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Mais de 180 casos de Esporotricose animal confirmados no município

Doença é causada por fungo presente no solo e troncos de árvores

Foto: Arquivo PMP
Foto: Arquivo PMP


Larissa Martins

A Esporotricose é uma infecção fúngica causada pelo fungo Sporothrix, que está presente na natureza, em solo, palha, vegetais, espinhos e madeira. Ela pode afetar animais e humanos, principalmente gatos e cães. Somente no ano passado, a Coordenadoria de Vigilância Ambiental atendeu 210 animais com suspeita da doença. Sendo esses, 186 casos confirmados e 24 descartados.

A doença inicia-se com feridas que não cicatrizam, podendo se espalhar pelo corpo. O animal contaminado pode apresentar inchaço no nariz com secreção e "ronqueira". Em humanos, podem ocorrer nódulos doloridos, podendo ser enfileirados e abrir feridas. Não há transmissão de pessoa para pessoa.

Desmistificando

Ao contrário do que muitos pensam, os gatos não são os vilões ou culpados pela transmissão. O Médico Veterinário Claudio Aquiles, da Veterinária Aquiles, frisa que os felinos também são vítimas.

“Eles também adoecem. Como o fungo está presente no solo e nos troncos das árvores, quando os gatos vão afiar as unhas nesses locais possivelmente contaminados, podem abrigar o fungo sob as unhas e ao arranhar eventualmente uma pessoa, contaminá-la. Isso aumenta o mito de que os felinos são culpados pela Esporotricose. Não é assim. Na verdade, ela também é conhecida como doença do jardineiro, pois ao manipular o solo sem a devida proteção (luvas) pode ocorrer contaminação da mesma forma. Assim como através de espinhos ao arranhar a pele do ser humano”, esclarece o especialista.

O diagnóstico é feito pelo médico veterinário através da coleta de dados, realização de exames físicos e laboratoriais. Essa avaliação é importante, pois a Esporotricose pode ser confundida com outras doenças.

Tratamento

Há tratamento tanto nas veterinárias particulares quanto no setor público. Por isso, não abandone, maltrate ou sacrifique o animal com suspeita da doença. A Coordenadoria de Vigilância Ambiental oferece uma unidade-móvel para atendimento de casos da doença.

“O diagnóstico precoce é muito importante para evitar a contaminação. Os animais com sintomas da doença podem ser tratados na unidade da Coordenadoria de Vigilância Ambiental, mediante agendamento. Além do atendimento com o médico veterinário, é fornecida medicação específica até a alta do animal.”, explicou o Secretário Municipal de Saúde, Luís Cruzick.

Os interessados devem comparecer com seu pet na Rua Doutor Sá Earp, 433, centro (Próximo ao CTO, ao lado da clínica Dr Vianney), mas somente após agendar pelo telefone: (24) 2231-0841 ou 2291-1594.

Prevenção:

-Castração dos animais;

-Manter os pets domiciliados;

-Limpeza do ambiente do animal infectado;

-Uso de luvas e higienização das mãos;

-Destinação correta do corpo em caso de falecimento do animal.

Esporotricose humana

Recentemente, a Esporotricose humana passou a fazer parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória e deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

A implantação da vigilância epidemiológica das micoses endêmicas é uma das responsabilidades do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), dentro do Plano Nacional de Saúde (2024-2027).

“A notificação compulsória vai nos ajudar a avaliar o real cenário epidemiológico da Esporotricose humana no Brasil e, como consequência, a construir políticas públicas assertivas no controle dessa doença”, afirma o diretor do Dathi, Draurio Barreira.

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