“Não tenho dúvidas que chegando o ICMS, que a gente está nessa luta de conseguir, a cidade tem tudo para crescer e andar sempre para frente em todas as áreas”, afirma
Mariana Machado estagiária
Em conversa com o Diário, o presidente da Câmara Municipal de Petrópolis, Júnior Coruja (PSD), afirma que medidas que priorizam a saúde e educação devem ser tomadas no município, assim como a mobilidade urbana e melhora do transporte público.
O presidente tem como principais interesses as áreas da educação, saúde e transporte, mas conta que também ajuda na causa animal, principalmente com seu novo projeto de animais desaparecidos, que pede a criação de um espaço digital no site oficial da Prefeitura de Petrópolis para a divulgação desses animais.
Para além disso, faz parte da rotina de Júnior Coruja a fiscalização de obras da saúde, como a da UBS Centenário, acompanhar como andam a saúde e a educação em Petrópolis, e se posiciona também quanto ao aumento da tarifa de ônibus municipais.
Diário de Petrópolis: As obras da UBS Centenário estão chegando ao fim. Qual a previsão de inauguração e quais os principais pontos positivos para a população da região?
Júnior Coruja: A UBS do Centenário saiu de uma conversa minha com o ex-prefeito, Rubens Bomtempo, e luto muito por aquela área ali do Bingen. Estou conversando com os comerciantes e com a população também. A inauguração vai ser esse ano ainda, para atender aquela população. A UBS vai ajudar bastante, e seguiremos firme e forte, não só ajudando a UBS, mas também outras coisas pelo Bingen inteiro.
DP: Como o senhor vê a participação do PSD em Petrópolis? Principalmente com a possível pré-candidatura do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que pode também influenciar no município.
JC: Estou no PSD desde 2018, e no começo de 2024 assumi a presidência do partido aqui na nossa cidade. Já venho em contato com os deputados Hugo Leal e Pedro Paulo, e com o próprio Eduardo Paes. A gente vem conversando muito, e se for confirmada uma pré-candidatura do Paes como governador, vamos estar com força total ajudando, tentando fazer articulações partidárias, tanto com outros partidos aqui na cidade, mas sempre mantendo a nossa coerência e a nossa base, hoje em apoio ao governo municipal do prefeito Hingo Hammes, e também como presidente da Câmara.
DP: O que o senhor considera que deva melhorar na saúde e na educação de Petrópolis?
JC: Então, a parte do ICMS que a cidade perdeu no ano de 2024 mexeu muito com o município, e que, com certeza, foi preciso uma segurada até melhorar esse momento. O prefeito anunciou uma crise financeira, e a gente tem que tentar ajudar o máximo que é possível.
Na parte da educação, pensando sempre nas crianças, nos professores, nos funcionários públicos, é tentar manter o salário em dia, que acho muito importante. Não é momento de fazer extravagâncias, é momento de manter as coisas certas para dar certo, e mais para frente com a volta do ICMS a gente vai crescer muito, e abrir creches, pois ainda temos uma fila de mais de mil crianças.
Hoje, eu acho que a principal meta é melhorar a área da saúde, porque realmente um detalhe mexe com a população toda. Uma pessoa que precisa fazer uma cirurgia não pode ficar um ano ou seis meses esperando, tem que trazer um trâmite de 20 a 30 dias aguardando, fazer mutirões da saúde que são importantes. Toda essa prevenção tem que ser muito bem feita para não chegar lá na frente e ter problemas, como a pessoa ter que fazer uma operação muito rápida. Então o ideal é estar tudo preparado e não chegar ao limite, vamos dizer.
DP: O senhor considera as medidas adotadas pela Prefeitura para o enfrentamento da crise financeira eficazes?
JC: A situação da cidade é muito delicada, eu realmente participo de muita coisa, vejo muita coisa acontecendo, mas não tenho 100% de acesso aos números que o prefeito tem. A gente tem um diálogo muito bom com o prefeito, e confio que ele tem responsabilidade, e está fazendo as coisas de acordo com o que ele tem hoje. Acredito que jamais o prefeito vai querer atrasar o salário, como aconteceu, ou deixar de pagar por dois ou três dias, é porque realmente a coisa está muito apertada e a rotatividade de dinheiro que entra depois de maio na prefeitura é bem menor do que entra de janeiro a março, por causa do IPTU e outras coisas. Não tenho dúvida que se o dinheiro estiver na conta, ele vai pagar os fornecedores, as pessoas físicas de todos os setores para as coisas andarem de uma forma correta.
DP: Qual seu posicionamento quanto ao aumento da tarifa de ônibus?
JC: É uma coisa muito delicada a falta de transparência das empresas. Falo muito com o presidente da CPTrans, Luciano Moreira, sempre aconselho e dou caminhos para fiscalização e digo sempre, que quem manda no transporte público da nossa cidade é a prefeitura.
Então tem sim que conversar, que apontar os números e se realmente tiver ruim, tem que tentar ajudar, mas tem que ter muita clareza e responsabilidade. Hoje, o transporte da cidade não está passando por um momento legal.
A gente tem que fazer uma auditoria, que seja de dois meses ou três meses, para ver o que está entrando de dinheiro e o que está saindo, se realmente não tem como ajudar, então a prefeitura tem que dar um jeito, pedir ajuda ao Estado, Governo Federal, Ministério do Transporte, porque a população não pode ficar nessa situação, que está muito precária. Os ônibus quebrando, a pessoa sai de casa e não tem segurança, relato dos próprios rodoviários da situação. E outra coisa delicada é o salário do rodoviário que, muitas vezes, não é pago no dia certo, e aí, começam as paralisações, e isso mexe com o circuito todinho da cidade, mexe com as crianças nas escolas, com as pessoas que têm que chegar para o seu trabalho.
DP: Como o senhor tem acompanhado a nova concessão da BR-040?
JC: Estou acompanhando de perto, a gente espera de verdade que seja solucionada essa parte da subida da serra, onde as obras estão paradas há vários anos. Isso é uma irresponsabilidade e uma covardia com o dinheiro público. Hoje é um sonho de todos, principalmente de alguns moradores, a ligação Bingen-Quitandinha, que vai facilitar muito as pessoas.
A mobilidade dos distritos está parando por falta de uma estrutura de rotatórias e bifurcações, saindo da BR, ou no Arranha-céu, ou na Manga Larga, onde estamos lutando, ao lado do deputado Hugo Leal em Brasília, conversando na ANTT, no Ministério do Transporte, para ver se isso acontece o mais rápido possível.
DP: O que o senhor considera a prioridade para ser feito aqui em Petrópolis ainda esse ano?
JC: A gente tem alguns projetos, mas não é o momento de querer começar uma coisa e parar porque não vai ter dinheiro. Temos que ter muita responsabilidade em manter o que a gente tem, acho que a prefeitura tem que focar muito nisso de cumprir os compromissos, e sim, ter uma ala de projetos, mas acho que a nossa cidade precisa de projetos que tragam empresas para trazer emprego, projetos de mobilidade urbana o mais rápido possível. O importante é ter projetos eficazes que possam trazer benefícios para a população. Não tenho dúvidas que chegando o ICMS, que a gente está nessa luta de conseguir, a cidade tem tudo para crescer e andar sempre para frente em todas as áreas.
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