Segundo o ELAT/INPE, 2 milhões de raios caíram no estado do Rio de Janeiro
Larissa Martins
Segundo o levantamento feito pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (ELAT/INPE), Petrópolis foi atingida por 44.284 descargas elétricas em 2023. Já no estado do Rio de Janeiro, o ELAT/INPE registrou a presença de 2.706.469 descargas elétricas.
Por ser considerado o maior país da zona tropical do planeta (área central onde o clima é mais quente e, portanto, mais favorável à formação de tempestades), o Brasil atrai entre 200 a 300 milhões de relâmpagos por ano, além de registrar 113 mortes e 500 feridos em função das correntes. A cada 50 óbitos por raios no mundo, um é registrado no país.
Locais mais atingidos
Por isso é preciso tomar cuidado com as áreas que podem parecer seguras durante uma tempestade, mas que, na verdade, são consideradas perigosas e oferecem riscos à vida. O levantamento feito pelo ELAT/INPE também revela que a área rural aberta representa 27% dos locais mais atingidos por raios, seguida pelo contato com água do mar ou rio (9%). A recomendação é que os banhistas saiam da praia e busquem abrigo dentro dos carros ou de apartamentos e casas junto à orla, assim que escutarem o barulho de um trovão.
Ainda segundo os dados, em 9% dos casos os raios atingem árvores; 8% áreas cobertas; 7% campos de futebol e 6% pessoas pilotando motocicleta, outras circunstâncias ou indeterminado. Dentro de casa, as ocorrências mais comuns acontecem em contato com objetos ligados a rede elétrica ou telefônica (24%); nas janelas (12%) e ao telefone, outras circunstâncias ou indeterminado (10%).
Proteção contra os raios
O Grupo possui uma cartilha com dicas de proteção para seres humanos. Segundo o material, se possível, não saia para a rua ou não permaneça na rua durante as tempestades, a não ser que seja absolutamente necessário. Nestes casos, procure abrigo nos seguintes lugares:
- Carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis;
- Em moradias ou prédios, de preferência que possuam proteção contra raios;
- Em abrigos subterrâneos, tais como metrôs ou túneis, em grandes construções com estruturas metálicas, ou em barcos ou navios metálicos fechados.
Se estiver dentro de casa, evite:
- Usar telefone com fio ou celular ligado à rede elétrica (utilize telefones sem fio);
- Ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas;
- Tocar em qualquer equipamento elétrico ligado a rede elétrica.
Se estiver na rua, evite:
- Segurar objetos metálicos longos, tais como varas de pesca e tripés;
- Empinar pipas e aeromodelos com fio;
- Andar a cavalo.
Se possível, evite os seguintes lugares que possam oferecer pouca ou nenhuma proteção contra raios:
- Pequenas construções não protegidas, tais como celeiros, tendas ou barracos;
- Veículos sem capota, tais como tratores, motocicletas ou bicicletas;
- Estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica.
Se possível, evite também certos locais que são extremamente perigosos durante uma tempestade, tais como:
- Topos de morros ou cordilheiras;
- Topos de prédios;
- Áreas abertas, campos de futebol ou golfe;
- Estacionamentos abertos e quadras de tênis;
- Proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;
- Proximidade de árvores isoladas;
- Estruturas altas, tais como torres, linhas telefônicas e linhas de energia elétrica.
“Se você estiver em um local sem um abrigo próximo e sentir que seus pelos estão arrepiados, ou que sua pele começou a coçar, fique atento, já que isto pode indicar a proximidade de um raio que está prestes a cair. Neste caso, ajoelhe-se e curve-se para frente, colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles. Não fique deitado”, alerta.
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