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Mais de 300 pessoas em situação de rua inscritas no CadÚnico em Petrópolis

Dia da Luta da População em Situação de Rua é lembrado nesta terça-feira (19)

Foto: Prefeitura PMP
Foto: Prefeitura PMP

Larissa Martins

Dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social mostram que Petrópolis tem 305 pessoas em situação de rua inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) para Programas Sociais do Governo Federal, em 2025. O número reduziu em comparação a 2023, quando havia 326.

Já o painel Observa DH, do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) aponta que até 2024 eram 280 pessoas vivendo nas ruas da cidade. Em 2023 eram 290 pessoas nessa condição.

Um estudo feito pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (OBPopRua/Polos da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG) mostra que no país, em março deste ano, o número de pessoas registradas no Cadastro Único vivendo nas ruas chegou a 335 mil.

Se comparado ao registrado em dezembro de 2024, quando havia 327 mil pessoas nessa situação, houve um aumento de 0,37% no primeiro trimestre deste ano. O número apurado em março é 14,6 vezes superior ao registrado em dezembro de 2013, quando havia 22,9 mil pessoas sem um lar.

O estado do Rio de Janeiro está entre os que possuem a maior concentração, com 30.801.

Dia da Luta

Esta terça-feira (19 de agosto), é lembrada como o Dia da Luta da População em Situação de Rua. A data faz referência à Chacina da Praça da Sé, ocorrida entre os dias 19 e 22 de agosto de 2004, em São Paulo (SP), quando 15 pessoas em situação de rua foram brutalmente atacadas enquanto dormiam. Sete delas morreram em decorrência das agressões.

O caso teve ampla repercussão e gerou mobilizações nacionais e internacionais por justiça e por direitos dessa população.

A criação do Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua tem como objetivo dar visibilidade à realidade enfrentada por este segmento da sociedade, marcado por violações de direitos, preconceito, discriminação e violência. A data também busca promover a inclusão nas políticas públicas de moradia, trabalho, educação, saúde e assistência social.

Ações

Nesta terça, a Prefeitura promoverá um evento na Casa da Cidadania, com troca de experiências, ações de saúde mental e apresentações artísticas feitas por usuários dos serviços de acolhimento do município.

Pessoas em situação de rua poderão participar de uma conversa com a defensora pública Carla Beatriz Nunes Maia, que vai relembrar o "Massacre da Sé". Também terá uma dinâmica lúdica com Salete Porto, que faz parte do Caps-AD, a realização de uma exposição artística e apresentação musical feitas por usuários dos serviços especializados.

A Casa da Cidadania fica na Rua Visconde de Souza Franco, 474 Centro, e o evento acontece das 08h30 às 12h.

Rede de acolhimento

Em Petrópolis, o acolhimento  é realizado de forma contínua pela Secretaria de Assistência Social, por meio de uma rede articulada que inclui o Serviço Especializado em Abordagem Social, o Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP) e o Núcleo de Integração Social (NIS), além da parceria com demais políticas públicas. Só em julho, por exemplo, foram feitas quase 1,2 mil abordagens para oferecer os serviços.

"São pessoas que se encontram nessa condição por diversas razões, seja questões familiares, problemas financeiros, saúde mental, entre outros motivos, e que precisam de ajudar para conseguir superar esse momento. E a nossa missão é oferecer esse acolhimento", destacou o prefeito Hingo Hammes.

A rede de acolhimento começa com as abordagens sociais, que são realizadas tanto por demanda espontânea quanto por encaminhamentos oriundos de equipamentos públicos, como os centros de Referência de Assistência Social (Cras) e unidades de saúde. Há também o trabalho de busca ativa, no qual as equipes percorrem regularmente o Centro e os distritos com o objetivo de identificar pessoas em situação de rua e ofertar atendimento.

O Centro POP busca oferecer escuta qualificada, identificar necessidades imediatas e construir um plano individual de acompanhamento, com foco na superação da situação de rua. Também são ofertados serviços essenciais, como alimentação, banho e guarda de pertences, além de encaminhamentos para emissão de documentos, atendimento em saúde, acesso a benefícios eventuais, entre outros.

O Núcleo de Integração Social (NIS) opera durante todo o ano e amplia a capacidade emergencial nos períodos de maior frio. No inverno deste ano, o município remanejou espaços e montou tendas adicionais, garantindo 33 novas vagas de pernoite. Paralelamente, a Campanha do Agasalho 2025, finalizada em julho, arrecadou 1.559 itens, entre roupas de frio, cobertores e calçados, que vêm sendo distribuídos às pessoas atendidas nos serviços.

"Nós sempre buscamos entender as necessidades imediatas daquela pessoa, seja um documento, alimentação, atendimento médico, e depois buscamos formas para que aquela pessoa possa retomar sua autonomia, colocando a dignidade de cada um em primeiro lugar. É desse modo que a gente busca ajudar a população em situação de rua", diz a secretária de Assistência Social, Adriana Kreischer.

Com informações da Agência Brasil

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