Levantamento aponta que houve mais de 1 mil casos de golpes e 6 mil boletins de ocorrências feitos nas delegacias da cidade
Larissa Martins especial para o Diário
Os Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP-RJ) divulgou os dados de criminalidade referentes ao 1º semestre deste ano, apresentando comparações em relação ao mesmo período de 2023. Os números que mais chamaram a atenção são relacionados a estelionato e boletins de ocorrências, no geral, feitos nas delegacias.
Segundo o ISP-RJ, os moradores têm denunciado com mais frequência. De janeiro a junho deste ano, a 105ª DP e a 106ª DP contabilizaram, juntas, 6,6 mil boletins de ocorrência. O aumento foi de 16% em relação a 2023, quando 5,7 mil denúncias foram lavradas. Os golpes (estelionatos) são responsáveis por boa parte dessas reclamações. O levantamento aponta que houve elevação de 30% este ano em comparação ao ano passado. Em 2024, até o momento, são 1,2 mil casos e em 2023 foram 994.
Furtos e roubos
Outro indicador que apresentou alta considerável foi de estupro. Em 12 meses são 35% a mais que em 2023. Os furtos (a transeunte, bicicleta, celular, veículo e coletivo) subiram 11%, mas os números não saíram da casa dos 600, sendo 699 casos este ano e 627 no ano passado. Já o número de roubos foi menor, indo de 43 para 68. Nesse indicador está incluso roubo de carga, carro, veículo banco, caixa eletrônico, estabelecimento comercial, residência, transeunte, após saque e condução a saque.
Crimes de ameaça registraram leve alta, com 3%, saindo de 684 para 705 ocorrências. Crimes violentos como lesão corporal culposa, lesão corporal dolosa e violência letal apresentaram, respectivamente, redução de 19%; alta de 4% e menos quatro casos. Em relação à produtividade policial houve alta de 32% no cumprimento de mandado de prisão, 6% na apreensão de drogas, 9% no auto de apreensão de adolescente por prática de ato infracional e 13 % no auto de prisão em flagrante.
Menores percentuais
Encontro de cadáver, extorsão, homicídio doloso, homicídio culposo, letalidade violenta e tentativa de homicídio tiveram menos de 10 registros. Cerca de 17 pessoas desapareceram desde o ano passado. Sequestro, policiais mortos em serviço, encontro de ossada, latrocínio, morte por intervenção policial e lesão corporal seguida de morte registraram apenas uma ou nenhuma ocorrência.
Estado do Rio
Nos seis primeiros meses deste ano, no Estado do Rio de Janeiro, os roubos de carga registraram queda de 41%, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Foram 1.235 casos contra 2.095. Esse foi o menor número de roubos desde 1999.
A letalidade violenta, que é a soma de homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, morte por intervenção de agente do Estado e roubo seguido de morte, registrou diminuição de 19% em seis meses e de 11% no mês, em comparação com os mesmos períodos de 2023. No acumulado do ano, esse foi o menor número de vítimas desde 1991. Em seis meses, foram 1.909 mortes, representando uma redução de 459 vítimas.
As reduções alcançadas no primeiro semestre deste ano ressaltam a importância de adotar estratégias de policiamento baseadas em dados, além dos investimentos em tecnologia, inteligência e treinamento das forças policiais. A nossa missão é transformar esses bons números em sensação de segurança para a população, disse o governador Cláudio Castro.
Seguindo a tendência de queda nos crimes contra a vida, as mortes por intervenção de agente do Estado apresentaram os menores números da última década foram 359 mortes no primeiro semestre deste ano, o que representa uma diminuição de 37% em comparação com o mesmo período do ano passado, e de 23% no mês. Os homicídios dolosos também seguiram a queda, com uma redução de 15% no semestre e 11% em junho.
Produtividade policial
Em seis meses, as polícias Civil e Militar apreenderam em média 17 armas por dia, sendo 2 fuzis a cada 24 horas. No total, foram 369 fuzis retirados das mãos de criminosos. Além disso, diariamente foram 67 apreensões de drogas por dia, 119 prisões em flagrante e 45 veículos recuperados.
Veja também: