Parceria entre brasileiros e o Barcelona Supercomputing Center vai impulsionar pesquisas sobre Inteligência Artificial
Rômulo Barroso - especial para o Diário
O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) firmou mais uma parceria internacional para colaboração científica. O acordo agora foi feito com o Barcelona Supercomputing Center - Centro Nacional de Supercomputação (BSC-CNS). A assinatura do memorando de entendimento foi realizada no último dia 25 e contou com a presença dos diretores das duas instituições - Fábio Borges (LNCC) e Mateo Valero (BSC) - e da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
De acordo com o ministério, o objetivo da parceria é "fortalecer a troca de conhecimento e a produção de projetos colaborativos em HPC (computador de alto desempenho) e Inteligência Artificial".
"Queremos fortalecer nossa cooperação bilateral com a Espanha em ciência, tecnologia e inovação e vejo essa parceria do LNCC com o BSC como um excelente impulso nesse sentido", afirmou Luciana Santos.
Parceria estratégica
Nessa semana, o país promoveu a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília, e apresentou o Plano Brasileiro em Inteligência Artificial (PBIA), que prevê investimentos de R$ 23 bilhões até 2028. O Supercomputador Santos Dumont, instalado no LNCC, é um dos principais equipamentos dentro desse plano. O Ministério pretende colocar a máquina entre as cinco com maior capacidade de processamento no mundo - para isso, vai investir R$ 1,8 bilhão para fazer a atualização nos próximos quatro anos.
Isso vai permitir atender a demanda tanto de centro de pesquisas como da iniciativa privada. A parceria do LNCC com o BSC se insere exatamente nesse contexto e é estratégica tanto para o Brasil quanto para a Espanha e a União Europeia.
"Essas tecnologias vão impactar a vida humana, inclusive a nossa relação com o trabalho, como é um dos impactos esperados da inteligência artificial", comentou a ministra Luciana Santos.
Início de uma rede de supercomputadores na América Latina
Parcerias com institutos internacionais tem sido procurado pelo Laboratório Nacional de Computação Científica. Em abril, por exemplo, o LNCC firmou um acordo com o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) de Portugal para pesquisas também na área de computação de alto desempenho.
No caso dessa parceria com os espanhóis, haverá um foco maior em pesquisas nas áreas de computação e IA. Os dois laboratórios são parecidos em estrutura, mas o laboratório espanhol tem um orçamento superior ao do brasileiro.
"Hoje estamos oficializando várias parcerias em termos de supercomputação quando a gente fala em Inteligência Artificial. Estamos falando em suplementação e não existe Inteligência Artificial, não existia celular, não existe nada que a gente usa no dia a dia sem esses supercomputadores", disse diretor do LNCC, Fábio Borges.
"Queremos uma rede de supercomputadores em diferentes lugares do mundo para as coisas fluírem. Queremos ver o Brasil líder em Inteligência Artificial na América Latina", destacou o diretor do Centro Nacional de Supercomputador de Barcelona (BSC), Mateo Balero.
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