos períodos de maior fluxo turístico como na Bauernfest, no Festival de Inverno e na alta temporada vemos a Rua Teresa novamente cheia, com visitantes em busca da moda local. Ou seja, o potencial está vivo, mas exige inovação e integração com o digital.

Quais os principais desafios do comércio da cidade? E como retornar ao que um dia Petrópolis já foi ou como se adaptar a essa nova realidade?

M.F: O desafio não é só do comércio, é de todos os setores: se adaptar à realidade digital. Hoje, as pessoas buscam informações, referências e produtos nas redes sociais, e isso mudou completamente a forma de divulgar marcas, mercadorias e de vender. A pandemia acelerou esse processo de transformação de forma abrupta. De repente, todos precisaram migrar do mundo real para o virtual. E esse é, sem dúvida, o grande desafio: se adaptar, se reinventar e encontrar o equilíbrio entre o físico e o digital.

As tragédias climáticas de 2022 impactaram o desenvolvimento de Petrópolis? Quais os principais desafios enfrentados pela cidade hoje e como driblá-los?

M.F : A tragédia de 2022 deixou marcas profundas. O impacto foi enorme para a cidade, para a economia e, principalmente, para as pessoas e os empresários atingidos. Muitos precisaram recorrer a linhas de crédito para sobreviver, o que gera até hoje reflexos na cadeia produtiva. Há empresários que ainda nem começaram a pagar seus empréstimos, com prorrogações constantes, o que é preocupante. A ajuda do governo federal foi quase inexistente tímida, para dizer o mínimo. Já o governo do estado teve uma atuação mais efetiva, criando linhas de crédito que ajudaram muitos a se reerguer. Hoje, a cidade está de pé, pronta para receber visitantes, mas ainda precisa de investimentos especialmente em mobilidade urbana, que impacta diretamente o turismo e a vida do cidadão. É fundamental que o novo governo busque recursos e apoie essa retomada.

Em quais outros pontos você sente que a cidade precisa avançar para conseguir ainda mais destaque Brasil afora?

M.F: Petrópolis é um produto riquíssimo histórico, cultural, ecológico e até de compras. Temos um pouco de tudo, mas ainda falta divulgação. Precisamos fechar mais parcerias com operadoras de turismo, fortalecer a promoção da cidade e atrair novos públicos. O setor de eventos tem crescido bastante e ajudado a consolidar Petrópolis como destino, mas ainda temos um enorme potencial no turismo de negócios. Consolidar um centro de convenções, por exemplo, traria movimento durante a semana, aumentaria a ocupação hoteleira e faria a economia girar ainda mais. Temos tudo para oferecer, só precisamos mostrar isso de forma mais ampla.

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