Em Petrópolis, a plataforma aponta que os números são baixos
Larissa Martins
O Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou na quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, o painel interativo “Discriminação”. A ferramenta reúne dados sobre crimes de preconceito registrados no estado do Rio de Janeiro. Ao analisar os números, atualizados somente até junho de 2024, é possível perceber que os registros em Petrópolis são baixíssimos.
Dentre os crimes analisados estão: discriminação dos portadores do vírus HIV (0); injúria por preconceito (10); intolerância por procedência nacional (0); intolerância e/ou injúria racial, de cor e/ou etnia e preconceito de raça ou cor (3); intolerância por orientação sexual e por identidade ou expressão de gênero (0); intolerância religiosa e ultraje a culto (0) e praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão da sua deficiência (0).
Quase duas mil vítimas no estado
Já no estado, durante o primeiro semestre deste ano, 1.719 pessoas procuraram delegacias de polícia para denunciar algum tipo de crime relacionado à intolerância. A média foi de nove vítimas por dia. Um dado que se destaca é a quantidade de crimes de intolerância cometidos no ambiente virtual: 46 ocorrências em seis meses.
Dentre os crimes analisados, a maioria das vítimas sofreu injúria por preconceito (1.106); seguida por preconceito de raça, cor, religião, etnia ou procedência nacional (436). Outros números incluem intolerância e/ou injúria racial, de cor e/ou etnia (60); praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão da sua deficiência (41); intolerância por orientação sexual e intolerância religiosa, ambos os títulos com 18 vítimas cada.
“Há 25 anos, o ISP se dedica à transparência e divulgação de estatísticas de segurança pública, oferecendo subsídios fundamentais para a criação de políticas públicas. O painel Discriminação, agora integrado ao ISPConecta, amplia ainda mais esse compromisso ao detalhar informações por raça, etnia, orientação sexual, deficiência e religião. É uma contribuição relevante para o diálogo e a conscientização social”, destacou Leonardo Vale, vice-presidente do ISP.
Vítimas
A análise do perfil das vítimas aponta a predominância de mulheres negras, entre 30 e 59 anos. Nos registros de injúria por preconceito, o local mais comum de ocorrência é a via pública. Já nos de preconceito por raça e cor, estudantes negros também estão entre os mais afetados, com maior concentração de casos em ambientes residenciais.
Apoio
A Secretaria de Estado de Polícia Civil tem uma unidade especializada de atendimento às vítimas de racismo, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), localizada no Centro do Rio, possui profissionais capacitados para fazer o acolhimento ao cidadão. Outra iniciativa do Governo do Estado é a Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, responsável por desenvolver políticas públicas para auxiliar no combate e conscientização sobre os crimes resultantes de discriminação ou preconceito.
Além disso, o Disque Denúncia recebe e monitora as denúncias cadastradas e atua em parceria com órgãos especializados no combate à violação de Direitos Humanos.
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