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Livro de tirinhas lançado em bancas de Petrópolis acompanha momentos da vida de uma jovem questionadora

Personagens com objetos no lugar da cabeça e tirinhas sensoriais marcam a obra

Foto: Mariana Machado
Foto: Mariana Machado

Mariana Machado estagiária

O cartunista e jornalista Victor Klier lançou, no início do ano, o livro “Dadá: Janelas Abertas” em Petrópolis. A obra em quadrinhos em formato de tiras apresenta o universo da um jovem com janelas no lugar do rosto, sempre aberta as novidade e questionamentos sobre a vida.

O autor, que trabalhou com o cartunista Ziraldo por mais de 30 anos, conta um pouco da sua trajetória. “Na época que eu trabalhava na equipe do Ziraldo, fazendo Os Maluquinhos, eu começava a pensar nas minhas coisas quando o trabalho diminuía um pouco. Investi em alguns projetos, e, na época, criei dois, a Dadá e outro, em 2006. O outro projeto até deu mais certo na época, chegou a ser publicado no O Globo, e isso meio que atrasou a Dadá”.

A produção deste livro surgiu na época “meio sem querer”, como contou ele. Segundo Victor, a Dadá surgiu através de rabiscos, mostrados nas primeiras páginas do livro, quando começou a fazer pessoas com rosto de janelas e gavetas.

“Comecei a desenvolver aos poucos e cheguei no Dadaísmo, porque tinha que ser um nome que desse para usar como um apelido, e que tivesse alguma relação com a arte ou filosofia, daí foi o Dadá, apelido de Eduarda”, explica.

O conceito de diferentes tipos de coisas como rosto dos personagens surgiu através de algo surrealista. “Pensei, bom, a menina vai ser a janela aberta, porque está aberta para o mundo; o pai vai ser a porta da percepção meio fechada, porque ele é um cara mais fechado; a mãe teria a cara de gaveta, porque Salvador Dali dizia que as gavetas eram a memória, e como a mulher geralmente tem essa relação afetiva de lembrar das coisas, a mãe vai ser a gaveta. E aí os outros personagens eu fui criando de acordo com o assunto da tira. Eu tenho que pensar o que vai ser a cabeça da pessoa de acordo com o que eu vou criando na hora”, detalha.

Além disso, aborda também algo que chama de “tirinha sensorial”, que é mais interativa. “Eu coloco a personagem na praia, vendo o pôr-do-sol, ouvindo uma música, e a pessoa tem que estar disposta a fazer uma coisa semelhante. Ir para um pôr-sol ouvindo uma música. É uma coisa de viver a experiência. Ela propõe a experiência e a pessoa vive a experiência. Para poder sentir aquilo que eu quero passar”, explica.

No livro ele apresenta também algumas tirinhas do Menino Maluquinho produzidas por ele nos anos 90, no qual apresentam diversas críticas sociais.

“Eu não tinha ainda um personagem para trabalhar, só o Maluquinho, e algumas delas eram publicadas no jornal. No gibi a gente tem que fazer uma coisa mais emotiva para a criança, mas no jornal eu posso exigir um pouco mais do leitor, pode ser uma coisa mais crítica. Então eu me inspirei nas situações da época que saía no jornal, de diversos assuntos que estavam nas bocas na época”, conta.

E nas histórias da Dadá não é diferente, mas desta vez o autor buscou produzir críticas mais contemplativas, reflexivas ou poesia pura. “Mas até essa coisa crítica é igual no Menino Maluquinho. Há coisas que eu observo que são notícias do momento”, ressalta.

Victor está trabalhando o segundo volume da história, onde busca trazer temas como o hábito de mandar cartas, pois as novas gerações perderam o costume. “A minha geração tem caixa em casa com as cartinhas que trocava com os amigos que viajavam. Então é uma sensação muito boa você receber”, diz ele.

Onde encontrar?

O livro está disponível para compra em três bancas de jornal de Petrópolis: Banca Marchese, D. Pedro e do Amaral. Mas é possível encontrar também online, nas seguintes plataformas: Amazon, Mercado Livre, Estante Virtual e Americanas.

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