Mauro Peralta - médico e vereador
A quase totalidade da população petropolitana concorda que nosso alcaide demonstra falta de responsabilidade administrativa, evidenciada pelo aumento significativo de gastos desnecessários. Entre esses gastos, destaca-se a criação de novas secretarias supérfluas, que não trazem benefícios concretos aos munícipes.
Há um consenso quase unânime sobre a falta de responsabilidade fiscal na administração municipal, que vem inchando a máquina pública com a nomeação de centenas de funcionários não concursados. Um exemplo alarmante é o gasto de trinta e dois milhões de reais com honorários ao escritório de advocacia Sardinha, antes do trânsito em julgado do processo relativo ao aumento do ICMS. Esse serviço poderia perfeitamente ter sido realizado pela Procuradoria do Município, que conta com um grupo de advogados qualificados, sem a necessidade de despesas extras com dinheiro público. Agora, com a perda do processo no Supremo Tribunal Federal por cinco votos a zero, nada mais pode ser feito.
Além disso, enfrentamos a possibilidade de perdermos o atendimento ao SUS no nosso maior hospital, o Santa Teresa, devido ao déficit financeiro da entidade filantrópica que o administra e que alega uma perda de nove milhões de reais em um ano. Enquanto aqueles que possuem plano de saúde não dependem do SUS, a maioria da população de Petrópolis precisa desse atendimento. Somos todos extorquidos pelos altos impostos para manter a estrutura pública, e cabe aos nossos dirigentes garantir o devido atendimento.
Restam apenas 129 dias úteis para o fim do ano, e a situação do Hospital Santa Teresa se arrasta desde 2022, com várias audiências tentando resolver o impasse. Apesar da leniência das regras que regem as entidades filantrópicas, que precisam ser reformadas pelo Congresso, não podemos ficar de braços cruzados. Já deixamos de receber parte dos 100 milhões de reais destinados à oncologia por descaso das autoridades, além de outras verbas perdidas pela falta de projetos.
Esta negociação pode ser a primeira no Brasil envolvendo um hospital híbrido, que atende tanto ao SUS quanto a planos de saúde e pacientes particulares. O déficit do hospital, de nove milhões de reais por ano, foi contestado pelo Ministério Público, pois a auditoria apontou custos de áreas que não atendem ao SUS, como a maternidade. Embora a prefeitura tenha melhorado os pagamentos para hemodiálise e leitos de UTI, muito ainda precisa ser feito. O Hospital Santa Teresa declarou que deseja continuar a atender, desde que haja equilíbrio financeiro.
Criado por Dom Pedro II e pela imperatriz Teresa Cristina para atender aos petropolitanos mais necessitados, o Hospital Santa Teresa é essencial para a cidade. Graças ao juiz titular da 4ª Vara Cível, Dr. Jorge Luiz Martins Alves, que conseguiu reduzir a demanda financeira do hospital, não perderemos nosso hospital regional. O Santa Teresa continuará a atender, e seu silêncio será quebrado pelo brado de justiça do nosso juiz.
Obrigado Dr. Jorge, a cidade agradece. A justiça prevalecerá, o atendimento continuará e os mais necessitados não sofrerão as consequências da irresponsabilidade da prefeitura. A palavra final está com o prefeito Rubens Bomtempo, que tem até às 18 horas de hoje, domingo, dia 30 de junho, para dar seu parecer. O povo sairá vencedor, se Deus assim permitir.
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